quinta-feira, 16 de abril de 2020

PASTORES OU LOBOS?

                                                Antonio Nunes de Souza*

O que será que está faltando para nos chocar mais ainda?

Parece que nada! Mas, contando com o estúpido comportamento humano e suas imaginações férteis para a criminalidade, sempre aparece algo grotesco e assustador que jamais imaginamos que possa ser possível.
Desta feita, vendo um noticiário televisivo que só nos traz tragédias ao vivo, deparamos com o absurdo de uma quadrilha de pastores (não são pastores alemães não. São ministros(?) religiosos) que, utilizando das suas posturas e títulos evangélicos, transportavam armamentos pesados em seus veículos, contrabandeando-os para bandidos dos morros carioca.

Felizmente, pela competência da polícia federal, foram presos e autuados, confessando que receberiam R$ 20.000,00 pela entrega. E, certamente, essa não foi a primeira e nem a última vez. Possivelmente, com a estrutura montada usando a igreja como fachada, dezenas de outros armamentos já entraram para fortalecer as máfias das drogas.
Imaginem vocês, esses cretinos e canalhas que reúnem milhares de pessoas em suas igrejas(?) pregando a paz e a palavra de Cristo e, paralelamente, pactuando-se com os demoníacos e sanguinários traficantes. Ou seja: acendem uma vela para Deus abrir e facilitar o caminho e outra para o Diabo para entrar o dinheiro fácil!

Mediante as barbaridades ocorridas no cotidiano, ficamos desnorteados sem saber mais em quem confiarmos. E, por tudo isso, estamos cada dia caminhando para um desespero coletivo, desconfiança profunda, problemas psíquicos e insegurança ilimitada. Sair as ruas ou conversar com um estranho, estamos passivos de assaltos, balas perdidas, roubo dos carros, atropelamentos por bêbados ao volante, seqüestros relâmpagos e mais uma infinidade de outras tragédias que só fazem envergonhar o comportamento humano perante Deus e a sociedade!

Creio que já passou a hora para que sejam feitas reflexões desses radicais procedimentos, pois, sem sombras de dúvidas, todas as comunidades têm suas parcelas de culpa, uma vez que, o egoísmo e o singularismo dos interesses, faz com que a omissão de participar para a melhoria, marginalizam os mais carentes, revoltando-os contra a sociedade.

Nada tenho contra nenhuma religião e respeito todas. Mas, em todas elas fatos escabrosos acontecem, constantemente, que são dignos de repúdio.
Que esses pastores que em vez de apascentarem suas ovelhas estavam armando os lobos para devora-las, sejam condenados sem parcimônias ou benevolências!

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com


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