terça-feira, 4 de abril de 2017

Encontro interessante!


Antonio Nunes de Souza*

Numa das minhas viagem pelo Brasil, já que sou representante comercial de uma marca internacional, que tem uma grande aceitação em nosso país, deparei-me no hotel com um colega de infância e morador da mesma rua que, com certeza, tinha uns vinte anos que não nos viamos, já que fomos morar em estados diferentes e, a diversidade de trabalhos, fez com que perdêssemos o contato!
Kleber, era o seu nome e tínhamos a mesma idade (40 anos). Bem apessoado como eu também e, logicamente, com uma boa vitalidade, pois estávamos no topo da idade adulta. Nos abraçamos fortemente, conversamos matando as saudades, dando e trocando notícias de outros amigos e familiares, etc., tudo isso com a maior satisfação, pois, na juventude, éramos bastante amigos! Fomos jantar num restaurante italiano e lá chegando ele pediu macarrão a bolonhesa, enquanto eu pedi uma boa pizza sabor da casa! Tomamos um bom vinho, até que chegaram os pratos e começamos a comer com uma gulodice de quem estava com fome de verdade, uma vez que já passava da vinte e duas horas. De repente, Kleber chama o metre, com a voz alta e irritada, chamando a atenção dos outros clientes, reclamando e mostrando um fio de cabelo em seu prato!
Eu, sinceramente, fiquei escabreado e horrorizado com a cena, pois poderia ser resolvido tudo de uma maneira mais civilizada, sem precisar daquele “barraco”. Ele disse que não queria mais nada e eu já estava findando minha refeição. Não endossei e nem condenei sua atitude, ficando calado e estranhando seu comportamento!

Ao sair do restaurante, pegamos um taxi e, pelo caminho, passaram duas mulheres lindas e o motorista disse para nós que eram de programa, mas cobravam uma grana preta. Kleber ficou assanhado e pediu para voltar para conversar com as mulheres. Assim foi feito, ele saltou, conversou e fez os acertos e, quando vi, estavam as duas entrando no carro. Sou muito bem casado e não estava em meus planos tal aventura, mas como era uma oportunidade de sair um pouco da linha para acompanhar um velho amigo, nada disse e topei a parada!
Fomos para o apartamento de uma delas, que tinha dois quartos muito bem montados e, logicamente, fomos transar numa boa sem preconceitos e toda liberdade. Passado uma hora, terminei, tomei um banho e fomos para sala esperar Kleber. Passou mais meia hora e nada dele aparecer. Aí, já preocupado e com pressa de voltar para o hotel, fui até o quarto que ele estava e devagarinho abri a porta e olhei. Rapaz, o homem estava fazendo o maior boquete na mulher que, revirava os olhos e dizia: não pare não meu filho!
Fechei rapidamente a porta sem fazer ruído e voltei para a sala. Depois de mais vinte e cinco minutos, sai Kleber todo animado, disse que já tinha feito os pagamentos e que tudo iria correr por conta dele. Agradeci, nos despedimos das meninas e fomos pegar um taxi na avenida. Porém, no caminho, não me contive e falei para ele: Você fez um puto escândalo no restaurante por causa de um fio de cabelo na comida e, no quarto, estava fazendo o maior boquete na mulher!
Ele, prontamente, me respondeu: Meu amigo, comigo cada coisa em seu lugar! Você iria ver o escândalo que eu faria se encontrasse um pedaço de macarrão na xota dela!
Demos boas risadas e, na verdade, nesse caso ele tinha toda razão!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL –antoniomanteiga.blogspot.com– antoniodaagral26@hotmail.com

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