Antonio Nunes de Souza*
Há
exatamente vinte e um anos, era 2003, eu terminava o meu curso de cuidadora de
idosos e, ao mesmo tempo, o de técnica de enfermagem. Estava vibrando de
alegria, já que com esses cursos, com certeza, abririam portas para um bom
emprego, que asseguraria o meu presente e futuro, já que pertenço a uma família
pobre e humilde. Eu era ainda jovem, com meus vinte e cinco anos, boa
aparência, e tinha concluído meu curso ficando entre os melhores e qualificados
alunos!
Tratei
de distribuir currículos em hospitais, clínicas e em algumas empresas que, não
só tem suas clínicas particulares, como também seus ricos proprietários sempre
tem idosos nas famílias, que necessitam de cuidados especiais!
Não
só pela necessidade, como também pela ansiedade, toda vez que o telefone
tocava, atendia rápido, na esperança que fosse algum provável empregador.
Demorou quase um mês, até que o dia chegou; recebi uma carta de uma empresa de
construção civil, para apresentar-me para uma entrevista no departamento de
recursos humanos. Achei estranho tratar-se de “construção civil”, uma vez que,
não entreguei currículo em nenhuma. Mas, como era meu nome completo, endereço,
etc, não pensei duas vezes e preparei-me para no dia seguinte, comparecer no
horário determinado!
Cheguei,
me apresentei e uma secretária levou-me a uma sala, apresentando-me a um
senhor, que era o diretor daquela divisão de recrutamento. Sentei-me e ele
começou a me explicar a razão do convite: O Dr. Adalmir Pacheco, que é o dono
dessa empresa, tem um filho que adora motos e, infelizmente, houve um acidente
com ele, que o deixou em completo estado de choque e alguns leves ferimentos.
E, depois de hospitalizado por um ano, ele continua numa vida totalmente vegetativa,
sem nenhuma reação de falar ou estar ouvindo qualquer coisa, além de ter
perdido todos os movimentos. Ele é jovem, tem vinte e sete anos, formado em
arquitetura. Assim sendo, seu pai resolveu tira-lo do hospital e colocá-lo em
casa com alguém qualificada, que pudesse cuidar de sua saúde em geral. Aí, como
o hospital que ele estava tinha uma relação de currículos à disposição,
passaram para Dr. Adalmir, e ele escolheu o seu para que fosse entrevistada e,
se aprovada e aceitasse, seria a pessoa para tomar conta integralmente do Dr.
Antonio Thadeu. Quero dizer-lhe de antemão, que deverá morar na residência da
família, onde já foi construída uma dependência especial com todas acomodações
e equipamentos para ele, e para a pessoa que for desempenhar o serviço. O
salário inicial será de quatro mil reais, com plano de saúde (médico e
dentário), uma folga quinzenal, além de alimentação e produtos de higiene. Vou,
depois de ouvi-la, mandar minha secretária leva-la até a residência, para que conheça
o jovem, os familiares e as suas instalações.
Ao
ouvir todas essas explanações, fiquei pasma e, mentalmente, louca de alegria,
pois, jamais imaginei receber uma proposta tão tentadora, como essa que acabara
de ouvir. Não querendo mostrar muito entusiasmo, falei que gostaria de ir
conhecer os detalhes citados e, na volta, daria minha resposta definitiva. Ele
achou meu comportamento sensato, chamou a secretária, falou que pegasse o
motorista Senhor Mota Mello e fossem a casa do Dr. Adalmir!
Lá
chegando, fomos recebidos por dona Jurema, mãe do rapaz, que nos levou a uma
linda casa na parte do fundo da belíssima mansão, que foi construída,
exatamente, para Antonio Thadeu e sua acompanhante, composta dos melhores
equipamentos da área médica, em termos de conforto e comodidade, sendo tudo
construído de tal forma, que facilitava todas movimentações que fossem precisas,
para as reais necessidades do jovem rapaz. Ele estava deitado, impassível,
olhos fechados e completamente imóvel, já que não conseguia falar e nem se
locomover. Entramos, conversamos
e saímos, e ele totalmente imóvel, sem nem piscar os olhos, que segundo sua mãe
era seu normal comportamento, mesmo nas horas das massagens de fisioterapias.
