Antonio Nunes de Souza*
Os homens, desde os primórdios
tempos, sempre acharam que eram superiores e senhores absolutos da raça humana,
colocando as mulheres num papel secundário, servindo apenas de agente de
prazeres e, como funções complementares, lavar, passar, cozinhar, arrumar a
casa e estar sempre pronta para servir de forma para a perpetuação da espécie.
E não é que conseguiram manter
essa façanha por milhares de anos?
Pois é! As mulheres, tolamente,
se submeteram as essas sórdidas determinações e regras, já que eles eram os
provedores, achavam elas que esse destino traçado era uma diretriz divina,
oficializada desde o decantado e sagrado paraíso.
Mas, com o decorrer do tempo,
começaram a perceber que estavam sendo manobradas e tratadas como seres
inferiores e, sentindo seus brios feridos, já que seus auto-proclamados
senhores eram e tinham as mesmas características físicas que elas, suplantando apenas
por um penduricalho a mais que, sem as suas participações efetivas e
complementares, servia apenas para fazer xixi. Então, começaram a cair na
realidade.
Aí foi que a ficha caiu! Se esses
caras não podem viver sem as nossas cavidades afetivas e acolhedoras, por que
nos sujeitar a essa dependente e ridícula submissão? Vamos todas valorizar essa porta bendita que
fomos agraciadas, que os homens saem por ela para viverem e vivem por toda vida
querendo novamente entrar!
Vamos usar nossa arma maior, ou
seja, a mais prazerosa e desejada, mostrando a esses mocinhos que se nós não
temos atualmente os poderes das finanças, fomos agraciadas com a grande e
maravilhosa compensação de sermos dotadas de uma cavidade mucosa de aspecto
araquinídeo, que tem a capacidade de fazer os mais duros dos homens amolecerem
e tremerem em nossos braços. E, nessas benditas horas, podemos pedir qualquer
coisa que eles dizem sim sem pestanejar.
Com essa tardia descoberta, como
por um milagre, em cinco décadas essas lindas, inteligentes e sagazes criaturas
foram tomando conta das situações, preparando-se nas melhores escolas,
universidades, diversas vertentes de trabalhos (muitos destes só eram
praticados por homens) e, principalmente, criando suas independências financeiras,
conquistando seus espaços na indústria, comércio, sociedade e, por último, para
fechar com chave de ouro, os mais disputados e importantes cargos públicos e políticos.
Entretanto, o mais interessante
dessa revolução que, parafraseando a francesa, poderemos até apelidá-la de “A queda da Braguilha”, continua firme, forte e
acelerada, já com um percentual de igualdade na mesma curvatura gráfica, com
tendências fortíssimas de ampliação no decorrer dessa década!
Na minha puberdade homem nem
entrava na cozinha, senão ficava logo mal falado. Hoje, cozinham, fazem
mercado, lavam roupa, preparam mamadeiras, trocam fraldas, etc., e ainda
comentam com os amigos com o maior orgulho, inclusive preparando jantares
sociais, ocasião que proíbem até as mulheres de entrarem na cozinha, para que
eles possam demonstrar os seus maravilhosos dotes culinários.
E tem um detalhe que não devemos
deixar de considerar: esse fato está se desenrolando em todo mundo! Uma minoria
ainda continua achando a condição de subserviência cômoda e alimenta o
preconceito que o homem é quem deve mandar. Mas, em breve mudarão esse triste
pensamento. Trata-se de uma revolução vaginal de tal dimensão, que já chegou o
momento de termos que nos curvar, respeitosamente, dizendo com o maior orgulho:
A mulher é que é o sexo forte!
*Articulista
dessa Vida Louca (ansouza_ba@hotmail.com)
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