Antonio Nunes de Souza*
Normalmente,
para evitar polêmicas, nunca ligo ou alimento algumas opiniões recebidas
através de e-mails, mensagens, etc., quer sejam elogiosas, quer sejam
condenatórias. Mas, não tendo vindo nada criativo na minha mente, vou
aproveitar para despertar a atenção de alguns leitores que acham abusivos meus
termos utilizados com liberdade, para ilustrar os fatos e ocorrências nas
crônicas e artigos, justificando que escrevo na linguagem corriqueira do dia a dia,
tão comum nas comunicações da internet, mesas de bares, banquetes, ruas,
televisões, rádios, livros, teatros, etc., sem que as intenções sejam
pejorativas e chulas. Simplesmente, tudo é usado para dar ênfase ao assunto,
qualificando-o como algo especial ou depreciativo, conforme o emprego na
sentença!
Sessenta
e cinco anos atrás eu, às escondidas na biblioteca de Santo Amaro, li os livros
de Jorge Amado, Cacau, Suor, Carnaval e outros, onde você poderia encontrar as
maiores sacanagens nordestinas, descrições de atos sexuais com detalhes, muitos
nomes considerados “feios”, mas, como era algo inovador e tratava-se de um mestre
da literatura que surgia, a admiração era grande e ninguém ousava dizer que
eram condenatórias. E hoje, sessenta e cinco anos depois, gostaria que vocês
lessem, de João Ubaldo Ribeiro, nosso querido imortal e saudoso da Academia
Brasileira de Letras, que faleceu há pouco tempo, o livro “A casa dos Budas
ditosos” que, seguramente, vão ver que minhas crônicas e artigos, parecem
versículos bíblicos, comparados as barbaridades que ele escreveu, apresentando
com a maior clareza possível, todas as sacanagens mundanas e mais algumas que,
mesmo com minha idade, mestrado e doutorado em putaria, desconhecia!
Minha
comparação não é, em nenhuma hipótese, uma heresia, apenas para dar ênfase a
citação e, ao mesmo tempo, estimulando para que leiam os livros citados no sentido
de ampliar seus conhecimentos literários, assim como as maravilhosas variações
sexuais!
Portanto,
compreendam minhas intenções de escrever para o povo, sem dar muitos valores às
diretrizes da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que aprendi na
faculdade, pois, se começar a ser um escritor casto e puro, usuário do
português de Camões, tenho certeza que passarei a ser um chato, que quer
dificultar as compreensões, ou esnobar, demonstrando ilustres conhecimentos.
Não quero isso e nem desejo que alguém no futuro diga: Como disse o escritor
Antonio Nunes, no seu livro X, etc., basta que lembrem vagamente de mim, e
digam: “Tinha um cara, que nem me lembro
o nome, mas escrevia umas crônicas do caralho!”
Cada
dia que passa os sofisticados introduzem palavras novas, que ficam “sambando”
na boca de todos. As que estão na berlinda no momento são: “ponderado,
desponderado e imponderado”, que muita gente não sabe nem que zorra é, mas,
acha lindo usar!
*Escritor
– Historiador, cronista e poeta!
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