Antonio Nunes de Souza*
Nós
baianos, com um Estado onde a etnia negra é a grande maioria, festeja-se tanto
uma série de eventos cantantes, dançantes e carnavalescos, grita com veemência
o orgulho da sua cor, conta com o apoio das mais importantes mídias do país,
pois, no momento, não tem uma novela ou um modesto comercial, que não seja
ressaltada a presença de afro ou afrodescendente e, no dia 13 de maio que
outrora era comemorado com honras e glorias, não se nota ou percebe-se
manifestações grandiosas e históricas, da data que a princesa Isabel proclamou
a “Lei Áurea”, não tanto com a benevolência que a história ensina nos colégios.
Houveram nuances de interesses nada bondosos no ato, mas, de qualquer forma,
favoreceu aos negros e foi uma partida para a libertação dos escravos! Não
quero jamais dar aula de história, muito embora tenha feito curso de
licenciatura na matéria, deixando no fim em função de não ter pretensões de
lecionar. Tudo foi, simplesmente, para ampliar conhecimentos. Contudo, para
quem morou em Amaro da Purificação durante a infância, puberdade e juventude,
vendo, desfrutando as diversas manifestações através de danças, capoeira,
maculelê, comidas típicas, batidas de tambores afros, candomblés, etc., obviamente
estranha a apatia demonstrada em outras regiões do Estado que, sem sombra de
dúvidas, também estão recheadas de negros e mestiços.
Fico
sentido de ver coisas supérfluas serem comemoradas com honras e glorias não
merecidas e, uma tradição da nossa querida história ser esquecida ou pouco
lembrada, fazendo a cada dia nosso acervo histórico desaparecer simploriamente.
Creio ser de competência das secretarias de Educação e Cultura olharem com
carinho esses fatos e, não só exigir dos professores que transmitam tais
acontecimentos do passado, que foram muitos significativos para o nosso
presente e será sempre para o nosso futuro! Uma pena o dia do negro passar em
branco! *Escritor – Membro da
academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@Hotmail.com-antoniomanteiga;blogspot.com
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