Antonio Nunes de Souza*
Aproveitando meu gostoso feriadão, depois de
um bom descanso da minha noitada com minha querida Tabira, resolvi ir ao cinema,
ver um filme que me recomendaram.
Parei o carro, veio logo o sacana do
“flanelinha”, que não toma conta de zorra nenhuma, me extorquir por uma vaga
pública, que ele cobra uma baba, como se a área lhe pertencesse. Paguei, pois é
adiantado, e me dirigi a entrada. Comprei meu ingresso, um balde de pipoca e
fui fazer meu programa sadio e inocente, me acomodando na parte central da
sala, que é minha posição predileta de boa visibilidade!
Gostei do filme, saí em direção ao carro e no
meio do caminho, deu tremendo toró daqueles retados e inesperados. Como ia passando
em frente a uma igreja evangélica, entrei para me proteger. Como a chuva se
intensificava mais, resolvi me sentar para esperar a tempestade passar, se é
que vai passar, pois o tal homem de lá de cima, se esqueceu da merda do jargão:
“DEPOIS DA TEMPESTADE VEM A BONANÇA”. E nem para a porra da tempestade e nem
manda a merreca da bonança. Como sempre, igreja cheia, muitos sussurros de
frases feitas e aleluias, enquanto o sacana do Pastor pedia que remetessem Pix
para a Igreja do Senhor Jesus, ou seja: para eles bancarem suas campanhas
políticas e enricarem comprando rádios, televisões, e construírem novos templos
de arrecadações de dízimos dos pobres fiéis otários.
Na minha frente tinham duas senhoras, dando
suspiros e gritos eletrizantes, com suas bíblias abertas, aí passei a
observa-las com calma e vi em seu pescoço e nos braços enrugados pelas suas
idades, umas manchas coloridas. Notei pelos rostos, e quando elas se levantaram,
fiz o mesmo e olhei de perto, vi que eram umas tatuagens e que elas deviam ser
minhas contemporâneas, que aquelas tatuagens deveriam ter sido feitas nos anos
sessenta na revolução dos “hippies”, quando houve as maiores porralouquices da
história mundial, sexo em abundância e bocetância, mini saia, foda-se sutiã,
drogas de todos os tipos e quebra de centenas de dogmas que a hipócrita
sociedade conservava a ferro e fogo. O clima que mandava e desmandava era o de “Paz
e Amor”, “Faça Amor, Não Faça Guerra”. Psicodelismo, tudo válido sem fronteiras
nos modos, hábitos e desejos. O mundo nunca viu tantos “cacos de cabaços”
espalhados, pois, transar era a ordem universal e obediência zero em todas
vertentes. Veio tudo isso em minha mente em segundos, já que vivenciei essa
zorra toda, e imaginei que aquelas beatas em minha frente, com certeza, devem
ter fodido às pencas, queimado muito fumo, feito mil loucuras, talvez algumas
doenças venéreas (rolou muito essa merda) e agora estavam ali, com as caras de “santas
putas”, querendo uma vaga no céu. Dei uma risadinha na mente, tendo a certeza
que acertei na mosca!
Saí, já que a chuva tinha aliviado um pouco,
numa corridinha cheguei ao carro (que não tinha ninguém tomando conta), entrei
e fui lentamente em direção a meu apartamento. Mas, pelo que vi na igreja,
passei a fazer uma pesquisa na cabeça e, curiosamente, como estou precisando de
uma cozinheira, tenho entrevistado algumas que me indicam, e nessas entrevistas
pude perceber que 90% delas, já tiveram mais de dois ou três relacionamentos,
vários filhos de país diferentes, provando a falsidade e cinismos daquelas
saias nos calcanhares, mangas de blusas longas e abotoadas até o pescoço é tudo
uma mentira, pois, as escondidas, fodem muito mais que o pessoal das outras
religiões!
Cheguei em casa, e ainda sorrindo por ter
levantado essa sapeca analogia, dentei-me e pensei: “Se no céu só entra quem é
donzelo (a), ele vai ficar vazio, pois, todos nós adoramos foder. Uns às escondidas
e outros as claras!
*Escritor, Historiados, Cronista, Poeta e um
dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras
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