Antonio
Nunes de Souza*
Indo
a rua fazer qualquer coisa, você passa, imediatamente, a ser uma vítima fatal
da distribuição dos tais, horríveis e infernais, santinhos dos candidatos que,
como sempre e cinicamente, prometem mundos e fundos. Que na verdade significa o
seguinte: mundos para eles e fundos para nós!
Se
esses santinho fossem milagreiros como dizem, com certeza teríamos mais
escolas, segurança invejável, cidade limpa, trânsito organizado, ruas e
avenidas sem buraqueiras, transporte coletivo decente, além de outras coisas
básicas e essenciais para que se viva decentemente, vendo o retorno dos seus
pagamentos tributários bem aplicados e sendo cidadãos respeitados. Mas,
tristemente, nada disso acontece há uma centena de anos, e continuamos
perseguidos pelos “santinhos demoníacos” enganadores!
Gostaria
de saber quem foi o idiota que batizou esses pequenos papeis de propaganda como
“santinhos”. Se foi por deboche ou gozação, até que admito, mas, como um meio
de comunicação santificado, causa-me ojeriza. Pior ainda que as pessoas são
assediadas pelos distribuidores, recebem o boleto, olham rapidamente e, em
seguida, embolam e jogam no meio da rua, sujando mais ainda as imundas
calçadas, ocupadas em seus maiores espaços pelos camelôs com seu comércio
informal, já fixado como se fosse oficial.
Por
favor, lembrem-se que santinhos verdadeiros eram aqueles que, durante as
missas, eram distribuídos para os cristãos com a imagem do Santo do dia, como
uma lembrança eterna pelos milagres por eles cometidos. Uma antiga atitude e
costume altamente religioso, sem intenções maléficas de se aproveitar dos
adeptos que recebiam com carinho e fé. O retrato e uma oração tornava-se uma
boa lembrança para toda vida!
Portanto,
cuidado com os “santinhos demoníacos” que estão atacando em massa pelas ruas da
cidade. Pois, desses, o inferno está cheio e aqui na terra também!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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