Encantada
com minha nova e luxuosa morada, disse a dona Jurema que combinaria na empresa
quando deveria começar. Ela muito simpática pediu-me que se dedicasse ao
máximo, pois, era seu filho único e, infelizmente, sofreu esse acidente. Ao
voltar, combinamos para na segunda feira, o motorista senhor Mota Mello ir
buscar-me com meus objetos pessoais. Isso foi numa sexta feira, e aproveitei
para fazer as unhas, dar uma arrumada em minhas roupas, muito embora eu teria
fardamento completo para passar o dia no trabalho. Falei com minha mãe, ela
ficou radiante, apenas sentida por eu ter que ir morar fora, aparecer só
quinzenalmente, deixando ela com minha irmã mais nova de 15 anos, já que meu
pai havia falecido!
Obviamente,
passei o fim de semana super tensa, contando os minutos para chegar a hora de
iniciar minha nova jornada de vida, numa tarefa de alta responsabilidade. Mas,
tudo isso servia de entusiasmo, e me dava coragem para enfrentar tal missão.
Chegado o dia, buzina seu Mota em minha porta, desce do carro pega minha mala,
coloca no carro e, com um friozinho na barriga, beijei mamãe e minha irmã,
seguindo para a batalha. Lá chegando, uma senhora que deveria ser a governanta
da casa me recebeu, levou-me aos meus aposentos, e disse-me que ficaria nos
dois primeiros dias a minha disposição, para que eu aprendesse a rotina do
tratamento, as horas de medicações, asseios, alimentações, massagens, banhos de
piscina, etc. Achei ótimo, pois, sinceramente eu nem sabia por onde começar as
tarefas. Fomos ver Thadeu e o encontrei dormindo, porém, nem sabia ao certo,
pois, infelizmente, não tinha nenhum movimento, apenas, eventualmente, se
virava na cama, num movimento meio brusco como se fosse assustado. Mas, não
sorria em nenhum momento. Pude ver que, mesmo com essas debilitações, era uma
rapaz bonito e muito bem tratado!
Arrumei
minhas roupas no meu guarda roupa, coloquei quatro jogos de fardas de
enfermeiras que estavam ainda embalados a minha disposição, coloquei meus
objetos de higiene no banheiro, e fui até o quarto com a senhora tomar as devidas
instruções. Como tudo foi construído em função das suas necessidades,
tornava-se fácil nossos desempenhos e, com dois dias eu já me virava sozinha,
fazendo tudo rigorosamente dentro das determinações médicas, preenchendo um
relatório no final de cada dia, com relação a qualquer reação que ele possa
ter, mesmo que seja a mínima possível. Comecei a perceber que, quando eu o
acordava, ele ficava com os olhos vidrados em mim, dando uma impressão que a
minha companhia lhe fazia algum bem. E, um desses dias, quando eu fui banha-lo,
percebi que ele, quando eu comecei a esfregar e arregaçar o seu pênis, ficou
excitado, coisa que nunca tinha acontecido nos dois meses que eu já estava
cuidando dele. Embora ele continuasse imóvel, me deixou um tanto sem jeito,
porém, fiz o asseio necessário, o enxuguei, coloquei uma das suas pijamas de
seda, penteei seus cabelos, e fiquei admirando minha obra bem arrumada. Mesmo
calado, ele parecia estar alegre e feliz. Fui para meu quarto, tomei um bom
banho, me arrumando para dar o jantar de Thadeu e também jantar, para depois
ver minha novela antes de dormir. O trabalho era agradável, porém, dava-me pena
ver um jovem rico, ter sofrido tal acidente, deixando-o daquela forma.
No
dia seguinte, na hora do banho tornou a acontecer a danada da excitação sexual
de Thadeu que, sinceramente, buliu também em meu libido, deixando-me também excitada
ao pegar e esfregar seu membro, que loucamente, comecei a masturba-lo
lentamente e, ao mesmo tempo, com a outra mão fazer o mesmo em mim. Foi uma
coisa tão surreal e incrível, quando ele, mesmo sem se manifestar em nada,
ejaculou abundantemente quase em meu rosto, fazendo-me gozar imediatamente.
Mas, numa questão de segundos, vi a loucura que tinha feito, saí às pressas do
banheiro. Coloquei ele na cama e fui para meu quarto, super preocupada pela
minha ousadia e falta de profissionalismo na função.
Depois
de alguns minutos retornei, ele estava dormindo. Acabei de enxuga-lo, vesti sua
roupa e o acordei para o jantar. Ele com seu olhar duro em mim, parecia querer
dizer algo, mas, curiosamente, eu conversava durante o dia com ele, mesmo sem
receber nenhuma resposta, apenas para deixa-lo atento, mas, não sabia se ele me
ouvia ou entendia alguma coisa que eu falava.
