domingo, 14 de agosto de 2022

COMO É BOM SER PAI!

 

Antonio Nunes de Souza*

A primeira e maravilhosa bondade de ser pai, logicamente, é a maneira deliciosa que começamos a passar a ser: dando uma deliciosa foda! Esse é o nosso vestibular da paternidade, que é bem diferente daqueles infernais das universidades!

Daí pra frente, ficamos naquela expectativa de saber se nossos espermatozoides fora eficientes e sagazes, alcançando um lugar privilegiado para ser criado com carinho. Aí, passados dois meses, nada de menstruação, pequenos enjoos e tonturas, sinalizando que a zorra funcionou a contento. Sorrisos, alegrias, ida rápida ao ginecologista, e resultado: você vai, literalmente, ser pai!

Os olhos brilham, um orgulho do cacete de ser um homem foda, e sai logo falando para os amigos e parentes, no sentido de mostrar sua virilidade!

Em seguida, se enche de dengos com sua mulherzinha, cuidados especiais, pois, na barriga ela leva um filho dele (acha que o filho é só dele, a mulher é apenas uma embalagem) através do seu egoísmo mental

Os meses passam numa demora terrível. São nove meses que parecem anos, em função dos desejos e expetativas. Mas, nesse interim, fica sabendo o sexo da criança, que é uma menina, Dá sorrisos festivos, mas, no íntimo fica puto, pois queria um menino. Mas, tudo bem, pois na verdade o importante é que seria pai em breve, realizando um desejo de todo homem!

Chega o dia, inesperadamente a bolsa arrebenta, mas, como os apetrechos estavam todos pronto, liga para a mãe (a presença da mãe é importante), coloca a mulher no carro e sai em disparada, mesmo nervoso, amarelo e trêmulo, dirige com cautela, pois está conduzindo seu esperado filho (nessa hora a mãe é apenas detalhe)!

Chegando, já na maca, seguem com a parturiente para a sala, ele medroso não quer assistir. E, no espaço de menos de uma hora, chega a enfermeira na porta e diz: É uma linda menina. Venha conhecer sua filhota!

Ele não se aguenta, as lágrimas descem, entra e vê sua amada mulher com sua pimpolha aconchegada no peito! Deu um sorriso largo e, com alegria e nervosismo, cai no choro pela bruta emoção de ser pai!

Essa maravilhosa sensação deveria ser um elo inquebrável entre os homens e seus filhos. Mas, infelizmente e vergonhosamente, tem homens (e muitos) que, para eles, o bom é apenas a primeira parte, ou a segunda e alguns a terceira, mas, a quarta que é a mais importante por ser a afetiva, carinhosa e educacional, se esquivam das responsabilidades, deixando as mães com seus filhos em verdadeiras agonias e necessidades!

É muito bom ser pai. Mas, um pai de família!

*Escritor – Historiador, Cronista e poeta!

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