quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

INFORMALIDADE OU IRRESPONSABILIDADE?

                                       Antonio Nunes de Souza*

Depois de uma polêmica discussão entre a associação dos camelôs e o governo municipal para que a obra da cinqüentenário fosse realizada (?), foi acordado que todos sairiam e, temporariamente, a Praça Adami seria transformada em mercado persa, feira de Caruaru ou Itaguai. Porém, durante esse período de obras, seria estudado um local para que a praça fosse liberada e as vendas da informalidade e pirataria tivessem um lugar adequado e condizente com esse tipo de comércio, sem que faça concorrência nas portas dos comerciantes estabelecidos e pagadores de taxas e impostos.
A idéia não foi nada sensata, mas, como se tratava de uma medida emergencial e as decisões estão centralizadas no poder municipal, nós munícipes tivemos que acatar e pedir a Deus que fossemos atormentados o mínimo possível.

E nossa grande tristeza é que Deus não nos atendeu, nem a secretaria de indústria e comércio e, muito menos, o prefeito da cidade. A feira de camelôs está sendo ampliada, em vez de pequenas bancas móveis retiradas no fim do dia, foi instalada uma cobertura fixa com dezenas de metros quadrados, o número de camelôs aumentado substancialmente, agregado a um estacionamento de moto-taxis com mais de cem unidades, feira de automóveis novos e usados, complementada com praça de táxi, banca de jogo de bicho, coco verde e baiana de acarajé.

Em nenhuma hipótese somos contra a comercialização dentro da informalidade, pois, reconhecemos que é uma maneira de se ganhar algum dinheiro para manutenção se suas famílias e tem sido importante desde muitos séculos em todo mundo. Mas, que seja com funcionabilidade, organização e responsabilidade, respeitando o direito do cidadão, dentro das leis e das normas.
O que temos a lamentar mais ainda é que, sorrateiramente, já se encontram dezenas de bancas e mesas na cinqüentenário, voltando as negociações sem que providencias enérgicas sejam tomadas pelos fiscais (se existem) ou pelos chefões da prefeitura. Com certeza, agora que se aproxima o carnaval, voltará o ataque em massa, além da ocupação da Praça Adami que já tem características de definitiva.

Temos que condenar a situação caótica que se encontra Itabuna em termos administrativo que, além de estar abandonada na área da saúde e segurança, ainda foi premiada com uma câmara de vereadores (com raríssimas e honrosas exceções) que, segundo os fatos denunciados pela mídia, envergonha a municipalidade!

Creio que merecemos mais respeito, e que sejam tomadas providências enérgicas, sérias e urgentes para, pelo menos, dar uma satisfação aos que confiaram e deram os seus votos, sem que sejam contemporizações para contornar os problemas acobertando os errados e jogada a lama para debaixo do tapete. Pois, pela quantidade de fatos, não cabe nem mais uma “pizza”. Talvez, um sarapatel bem indigesto!

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com


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