Antonio
Nunes de Souza*
“Nessa
eu não me engano,
O
destino da água é entrar pelo cano!”
Nos
idos dos anos cinquenta, tive a oportunidade de ler na revista O Cruzeiro esse Haicai
(poema estilo japonês) feito pelo nosso querido e saudoso Millôr Fernandes. E, pela
verdade inteligente expressa de uma maneira tão simples e objetiva, jamais
esqueci, como também me lembro de outras das suas grandes sacadas com relação às
coisas dessa vida louca!
Percebo
agora, quanto ele com sua capacidade criativa, já vislumbrava que os homens,
nas suas ganâncias financeiras, atribuindo tudo em nome do progresso, estavam a
cada dia poluindo as águas sem ter os cuidados necessários e importantes,
imaginando que esta jamais faltará, graças aos grandes mananciais existentes
no mundo!
Infelizmente,
esse insólito e ledo engano vem provando, cotidianamente, quanto errados estão
esses capitães do progresso com seus poderes capitalistas e tendo apoios de
políticos inescrupulosos, pois, cientificamente e tecnicamente, podemos afirmar
que, se não forem tomadas atitudes enérgicas e imediatas para sanear e reverter
uma série de projetos criminosos, salvando nossos rios e, conseqüentemente,
dando condições humanitárias de uma sobrevivência futura, com abrangência da
fauna e da flora, sofreremos as agruras da falta desse precioso líquido nas
próximas décadas!
O
povo humilde, lamentavelmente, maior e mais direta vítima em função das suas
condições, sofre a maior penalidade proveniente das suas moradias
desqualificadas e sem escoamentos sanitários, e além de já estar sofrendo
sérios dissabores, são passivos de doenças provenientes do uso de uma água
poluída ou mal tratada que, às vezes somente eventualmente, aparecem em suas
torneiras.
Urge
atitudes severas das autoridades e toda sociedade, no sentido de exigir dos
políticos ações enérgicas e eficazes nesse sentido, apoiar projetos elaborados
por profissionais competentes na área, como o de Profa. Maria Luzia, cientista
e conhecedora profunda desse assunto (hidrografia) que, com muita garra e luta, vem
trabalhando pela despoluição do Rio Cachoeira que, pela estupidez dos homens,
foi transformado em um grande esgoto sanitário.
Vamos
cuidar desse assunto com maior seriedade, se é que existe interesse coletivo de
conservar e deixar um mundo viável para nossos descendentes, não sejamos
lembrados como egoístas e destruidores da natureza que Deus nos deu com tanto
carinho!
Que
o destino da água seja “entrar pelo cano”, mas, saudável e com a abundância que
fomos divinamente agraciados!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL- antoniomanteiga.blogspot.com –
antoniodaagral26@hotmail.com
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