Antonio Nunes de Souza*
A
primeira e maravilhosa bondade de ser pai, logicamente, é a maneira deliciosa
que começamos a passar a ser: dando uma deliciosa foda! Esse é o nosso
vestibular da paternidade, que é bem diferente daqueles infernais das universidades!
Daí
pra frente, ficamos naquela expectativa de saber se nossos espermatozoides fora
eficientes e sagazes, alcançando um lugar privilegiado para ser criado com
carinho. Aí, passados dois meses, nada de menstruação, pequenos enjoos e
tonturas, sinalizando que a zorra funcionou a contento. Sorrisos, alegrias, ida
rápida ao ginecologista, e resultado: você vai, literalmente, ser pai!
Os
olhos brilham, um orgulho do cacete de ser um homem foda, e sai logo falando
para os amigos e parentes, no sentido de mostrar sua virilidade!
Em
seguida, se enche de dengos com sua mulherzinha, cuidados especiais, pois, na
barriga ela leva um filho dele (acha que o filho é só dele, a mulher é apenas
uma embalagem) através do seu egoísmo mental
Os
meses passam numa demora terrível. São nove meses que parecem anos, em função
dos desejos e expetativas. Mas, nesse interim, fica sabendo o sexo da criança,
que é uma menina, Dá sorrisos festivos, mas, no íntimo fica puto, pois queria
um menino. Mas, tudo bem, pois na verdade o importante é que seria pai em
breve, realizando um desejo de todo homem!
Chega
o dia, inesperadamente a bolsa arrebenta, mas, como os apetrechos estavam todos
pronto, liga para a mãe (a presença da mãe é importante), coloca a mulher no
carro e sai em disparada, mesmo nervoso, amarelo e trêmulo, dirige com cautela,
pois está conduzindo seu esperado filho (nessa hora a mãe é apenas detalhe)!
Chegando,
já na maca, seguem com a parturiente para a sala, ele medroso não quer
assistir. E, no espaço de menos de uma hora, chega a enfermeira na porta e diz:
É uma linda menina. Venha conhecer sua filhota!
Ele
não se aguenta, as lágrimas descem, entra e vê sua amada mulher com sua
pimpolha aconchegada no peito! Deu um sorriso largo e, com alegria e
nervosismo, cai no choro pela bruta emoção de ser pai!
Essa
maravilhosa sensação deveria ser um elo inquebrável entre os homens e seus
filhos. Mas, infelizmente e vergonhosamente, tem homens (e muitos) que, para
eles, o bom é apenas a primeira parte, ou a segunda e alguns a terceira, mas, a
quarta que é a mais importante por ser a afetiva, carinhosa e educacional, se
esquivam das responsabilidades, deixando as mães com seus filhos em verdadeiras
agonias e necessidades!
É
muito bom ser pai. Mas, um pai de família!
*Escritor
– Historiador, Cronista e poeta!
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