domingo, 19 de abril de 2020

É DANDO QUE SE RECEBE!

                                                        Antonio Nunes de Souza*

Essa afirmação é atribuída a S. Francisco, como a tônica maior da sua oração que, certamente, ele quis com essa forte expressão chamar a atenção do ser humano, mostrando que a reciprocidade é algo muito importante para que tudo na vida funcione e flua com naturalidade. Para que haja satisfação em todas as partes envolvidas, já que servimos e fomos servidos e, como conseqüência, sorrisos de alegrias serão generalizados.
Será que as pessoas não entendem essa frase tão simples, clara e objetiva?
Ou por suas conveniências e egoísmo, só enxergam os seus lados, imaginando que têm direitos especiais ou pode manipular outras?
Minha primeira pergunta é simplesmente para compor, pois, de tão direta, o mais inocente dos seres não pode suscitar dúvidas. Coerentemente, a resposta é: Claro que entendem!
Já a segunda, com certeza enquadra-se perfeitamente na metodologia comportamental da grande maioria que, egoisticamente, presumem que seus desejos devem ser cumpridos, executados e, por suas conveniências, não se acham na obrigatoriedade de atender a quem está lhe servindo ou já lhe serviu. E o que é pior, não leva em consideração que para ser atendido deu algum trabalho a alguém, ou esse alguém teve que incomodar e ficar devendo favores a outros e, obviamente, terá que paga-los oportunamente.
É importante fixar em nossas mentes que, quando pedimos algo, estamos franqueando ao outro o direito sagrado de também de nos pedir alguma coisa quando desejar ou necessitar e, mesmo que lhe custe algum sacrifício, devemos lembrar que fomos servidos ou atendidos quando muito precisávamos, deixando assim a margem aberta para atender o que nos solicitarem.
Outra ótica que deve ser pensada é com relação ao pedido feito e atendido. Devemos esquecer o fato em si, apenas nos restringir ao atendimento, a boa vontade, a disponibilidade, etc., pois, na verdade o importante foi o pronto atendimento. É ridículo quando alguém que ocupamos nos pede algo, fazermos comparações de valores e acharmos que não devemos atender ou que as pessoas estão exagerando na reciprocidade.
Nada disso! Aprenda que devemos uma atenção, um socorro imediato, a resolução de algo que nos trazia constrangimentos, uma carona, ou até conselhos e orientações nas horas que realmente precisávamos e nos serviram bastante.   O importante não é o ato. E sim o fato e quanto ele foi benéfico num momento de necessidade!
Então, partindo dessa correta lógica, será de bom alvitre que, em todas as circunstâncias, quando tiver de pedir algo a alguém, saiba que está se comprometendo a atendê-la quando necessário, sem colocar na balança para avaliar pesos, pois, nos pratos os equilíbrios são idênticos, sejam quais forem seus volumes. A desculpa muito ouvida, conveniente e simplória: Ah! Isso não posso fazer não!
Jamais é cabível, uma vez que a pessoa está nos pedindo o que para ela é importante, precisa e deseja ser atendida, já que tem um crédito em aberto. Nessas horas, muitas vezes temos que engolir sapos, mas, não esquecer que chegou a hora da verdadeira reciprocidade.
Pelas razões expostas, para que você pense melhor antes de pedir algo, enfatizo as santas e sagradas palavras desse sábio santo: “É dando que se recebe”! Ou seja: Quando abrir os braços para receber, lembre-se que um dia terá que abri-los também para dar!

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral25@hotmail.com-antoniomanteigs.blogspot.com@hotmail.com)

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