Porém,
depois desse fato da masturbação, ele passou a se excitar, não só no banho como
em outras horas e, curiosamente, isso acontecia logo que eu entrava em seu
quarto. E eu como mulher, jovem e ele um homem bonito, passou a me provocar
sensivelmente, passando a me dar desejos em algumas ocasiões. E foi aí que um
dia, na hora de dormir eu fui ao seu quarto ver se estava tudo bem, e quando
olhei, percebi o seu lençol suspenso na sua parte da virilha e quando descobri,
vi que ele estava excitadíssimo e me olhava, como se estivesse me solicitando
carinhos. Na minha loucura e desejo, não me contive e, sem pensar em nada,
tranquei a porta do quarto e em seguida tirei a roupa e sem o menor pudor,
sentei-me em cima do seu duro membro. Colocando-o dentro de mim, fazendo aquele
peculiar movimento delicioso, que nos leva em minutos a um gostoso orgasmo. Só parei
quando senti sua ejaculação forte e quente e o latejamento do seu membro dentro
de minha vagina, como se estivesse agradecendo os meus prazeres sexuais. Uma
foda metafísica e inusitada, porém, cheia de encantos em função de ser algo que
jamais imagina-se acontecer. Mas, um dia acontece!
Com
o decorrer do tempo, fomos ficando os dois viciados e, tranquilamente, dávamos
nossas trepadas e, curiosamente, ele começou a ter algumas reações, balbuciar
algumas silabas, sorrir, e pequenos movimentos com os braços e pernas. Não só
eu, como todos da família estavam felicíssimos, me agradeciam com bons presentes,
já que depois que fui cuidar dele as melhoras apareceram, etc., eu claro,
fiquei super feliz e, sinceramente, já estava me apaixonando por Thadeu e o meu
delicioso trabalho!
Mas,
como tudo na vida sempre tem algo trágico para atrapalhar, um dia fui chamada
pelo Dr. Adalmir, Dona Jacira e o médico que acompanhava o andamento da cura de
Thadeu, para uma reunião. Fui prontamente, achanado que seria alguma mudança
nas medicações, já que ele já se movimentava em várias atividades, falava
eventualmente e movimentava bem com os braços. Aí eles começaram a falar:
Enfermeira Juliana, chegou a um ponto que não podemos esconder que, desde seu
início do trabalho, nós colocamos câmeras nos aposentos para monitora-la, e ter
certeza que você era confiável. E assim sendo, tivemos oportunidade de ver
todos os atos que ocorreram e vem ocorrendo entre sua pessoa e Thadeu. Eu ao ouvir
isso, pedi a Deus que o chão se abrisse e eu desaparece-se para sempre, comecei
a chorar morta de vergonha. A mãe dele me abraçou com carinho e disse quanto
estava agradecida pelo que eu fiz e o que estava fazendo, devolvendo a ela o
filho que tanto amava. Mas, mesmo assim, não tive coragem de encarar nenhum
deles, sempre imaginando as vezes que, loucamente, cavalguei encima de Thadeu,
gozando desbragadamente. Porém, eles não se perturbaram, disseram que tirariam
as câmeras e que eu teria toda liberdade, já que Thadeu concordava e estava
melhorando consideravelmente. Saí furtivamente, fui para minhas instalações e,
para minha surpresa, Thadeu estava em pé à minha espera, me abraçou, beijando o
meu rosto. Isso foi um bálsamo para mim, pois, sentia-me aniquilada e envergonhada.
Passada
essa vergonha, continuamos transando, Thadeu cada dia melhor, estando já com
quase 90% dos seus sentidos e membros funcionando a contento, a mente clara e,
melhor de tudo, apaixonado por mim e eu por ele. Não é preciso dizer que fiquei
grávida, foi feito um casamento lindo, Thadeu voltou a trabalhar na empresa,
temos quatro filhos lindos, sadios e maravilhosos. Mas, até hoje, tenho
vergonha dos pais dele, quando me lembro deles terem me visto nas dezenas de
fodas com seu filho totalmente inerte, ou seja, abusando de vulnerável. Mas,
minhas trepadas foram os melhores medicamentos que ele recebeu, e surtiu os
efeitos desejados!
Quem
sabe se essas dores que vocês sentem as vezes, não é falta de uma trepadinha
amiga? Não custa nada tirar as dúvidas!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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