sábado, 1 de fevereiro de 2020

SOLIDARIEDADE MASCULINA!


                                          *Antonio Nunes de Souza           

Nós, soberanos desse solo, temos que reavaliar nossos conceitos antigos, sabendo reconhecer e dar o devido valor a certos seres vivos que vivem em torno de nós, normalmente dependentes, mas esforçando-se o suficiente para alcançarem o status de humanos.
Entre os pássaros podemos citar o papagaio que é uma ave inteligente, aprende a repetir palavras e frases, canta assovia, tem aparência colorida e vistosa, reconhece pessoas, convive em uma casa e sempre está nos dando alegrias com suas falações e estripulias, simplesmente em troca de alimentação e carinhos eventuais.
Como podemos deixar de reconhecer nesse pássaro suas características quase humanas?
De jeito nenhum! Devemos olhá-lo com mais dignidade e respeito, pela sua luta constante em assemelhar-se cotidianamente aos seres racionais, muito embora com sua aparência de ave.
Temos também, entre os seres em evolução, um que não é tão inteligente, mas fala mais que o papagaio consegue aprender a ler e escrever repete com maestria os clichês bonitinhos que aprendem nos livretos de auto ajuda, canta (às vezes até muito bem), assovia, aparência multicolorida, nos proporciona prazeres, convive com relativa harmonia, faz bastantes estripulias e muitas falações, às vezes desnecessárias, só que não é apenas por alimentação e carinhos eventuais. Este ser é mais exigente, pois gosta de presentes, conforto com mordomias e, principalmente, dinheiro. Esse por sinal é o seu fraco! Se facilitarmos, e sempre idiotamente fazemos, esse ser em evolução fulmina qualquer conta bancária sem pestanejar, utilizando uma característica de todos os animais, mas, só ele tem, compatível para nossa satisfação e desperta profundamente o desejo do homem.

Embora com os predicados (bons e ruins) citados acima, vê-se claramente que se trata de um ser quase humano, que tenta de todos os meios igualar-se aos homens, conquistando um espaço igualitário, com os poderes de sua “fenda”, que é sua melhor ferramenta de trabalho ou arma poderosa, como também podemos classificar.
Seria justo nos rendermos a esse ser desde agora, determinando, não pela lei jurídica, pois nessa ele já ganhou a condição e status, e sim pela lei real, que é a dos homens, enquadra-lo como ser humano racional?
Será que ele realmente já está qualificado para tanto?
Não seria de bom alvitre aguardar mais uns 100 anos?
Sinceramente não sei! Tenho minhas dúvidas e acho que qualquer oficialização agora seria precipitada. Embora ele chegue a enganar com a aparência e imitando os procedimentos, seria uma temeridade dar liberdade total a um ser que, com benevolência, ensinamos a enfrentar a vida, damos uma série de liberdades e ele está sempre confuso e termina metendo os pés pelas mãos.

Como adoro esse ser e não quero que nada de mal lhe aconteça, sugiro que devamos aguardar pelo menos mais algumas décadas, para voltarmos com força e coragem, re-analizar criteriosamente essa alforria. E, nesse meio tempo, ajuda-lo mais ainda na sua preparação.
Entretanto, jamais podemos deixar de reconhecer o grande mérito desse ser em nos ajudar na nossa reprodução, e na sua também, através do prazer inigualável do orgasmo, que é seu handcap com todos os homens do mundo (excetuando os gays que são seus adversários e disputam o mesmo lugar com mais discernimento, inteligência e competência, mas, não possuem a “dita cuja”, porém, cirurgicamente, vão adquirindo com qualidade relativamente já apreciável”.

Mediante essa exposição sensata e justa, onde não deixei de ser imparcial, fica patenteada a solidariedade dos homens com esse ser quase humano racionalmente, dando-lhe parabéns pelo seu esforço e luta e, algum dia, se ele mudar um pouco sua tática para alcançar seus propósitos, estaremos de braços abertos para abraçá-lo e aplaudi-lo pela sua ardorosa conquista.
Os grosseiros machistas, sem cerimônia, dizem abertamente com um sorriso nos lábios, que o bicho que parece mais com gente é a mulher. Isso é grotesco e de uma deselegância ímpar! Ela apenas está passando por um processo de evolução da espécie, como todos nós passamos, desde a época das cavernas, só que seu processo é apenas mais lendo pela sua deficiência de neurônios.
Mas, como grande feminista que sou, digo e repito com orgulho e carinho: Um dia ela chega lá!

Obs. “Não concordo com nada disso, trata-se apenas de uma provocação de deboche com minhas maravilhosas mulheres!”

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com antoniomanteiga.blogspot.com)

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