Antonio Nunes de Souza*
Depois de
uma polêmica discussão entre a associação dos camelôs e o governo municipal
para que a obra da cinqüentenário fosse realizada (?), foi acordado que todos
sairiam e, temporariamente, a Praça Adami seria transformada em mercado persa,
feira de Caruaru ou Itaguai. Porém, durante esse período de obras, seria
estudado um local para que a praça fosse liberada e as vendas da informalidade
e pirataria tivessem um lugar adequado e condizente com esse tipo de comércio,
sem que faça concorrência nas portas dos comerciantes estabelecidos e pagadores
de taxas e impostos.
A idéia não
foi nada sensata, mas, como se tratava de uma medida emergencial e as decisões
estão centralizadas no poder municipal, nós munícipes tivemos que acatar e
pedir a Deus que fossemos atormentados o mínimo possível.
E nossa
grande tristeza é que Deus não nos atendeu, nem a secretaria de indústria e
comércio e, muito menos, o prefeito da cidade. A feira de camelôs está sendo
ampliada, em vez de pequenas bancas móveis retiradas no fim do dia, foi
instalada uma cobertura fixa com dezenas de metros quadrados, o número de
camelôs aumentado substancialmente, agregado a um estacionamento de moto-taxis
com mais de cem unidades, feira de automóveis novos e usados, complementada com
praça de táxi, banca de jogo de bicho, coco verde e baiana de acarajé.
Em nenhuma
hipótese somos contra a comercialização dentro da informalidade, pois,
reconhecemos que é uma maneira de se ganhar algum dinheiro para manutenção se
suas famílias e tem sido importante desde muitos séculos em todo mundo. Mas,
que seja com funcionabilidade, organização e responsabilidade, respeitando o
direito do cidadão, dentro das leis e das normas.
O que temos
a lamentar mais ainda é que, sorrateiramente, já se encontram dezenas de bancas
e mesas na cinqüentenário, voltando as negociações sem que providencias
enérgicas sejam tomadas pelos fiscais (se existem) ou pelos chefões da
prefeitura. Com certeza, agora que se aproxima o carnaval, voltará o ataque em
massa, além da ocupação da Praça Adami que já tem características de
definitiva.
Temos que condenar
a situação caótica que se encontra Itabuna em termos administrativo que, além
de estar abandonada na área da saúde e segurança, ainda foi premiada com uma
câmara de vereadores (com raríssimas e honrosas exceções) que, segundo os fatos
denunciados pela mídia, envergonha a municipalidade!
Creio que
merecemos mais respeito, e que sejam tomadas providências enérgicas, sérias e
urgentes para, pelo menos, dar uma satisfação aos que confiaram e deram os seus
votos, sem que sejam contemporizações para contornar os problemas acobertando
os errados e jogada a lama para debaixo do tapete. Pois, pela quantidade de
fatos, não cabe nem mais uma “pizza”. Talvez, um sarapatel bem indigesto!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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