quarta-feira, 3 de agosto de 2022

OS PUDICOS DESATUALIZADOS!

 

Antonio Nunes de Souza*

Normalmente, para evitar polêmicas, nunca ligo ou alimento algumas opiniões recebidas através de e-mails, mensagens, etc., quer sejam elogiosas, quer sejam condenatórias. Mas, não tendo vindo nada criativo na minha mente, vou aproveitar para despertar a atenção de alguns leitores que acham abusivos meus termos utilizados com liberdade, para ilustrar os fatos e ocorrências nas crônicas e artigos, justificando que escrevo na linguagem corriqueira do dia a dia, tão comum nas comunicações da internet, mesas de bares, banquetes, ruas, televisões, rádios, livros, teatros, etc., sem que as intenções sejam pejorativas e chulas. Simplesmente, tudo é usado para dar ênfase ao assunto, qualificando-o como algo especial ou depreciativo, conforme o emprego na sentença!

Sessenta e cinco anos atrás eu, às escondidas na biblioteca de Santo Amaro, li os livros de Jorge Amado, Cacau, Suor, Carnaval e outros, onde você poderia encontrar as maiores sacanagens nordestinas, descrições de atos sexuais com detalhes, muitos nomes considerados “feios”, mas, como era algo inovador e tratava-se de um mestre da literatura que surgia, a admiração era grande e ninguém ousava dizer que eram condenatórias. E hoje, sessenta e cinco anos depois, gostaria que vocês lessem, de João Ubaldo Ribeiro, nosso querido imortal e saudoso da Academia Brasileira de Letras, que faleceu há pouco tempo, o livro “A casa dos Budas ditosos” que, seguramente, vão ver que minhas crônicas e artigos, parecem versículos bíblicos, comparados as barbaridades que ele escreveu, apresentando com a maior clareza possível, todas as sacanagens mundanas e mais algumas que, mesmo com minha idade, mestrado e doutorado em putaria, desconhecia!

Minha comparação não é, em nenhuma hipótese, uma heresia, apenas para dar ênfase a citação e, ao mesmo tempo, estimulando para que leiam os livros citados no sentido de ampliar seus conhecimentos literários, assim como as maravilhosas variações sexuais!

Portanto, compreendam minhas intenções de escrever para o povo, sem dar muitos valores às diretrizes da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que aprendi na faculdade, pois, se começar a ser um escritor casto e puro, usuário do português de Camões, tenho certeza que passarei a ser um chato, que quer dificultar as compreensões, ou esnobar, demonstrando ilustres conhecimentos. Não quero isso e nem desejo que alguém no futuro diga: Como disse o escritor Antonio Nunes, no seu livro X, etc., basta que lembrem vagamente de mim, e digam: “Tinha um cara, que nem me lembro o nome, mas escrevia umas crônicas do caralho!”

Cada dia que passa os sofisticados introduzem palavras novas, que ficam “sambando” na boca de todos. As que estão na berlinda no momento são: “ponderado, desponderado e imponderado”, que muita gente não sabe nem que zorra é, mas, acha lindo usar!

*Escritor – Historiador, cronista e poeta!

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