Antonio Nunes de Souza*
Foi um encontro casual, porém, bastante proveitoso e agradável, já que havia muito tempo que não me encontrava com meu amigo Tinho, desde o tempo em que ele se dedicava ao ramo de serraria, e tinha na sua gerência uma figura inesquecível, misto de Brucutu, Huck e cow-boy do Texas que, com seu sotaque carregado, nos fazia rir bastante nos papos eventuais sobre nossas aventuras.
Naquela época sua música favorita era “Conceição”, mas, quem vivia subindo e descendo morros a sonhar era ele mesmo. Possuía um perfil perfeito de grande namorador: bem apessoado, se vestia na moda, educado, bem falante, inteligente, bem informado e bom gosto na degustação líquida e sólida. Um perfeito cavalheiro e um homem que qualquer mulher desejaria ter ao seu lado, mesmo não sendo ele chegado a enfrentar trabalhos com muitas desenvolturas. Mas, um homem desses, logicamente, Deus não criou para a labuta grosseira do cotidiano. Veio ao mundo para viver e servir de exemplo para aqueles que não sabem apreciar a vida e desfruta-la dignamente. Sempre com um sorriso nos lábios, presença de espírito e, mesmo entre os homens, fazia sucesso e provocava até certa inveja.
Esse era meu amigo Tinho Madalena, que perdi o contato por ele ter mudado de cidade e, conhecidentemente, o encontrei hoje no shopping Jequitibá.
Curiosamente, mesmo com quase uma década de quando nos vimos, o cara estava com as mesmas características, apenas uns poucos quilos a mais e uns fios de cabelos brancos nas têmporas.
A mesma pinta de rico que sempre lhe caracterizou, mesmo quando a maré estava meio baixa. Confirmei, naquele momento, que meu amigo era, realmente, um privilegiado e faz parte do grupo especial de pessoas!
-Oi Antonio, quanto tempo hem?
-Verdade meu amigo! Passei uma temporada em Salvador e, com as agonias da vida, trabalhos em áreas diferentes e seu deslocamento para Ubaitaba e Jequié, somente o acaso poderia proporcionar esse nosso encontro que, tenha certeza, me apraz bastante, pois você faz parte de uma fase gostosa de nossa vida, quando dávamos vazão a algumas loucuras comportamentais, sempre em nome do prazer e da alegria de viver.
-Temos muitas ótimas e algumas poucas péssimas lembranças!
-Verdade meu amigo, mas, tudo valeu a pena, já que sobrevivemos a todos os acidentes de percursos e aprendemos muito para contar aos nossos netos. Vivemos a vida intensamente e ainda estamos nos deliciando, graças às experiências do passado.
-Você tem recebido meus e-mails?
-Claro! E me divirto com suas crônicas muito loucas, sua fértil imaginação e a constância de criar textos, quer sejam políticos, como sociais e humor. Estou aguardando seu próximo livro!
-Breve estarei editando, pois, tenho catalogado material para mais dois livros. Apenas, por relaxamento, não dei andamento ao projeto!
Sentamos na praça de alimentação, tomamos uns chopes, conversamos muito, matamos a saudade e nos despedimos prometendo que nos veríamos, doravante, mais vezes!
-Tudo de bom pra você e não deixe de dar um abraço em seu irmão Allan, que não o vejo há mais de 30 anos!
Um encontro real que me encheu de saudades dos velhos tempos!
*Escritor–Historiador-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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