quinta-feira, 11 de março de 2021

A AVENTURA DE SÃO BENEDITO (Quatro)

 

Antonio Nunes de Souza*

Logicamente, para ficar mais a vontade apreciando toda movimentação da cidade, Bené não alugou, ou comprou um carro, preferindo andar de taxi, que ele, logo achou que cobram bastante caro, mas, como já disse, todas as contas eram “a debitar sem limites”, ou seja: 0800!

Bené e Diva tomaram um taxi e foram diretos para o Porto da Barra, praia pequena, mas, poderosa e frequentada por uma grande maioria de pessoas bonitas, inteligentes, com grana e também cheia de rapazes e moças de aluguel. Essa última parte, Benedito teve o cuidado de anotar mentalmente e observar que a “putaria” aqui na terra tinha um grande valor de prazer e comercial também!

Se achegaram a Barraca do Zé, alugaram duas cadeiras, mesa e um sombreiro. Com sacrifício o garçom conseguiu uma vaguinha para alojá-los e, sem demora, Diva que bebia pra caralho, pediu logo duas caipiroscas de maracujá e, antes porém, uma cerveja geladinha cu de foca, para rebater a noite anterior (dizia ela que uma cerveja na manhã seguinte era um puto remédio para ressaca, Bené achou até que ela tinha razão e sabia das coisas).

Com o desfile de bundas e alguns peitos, propositadamente, deixados a mostra, Bené, mesmo na sua santificação, pensava: “Que terra maravilhosa é essa meu Deus? Aqui é que deveria ser o paraíso, e essa raça de “filhos da putas” ainda se queixam e andam se matando! Vou foder com eles no meu relatório final!

Ficaram lá até o final da tarde, comeram uma moqueca de peixe43 com camarão, servida numa panela de barro com o caldo de azeite borbulhando!

 Viram que, as vezes, passava um artista global, ou um cantor famoso, fazendo a galera ficar assanhada tirando fotos e dando gritinhos histéricos! Até Bené que, quando Caetano Veloso passou, deu uma de tiete e foi tirar sua foto também. E pensou: “Quando eu chegar de volta, vou mostrar para Tom Jobim!”. Sem nenhuma dúvida, o Santo estava completamente fascinado com a tarefa e por ter começado em Salvador!

Levou Diva para sua casa para pegar algumas roupas, ficando de a noite ir busca-la, pois precisava de umas horas para fazer algumas coisas relativas ao seu trabalho. Ela concordou e ele seguiu para o hotel!

Tomou seu banho e ligou a TV para ver dois programas que lhe foram recomendados: Marcelo Rezende e Luiz Datena. Os derramadores de sangue nas salas dos brasileiros! Claro que ficou horrorizado com os crimes de estupros infantis, roubos, assaltos, traficantes de drogas, assassinatos, homofobias, racismos, maus tratos com as mulheres e crianças, em fim tudo de podre que possa acontecer num lugar como a terra tão linda e abençoada por Deus! Ajoelhou-se, pediu perdão a Deus, mas, naquele momento, a história e conotação do “livre arbítrio” não tinha o menor sentido. Lembrou-se da citação histórica: “Há algo errado no reino da Dinamarca!”

Mas, como estava em missão celestial, tinha que ser sincero, com o Espirito Santo, porém, reconhecedor de uma falta de paternidade nessas ações animalescas!

Meio triste, porém alegre com sua missão cheia de nuances boas e ruins (estava adorando as boas), Ligou para Diva avisando que iria buscá-la.

Tomou um taxi e partiu para Amaralina, para saber de Diva qual seria o destino deles aquela noite. Diva já estava assanhadíssima para ir para o Curuzú ver na Liberdade o ensaio do Ilê Aiyê, que é o retrato da negritude baiana, onde pode-se admirar toda beleza da etnia africana, que enfeita e dá vida a salvador!

Para se chegar lá foi foda. O transito estava uma merda, as ruas lotadas de gente, turistas de todas as partes, ruas interditadas, uma puta confusão que assombrou Bené, mas, Diva o acalmou e disse que era assim mesmo, pois o povo vai puto da vida, porém sorrindo e dançando pelas ruas, Um contraste filho da puta. Mas, “só se vê na Bahia!”

Com o espírito de baiano já encarnado, saltaram do taxi na Lapinha e foram andando, já tomando capetas pelo caminho, por recomendação de Diva, alegando que era a bebida que aumentava toda tesão e alegria da festa em função do pó de guaraná. Bené logo pensou: “Eu sabia que essa porra toda tinha alguma coisa a ver com o sacana do Demônio!” Mas, como disse a senadora: “relaxe e goze!’  Vou obedecê-la! Rs rs rs

Quando chegaram, os tambores rufando na cadência africana e os toque baianos, Benedito tomou o maior susto e pensou: “Meu deus estou na África no meio do meu povo querido!

Há muito tempo que não via tantos irmãos reunidos! E, ainda mais, todos enfeitados, dançando, sorrisos nos lábios, corpos suados dos requebrados e a felicidade estampada nos olhos. Porém, um paradoxo filho da puta, pois, com tanta alegria e maravilha, ao mesmo tempo acontece as mais bárbaras atitudes nos mesmos dias e horas! Uma loucura difícil de se acreditar!

Dançaram, beberam, comeram maniçoba, correram algumas vezes, por causa de algumas “porradas” que sempre acontece e, finalmente, depois das normais esfregações, beijos e abraços, partiram para o hotel, Bené já cheio de alegria, pois, logicamente, não deixaria de dar umas boas trepada, pois, Diva era insaciável por um cacete em qualquer buraco do seu corpo. Bené pensou: Eu não conhecia, mas estou até gostando de um cuzinho. É mais apertadinho e a posição de trenzinho dá uma sensação divertida e gostosa!  

E não deu outra, foderam o mais que puderam, Diva usou e abusou do cacete santificado de Bené, sempre elogiando seu desempenho, por estar sempre de prontidão na hora e posição que ela desejava. Creio que somente sendo santo, poderia acalmar a sua sedenta e sagaz xoxota! Bené, toda vez que gozava pensava: “ai estou no céu, meu Deus! Logo via a blasfêmia que acabava de pensar e, imediatamente, pedia perdão no pensamento ao Senhor e, disfarçadamente, se benzia!

Diva era insaciável e gozava várias vezes, gozos múltiplos, mas, sem cerimônia, ao tempo em que tirava o pênis da xoxota, virava as costas para que Bené enfiasse todo na sua bundinha. Só mesmo um pau santificado podia atender aquela mulher insaciável!

Como é normal, depois de uma noite dessa, justo será um bom sono reparador para, no dia seguinte, continuar as aventuras e pesquisas para seu relatório. Observem vocês que, já com quatro dias de badalações, Bené ainda não tinha escrito uma única linha no seu notebook!

Só se preocupava com o que faria de maravilhoso no dia seguinte!

Literalmente, estava super fascinado com a putaria baiana!

*Escritor–Historiador-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL–antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com

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