Antonio Nunes de Souza*
Claro
que com esse título, sendo homem, dá a impressão que sou um grande e assumido
gay! Mas, a realidade é outra meu amigo, uma vez que com as ocupações dos seus
espaços, o soldado da polícia militar que falo é, seguramente e
comprovadamente, uma linda e charmosa mulher!
Lícia,
mesmo com aquela farda meio folgada, carregando cassetete, algemas, revólver ou
metralhadora, desperta pela sua beleza, sem precisar mostrar seus lindos
cabelos que estão sempre presos dento do boné. Podemos dizer que é uma mulher, completamente,
coberta de coisas feias e, mesmo assim, continua atraente e sedutora!
Tudo
começou quando, tempos atrás, houve um assalto na joalheria que trabalho e,
como testemunha, terminei me batendo com Lícia, que foi uma das encarregadas
das investigações. Ela pegou-me, levou no carro para o distrito para falar com
o delegado, depois foi fazer seu relatório em outra sala. Demorei uma hora,
mais ou menos e depois fui liberado. Na hora que ia saindo, coincidentemente,
Lícia também saía e nos encontramos no corredor. Como eu tinha vindo com ela e
deixado meu carro na loja, ela falou que não me levaria pois estava indo para
casa e era em outra direção. Mas, quando Deus quer Ele ajuda muito, pois, sua
casa era exatamente, no mesmo bairro que morro e eu ia passar em casa para
tomar um bom banho, almoçar e retornar ao trabalho! Aí, educadamente, ela se
ofereceu para levar-me, já que não atrapalharia seu itinerário!
Foi
aí que comecei a olha-la com cuidado e perceber quanto ela era jovem, bonita e
provocante, sem precisar de “caras e bocas”, mesmo embrulhada na horrível farda
e seus apetrechos pendurados. Nas nossas pequenas conversas no caminho,
aproveitei uma deixa e a convidei para comermos uma pizza e tomar um vinho numa
nova pizzaria recentemente inaugurada, com franquia, legitimamente, italiana.
Foi um desses convites que, normalmente fazemos e, se colar colou! E não é que
colou bonitinho!
Lícia
me deixou na porta do meu edifício, que era perto do dela, me passou o endereço
e telefone, e combinamos para o dia seguinte, sexta feira a noite, que era sua
folga.
Fiquei
na expectativa e, na noite seguinte, como combinamos via celular, as 21:00 horas
estava eu lá para apanha-la. Juro por Deus que não a reconheci de tão linda e
sensual que ela estava! Já havia percebido que ela era bonita, mas, nem tanto
quanto era vestindo roupas normais, ultrapassando todos os limites. Pensei logo
naquele adágio popular sempre usado nessas ocasiões: “É muita areia para meu
caminhão!” Mas, não me incomodarei de dar várias viagens!
Foi
tudo maravilhoso, a pizza deliciosa, vinho de boa safra e um papo
agradabilíssimo, pois, eu como administrador de empresas e ela assistente social,
tínhamos um nível bom para manter uma conversa legal e uma troca de
conhecimentos e saberes, inclusive pelos nossos gostos serem similares!
As
02 horas da madruga (nem sentimos o tempo passar), depois de várias garrafas de
vinho, resolvemos retornar, já abraçados e rindo bastante das nossas próprias
conversas e tolices que dizíamos eventualmente!
Lógico
que aproveitei o clima favorável e, prontamente, convidei Lícia para tomarmos a
última taça em meu apartamento. Creio que, como polícia não tem medo de nada e
está acostumada a viver perigosamente, ela aceitou, e não deu outra! Coloquei
uma música gostosa, abri uma garrafa de vinho, tomamos umas duas taças e,
cheios de desejos, começamos a dançar! Daí pra frente foi uma beijação dos
pecados, alisamentos e, sorrateiramente, um desnudamento completo em plena
sala, nos deitamos no tapete e, como duas feras, nos atracamos de todas as formas
e vontades, gozando tudo que tínhamos e temos direito! Nunca me senti tão bem
sendo agarrado pela polícia. Apenas, no seu ouvido eu sussurrava: mexa gostoso
meu soldadinho querido, me algeme com essa fenda que você tem entre as pernas,
faça eu tremer com choques deliciosos dos orgasmos. E ela ouvia e,
maquinalmente, obedecia com todo carinho que um ser vivo merece!
Já
no raiar da madrugada, fui leva-la em casa, agarradinhos no carro, e hoje fazem
10 meses que estamos de caso. A única coisa que posso dizer, com certeza, é que
“estou amando um soldado, que é bem melhor que ser fanático por um capitão!”
*Escritor
– Historiador, cronista e poeta!
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