Antonio
Nunes de Souza*
Eu,
sinceramente, não tenho medo! TENHO É PAVOR!
Mas,
esse apavorante sentimento é porque, na minha conceituação, não tenho uma ideia
definida do que nos acontece depois da morte, fato que ninguém voltou para
contar e, mais aterrorizante para mim é ter um ataque de catalepsia com aparência
mortal, inclusive com parada cardíaca e me enterrarem vivo, tendo que acordar
dentro de um caixão numa gaveta de cimento do cemitério e morrer de verdade
completamente sufocado, como dizem que o coronavírus faz para se distrair!
Já
pensaram que situação dramática e aterrorizante?
Fora
esses problemas citados, sou capaz de enfrentar tranquilo a minha partida, já
que estou vivendo acima da média, que para muitos, me dão o prazo de validade
já como vencido!
O
mais curioso comportamento com relação a assustadora morte é que, baseando-se
nas crenças em suas inegáveis maiorias, trata-se, simplesmente de uma ida para
o céu, inferno, ou purgatório! Excetuando a crença espírita que propala a perpetuação
dos nossos espíritos, que ficam no aguardo de nova oportunidade de serem
reencarnados e voltarem a esse mundo. Será isso uma dádiva, ou castigo dobrado,
voltar para as agruras e consumições desse mundo cheio de controvérsias?
Os
católicos, crentes e evangélicos, principalmente esses últimos, que realmente professam
com dedicação e até certos fanatismos, creem piamente que, na nossa partida
Deus perdoa todos nossos pecados e vamos direto para o céu, sem precisar de avião
nem da Gol, nem da Tam ou da Azul.
Se
vão para o céu, viver numa nuvem de quarto e sala, num apart-céu com vista para
todos planetas (habitados ou não), sem ter que pagar IPTU, condomínio, água,
luz, cama, mesa e banho e ainda se alimentar de manjares feitos pelos anjos
que, após servir as refeições, ficam tocando harpas com músicas sacras e algumas
MPB?
Sinceramente,
não entendo alguém ter medo de morrer, principalmente em condições normais. Imagino
a movimentação que está sendo no céu, com essa levada do coronavírus. São Pedro
deve estar aflito na recepção recebendo uma enorme fila de turistas de todo mundo,
tendo que ter na portaria anjos poliglotas para entender a grande massa que
estamos enviando e ainda continuaremos enviando mais, por algum tempo! Alan Kardec
deve estar completamente atordoado com tantos espíritos esvoaçando em sua
volta, todos querendo acomodação, ou um retorno imediato!
Já
os ateus, esses morrem tranquilos, pois, para eles, depois que partem,
simplesmente, se tornam banquetes de micróbios e tudo encerra, não tendo nada
especial além da despedida final. Se acontecer diferente, logicamente, penderão
para alguma crença que lhe pareça mais realista!
Vejam vocês, que essa merda desse vírus, veio
me inspirar a fazer uma crônica bastante fúnebre, numa hora nada agradável,
mas, de qualquer forma, creio que tenho algumas razões em minhas dúvidas e
verdades nas minhas palavras!
Peço
que se cuidem, para demorarem mais para matar as curiosas incertezas do
destino! Pelo sim, pelo não, acho que é melhor ficar por aqui mais um
pouquinho!
Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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