Antonio Nunes de Souza*
Não poderia
ser verdade. Mas, é o que eu estou vendo em minha frente cotidianamente!
Muitos
motoristas dirigindo com seus celulares ao ouvido, os motociclistas fazendo
malabarismos entre os carros, muitos buzinando demonstrando impaciência, carros
estacionados em filas duplas e semáforos lentos ou queimados e ineficazes.
Essas tristes
e desastrosas cenas poderiam ser atribuídas as constantes chuvas que estão
ocorrendo ultimamente, porém, lastimavelmente, esses fatos acontecem
constantemente em nossa cidade (como em muitas outras também), graças a falta
de um planejamento de trânsito feito, efetivamente, através de um projeto elaborado
por técnicos qualificados e estudiosos no assunto.
Nosso
departamento de trânsito sempre foi entregue a “achólogos”. “Eu acho que essa
via é melhor!” “Eu acho que aqui deve ser contramão!”, e assim sucessivamente,
fazendo adivinhações e colocando a população em risco.
Morando há mais
de cinco décadas em Itabuna, sempre presenciei e transitei pela cidade vendo
fatos similares, porém, como a quantidade de veículos era significativamente
inferior, não existiam os satânicos celulares, os estresses quase não existiam
com o cacau em alta e aí os problemas causados eram menores e contornáveis.
Entretanto,
hoje com a facilidade da compra de um carro ou moto, celular quem tem poucos
tem dois, e as ruas não foram ampliadas acompanhando essa evolução, estamos passando
maus bocados para fazer nossos deslocamentos, além dos perigos constantes que
os pedestres são submetidos, já que as faixas não são respeitadas, não só pelos
motoristas como também por eles próprios, que insistem em atravessar fora dela,
alheios aos riscos. Esse fato tem provocado inúmeros atropelos, inclusive com
óbitos.
Todos essas
questões, sem falar nos ciclistas que não respeitam sinais nem mão ou
contra-mão. Se vacilarmos somos atropelados sem dó nem piedade!
Citar as
carroças seria uma covardia! Seus burros e cavalos desfilando lentamente pelas
avenidas, deixando aquele “lindo” rastro de cocô, enfeitando a pobre e sofrida
via pública.
E, para
selar com chave de ouro, ainda somos agraciados com uma prestação de serviço
(?) que, descabidamente, nos foi impingida, já que não nos atende como deveria,
não tem a mínima responsabilidade com danos que aconteçam ao veículo e, para
maior espanto, você estaciona e não vê ninguém, saí para fazer o que precisa e,
quando volta, encontra uma advertência de multa em seu carro. Aí você procura
novamente o funcionário, não encontra, vai embora e fica à espera da multa para
quando for emplacar o carro. Sinceramente, isso não deveria se chamar Zona
Azul. E sim: Zona Negra!
Reconhecemos
que é difícil organizar um trânsito numa cidade que nunca executou seu plano
diretor e não investiu trazendo um estudioso para planificar suas vias de
acessos de uma maneira racional e funcional. Seria até interessante presentear
Itabuna, além da “reforma (?) da Cinquentenário”, também fazer um projeto decente
de trânsito urbano!
Reconheço até, que esses problemas, são nacional!
*Escritor- Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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