Antonio
Nunes de Souza*
Sempre
fui um cara que gostava de escolher tudo com cuidado, exigente, detalhista e
também cheio de muitos preconceitos, quer seja na área racial, como social e
econômica. Imagine você que tipo sacana e presunçoso eu era, entre meus 18 até
os 33 anos!
Esse
meu comportamento fazia com que as outras pessoas não tivessem nenhuma simpatia
por mim, apenas me respeitavam por eu sempre ser um estudante da melhor
qualidade, inteligente, e ter me formado com louvor com 24 anos, em engenharia
civil.
E,
já formado e trabalhando com afinco, experiência administrativa e financeira,
consegui montar uma modesta construtora e, como era de esperar, pela minha
perseverança e objetividade, a empresa foi crescendo rapidamente que, com 4
anos eu já tinha um bom status junto a outras empresas do mesmo ramo.
Logicamente, um futuro garantido e seguro!
Chegando
aos meus 30 anos, cheio de galhardia em função do meu sucesso, comecei a
namorar com a Lúcia, uma moça da alta sociedade, família abastada e de
excelente conceito, bonita, ou melhor, linda e com um corpo invejável.
Católica, cheia de crenças e devota de Nossa Senhora!
Claro
que era a mulher que eu sonhava, e imaginava um dia encontrar para casar e
constituir uma família esplendorosa!
E
foi o que fiz. Preparei um lindo apartamento, providenciei os papeis e, com uma
grande festa, comemoramos a nossa união!
Fomos
para a Argentina e Uruguai em lua de mel, voltando 15 dias depois, cheios de
felicidades e encantos.
Mas,
como as coisas geralmente nunca acontecem como desejamos em alguns casos, com
menos de 2 anos Lúcia começou a me trair com meus amigos, motorista da casa,
padre da paróquia, fora alguns outros que eu não consegui apurar.
A
descarada me deu tantos chifres, que eu poderia ficar mais rico abrindo uma
fábrica de “berrantes”. Fiquei desmoralizado na cidade, muitos dos meus amigos
e colegas que conheceram o meu comportamento pernóstico, achando que era um ser
superior, imaginaram logo que era um castigo divino, em função da minha maneira
idiota de proceder, como se fosse o rei da cocada preta.
Atualmente,
sem filhos com a Lúcia, moro sozinho, fiz uma reflexão em meu comportamento do
passado, procuro ser mais tolerante, solidário, considerando que todas as
pessoas são iguais e merecem o mesmo respeito!
Nunca
esqueça que ninguém é melhor que você, nem você é melhor que ninguém! Todos nós
estamos passivos das reviravoltas do destino. E, esse destino, somos nós que
traçamos através de nossas ações!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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