Antonio
Nunes de Souza*
Saber
que nada é fácil não é difícil para ninguém!
Essa
é uma realidade comum entre todos, pois, pelas circunstâncias que vivemos,
somos atropelados, diariamente, por problemas dos mais comuns aos mais
complicados. Logicamente, com o passar do tempo vamos nos acostumando aos
acidentes cotidianos e, muitas vezes, quando a sorte aparece, tiramos de letra
todas as consumições!
E
foi o que aconteceu comigo! Lembro-me que no ano passado eu estava na maior
miséria possível: desempregado, aluguel atrasado, água cortada, prestações de
umas bobagens essenciais vencidas, enfim, numa pior e no maior baixo astral.
Imagine
vocês que, na semana santa, na sexta-feira, para seguir o regime alimentar
dentro da religião comendo peixe, tive que comprar uma lata de sardinha, pois o
preço do robalo era só para os ricos.
Mas,
como Deus existe e tem pena de seus filhos, saí um dia meio cabisbaixo e,
passando por uma lotérica, aproveitei umas merrecas de moedas que tinha no
bolso e fiz um único jogo na mega sena. E para encurtar, não é que a merda deu
certinha e eu, um fracassado e pobre, de uma hora para outra, tornei-me um
homem rico, uma vez que o prêmio dava mais de vinte milhões de reais!
Claro
que fiquei totalmente descontrolado, sem saber o que fazer com tanta grana, já
que quando pegava em dinheiro, nunca passava de mil reais.
Não
pude guardar segredo do prêmio, pois, numa cidade pequena tudo se descobre,
como também eu, pela alegria, também falava para todo mundo.
Aí
começo a minha agonia para administrar a grana, sendo um homem inexperiente,
sem profissão definida, poucas letras e sem nenhum parente próximo que pudesse
me auxiliar. Eu sou de Minas Gerais e estava na Bahia aventurando a vida
completamente sem ninguém. Abri uma conta no banco, o gerente muito solícito (o
cretino nunca falou comigo), mas, mediante a minha nova situação, me serviu
cafezinho, levou-me para uma sala particular e começou a fazer aquelas mesuras
de puxa saco, para que eu não fosse para o outro banco, pois só tínhamos dois
na cidade!
O
fato é que começaram a surgir novidades em minha vida. Só de DNA apareceram
cinco que tive que fazer para não ser explorado. Mas, um deles deu positivo e
tive que registrar o moleque, filho da empregada do bar. Embora não houvesse
nenhum amor, tirei ela do emprego e levei para minha nova casa, para cuidar de
mim e do meu garoto que chama-se Maurício.
As
casas pias e abrigos apareciam aos montes, além de doentes pedindo auxílios.
Nunca deixei de ajudar, pois, quem conhece a miséria, se comove muito mais que
os ricos.
Comprei
uma fazenda de gado, mesmo sem entender do ramo, mas, mandei buscar dois irmãos
em minas e eles que eram vaqueiros, passaram a cuidar da grande propriedade,
cheia de bezerros holandeses e nelores.
Já
esse ano, na semana santa, não me fiz de rogado, comprei uma tonelada de peixe
e distribuí na cidade para os pobres, comprei uns bonitos e bons peixes,
camarões lagostas, etc., fazendo uma comemoração bem nababesca em minha casa,
inclusive com bastante convidados. Claro que não faltaram bons vinhos de ótimas
safras, para brindar a festança religiosa e profana ao mesmo tempo!
Parece
uma história de novela, mas, algumas vezes acontecem coisas inexplicáveis que
mudam completamente as nossas vidas. Ao contrário do que me ocorreu, acontece
muito mais, pois, muitas pessoas ganham ou herdam e, loucamente, jogam tudo
fora, sem pensar no futuro.
Nada
de ficar desesperado porque as oportunidades estão demorando. Tudo tem o seu
dia certo, basta que você batalhe, seja valente, corajoso, tenha atitude e,
principalmente, muita fé. Em Deus e em você mesmo!
Nessa
vida nada é fácil!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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