terça-feira, 14 de abril de 2020

A GANÂNCIA OU A SAÚDE?

Antonio Nunes de Souza*

Duas opções que, seguramente, são contraditórias e, principalmente, uma sendo descabidas e a outra essencial!
No caso, denomino de ganância a agonia e desespero dos empresários em reabrir os seus negócios (comércio, indústrias, finanças, etc.), com as alegações de prejuízos grandes, tendo que obedecer as seguidas quarentenas determinadas pela Organização Mundial da Saúde, governadores e prefeitos conscientes, além da grande maioria de médicos, cientistas e outros profissionais das área da Saúde!

Nem vou levar em consideração as reivindicações dos sindicatos das classes, para que não seja logo taxado de comunista, petista, esquerdista e outras acusações idiotas!
O fato grave para essa pressa na reabertura, com alegações de altos prejuízos, fechamentos, “quebradeiras e falências”, onde realmente existem possibilidades, deve-se ter o discernimento e raciocínio de ponderações que, infelizmente, todas essas coisas acontecerão no mundo, devido essa transloucada epidemia inovadora, ultra perigosa e mortífera, que atormenta o nosso planeta. E, seguramente, mesmo com uma antecipação de reabertura, grande parte disso tudo não deixará de acontecer, com a abrangência não só dos patrões como dos empregados!

Mas, existe uma sensatez da classe superiora em forçar a “barra” e antecipar a liberdade geral de todas as vertentes?
Será que ariscar mais ainda as possibilidades de contaminações e mortes é uma solução plausível?
Logicamente, os empregadores em função das suas posses, voltam ao trabalho, cercado de seguranças (carro próprio, escritório com ar condicionado, plano de saúde dos melhores e reservas em caixa para eventuais necessidades!

Agora vamos ver o outro lado da moeda: Empregados enfrentando ónibus lotados, trens e metrôs da mesma forma, esfregações e respirações cara a cara, verdadeiros amontoados como são os péssimos coletivos públicos que servem a nossa população!
Será que isso não é um absurdo, colocar em riscos os pobres coitados, afim de continuarem ampliando as suas riquezas?
Será que depois de ver a realidade da morte tão perto e diária não dá para se sentirem mais solidários, reconhecendo que, no fundo, todos, lamentavelmente, serão prejudicados?

Se faz mister que haja compreensão, menos ganâncias, reconhecimentos de que essa hecatombe apareceu para chamar a atenção de que devemos tratar melhor nossos semelhantes, dando melhores condições, valorizando seus trabalhos, fazendo uma distribuição de rendas mais justas e humana e, principalmente, cuidar melhor das necessidades básicas que somente são olhadas, com tapeações, nas vésperas das eleições!

Creio que vale a pena, ouvir a voz da razão, as pessoas qualificadas na área salutar e, depois, todos juntos, cuidarmos da vertente econômica, que por certo deixarão muitas sequelas e desgastes!

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com


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