Antonio
Nunes de Souza*
Numa
das minhas viagem pelo Brasil, já que sou representante comercial de uma marca
internacional, que tem uma grande aceitação em nosso país, deparei-me no hotel
com um colega de infância e morador da mesma rua que, com certeza, tinha uns
vinte anos que não nos viamos, já que fomos morar em estados diferentes e, a
diversidade de trabalhos, fez com que perdêssemos o contato!
Kleber,
era o seu nome e tínhamos a mesma idade (40 anos). Bem apessoado como eu também
e, logicamente, com uma boa vitalidade, pois estávamos no topo da idade adulta.
Nos abraçamos fortemente, conversamos matando as saudades, dando e trocando notícias
de outros amigos e familiares, etc., tudo isso com a maior satisfação, pois, na
juventude, éramos bastante amigos! Fomos jantar num restaurante italiano e lá
chegando ele pediu macarrão a bolonhesa, enquanto eu pedi uma boa pizza sabor
da casa! Tomamos um bom vinho, até que chegaram os pratos e começamos a comer
com uma gulodice de quem estava com fome de verdade, uma vez que já passava da
vinte e duas horas. De repente, Kleber chama o metre, com a voz alta e irritada,
chamando a atenção dos outros clientes, reclamando e mostrando um fio de cabelo
em seu prato!
Eu,
sinceramente, fiquei escabreado e horrorizado com a cena, pois poderia ser
resolvido tudo de uma maneira mais civilizada, sem precisar daquele “barraco”.
Ele disse que não queria mais nada e eu já estava findando minha refeição. Não endossei
e nem condenei sua atitude, ficando calado e estranhando seu comportamento!
Ao
sair do restaurante, pegamos um taxi e, pelo caminho, passaram duas mulheres
lindas e o motorista disse para nós que eram de programa, mas cobravam uma
grana preta. Kleber ficou assanhado e pediu para voltar para conversar com as
mulheres. Assim foi feito, ele saltou, conversou e fez os acertos e, quando vi,
estavam as duas entrando no carro. Sou muito bem casado e não estava em meus
planos tal aventura, mas como era uma oportunidade de sair um pouco da linha
para acompanhar um velho amigo, nada disse e topei a parada!
Fomos
para o apartamento de uma delas, que tinha dois quartos muito bem montados e,
logicamente, fomos transar numa boa sem preconceitos e toda liberdade. Passado
uma hora, terminei, tomei um banho e fomos para sala esperar Kleber. Passou
mais meia hora e nada dele aparecer. Aí, já preocupado e com pressa de voltar
para o hotel, fui até o quarto que ele estava e devagarinho abri a porta e
olhei. Rapaz, o homem estava fazendo o maior boquete na mulher que, revirava os
olhos e dizia: não pare não meu filho!
Fechei
rapidamente a porta sem fazer ruído e voltei para a sala. Depois de mais vinte
e cinco minutos, sai Kleber todo animado, disse que já tinha feito os
pagamentos e que tudo iria correr por conta dele. Agradeci, nos despedimos das
meninas e fomos pegar um taxi na avenida. Porém, no caminho, não me contive e
falei para ele: Você fez um puto escândalo no restaurante por causa de um fio
de cabelo na comida e, no quarto, estava fazendo o maior boquete na mulher!
Ele,
prontamente, me respondeu: Meu amigo, comigo cada coisa em seu lugar! Você iria ver o escândalo que eu faria se encontrasse um pedaço de macarrão na xota dela!
Demos
boas risadas e, na verdade, nesse caso ele tinha toda razão!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL –antoniomanteiga.blogspot.com– antoniodaagral26@hotmail.com
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