O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL!

                                                                   Antonio Nunes de Souza*

A preocupação do momento, que algum tempo atrás era encarada pelos céticos como modismo das Ongs, é com o desenvolvimento sustentável. Começaram a despontar os nefastos resultados na natureza e, conseqüentemente, atingindo os homens e todos os seres vivos da terra, alertando para rápidas soluções.

Mas, a preocupação maior do meu amigo, não era e é com o desespero universal. Sua agonia está voltada e restrita a sua própria pessoa, em função da mudança do seu desempenho nas suas maravilhosas aventuras amorosas.

Conforme me segredou esse amigo, que chamarei aqui de Gabriel (por uma questão de reserva), antigamente, apenas em olhar uma mulher bonita, mesmo a distância, “suas partes” se manifestavam ampliando rapidamente e, invejavelmente, partindo para uma postura de sustentação digna de uma serpente Naja quando ouve o som da flauta indiana. E, quando nas ocasiões de aproximações mais íntimas, aí é que seu orgulho ia para as cabeceiras.

-Para mim Antonio, isso é que era o verdadeiro “desenvolvimento sustentável”! As “coisas” se desenvolviam no tamanho e se sustentavam com galhardia!

-Mas, por que você usou o verbo no passado?

-Essa é que a questão meu amigo! Já não estou mais conseguindo fazer com que meu cérebro comande, honrosamente, meus desejos. Olho as mulheres lindas e sedutoras e somente a boca é que fica cheia de água. Quanto ao resto do corpo, não se manifesta em nada. Será que mudou de local meu “desenvolvimento sustentável”?

Lógico que me deu vontade de rir, mas, em respeito a sua cara de preocupado, reprimi o sorriso e, para consolá-lo, falei:

-Isso acontece com todo mundo depois de determinado tempo. Os homens deixam de ser atletas físicos, para serem bons de “oratórias”!

-Você está maluco cara! Quem vive feliz trabalhando com a boca é locutor. Eu quero é aproveitar mais os prazeres da vida, mas, de uma forma brilhante e respeitável.

-O fato Gabriel é que você tem que se conscientizar que entrou na melhor idade e isso é natural que aconteça.

-Como eu posso chamar isso de melhor idade se perdi a virilidade?

-Você tem a opção de procurar um médico e ele receitar um remédio estimulante ou, se seu caso estiver num estágio deplorável, sugerir a colocação de uma prótese que lhe deixará novamente apto para saciar seus desejos.

-Muito obrigado pela orientação, vou fazer isso hoje mesmo, pois, toda hora que ligo a televisão ou leio os jornais, vejo estampadas as manchetes: Vamos resolver o problema do desenvolvimento sustentável!

-Fico triste, Antonio, pois parece que estão gozando comigo. Espero que você seja o mais discreto possível e não comente esse meu desabafo com ninguém.

-Fique tranqüilo Gabriel. Com os segredos dos meus amigos eu sou um verdadeiro túmulo!

*Escritor-Membro da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com