Na educação, quem lucra com greves?
Antonio Nunes de Souza*
Todos podem ter certeza que ninguém!
Principalmente quando essa atinge, diretamente, uma vertente que precisa e é o lastro de todo ensino: o básico ou primário antes denominado!
Estamos vendo uma troca de forças, numa briga de “foices” entre a administração municipal e a classe docente, já passados sessenta e oito dias, por uma disputa de uma diferença de 5%, sendo que um lado diz que não tem condições de pagar e o outro brada que não tem condições de sobreviver. Para ser justo, estou, categoricamente, ao lado dos professores, pois, repito mais uma vez, são remunerados pelos seus importantes trabalhos, com salários desastrosos que deixam a desejar. Já do lado administrativo público, vemos uma gama absurda de cargos e apadrinhamentos, inchando as folhas e, por essa razão, não é possível atender, com justiça, uma reivindicação minúscula para uma classe merecedora e importante para nosso município e, consequentemente, para o nosso país!
Portanto, essa analogia simplista, porém objetiva, não é para dar razões fanatizadas a qualquer dos lados. Atenho-me a tentar mostrar que, os prejuízos estão bem claros com milhares de alunos, o município e em todas as vertentes e pode-se modificar esse tipo de arma para conseguir os direitos e atender as necessidades, substituindo por outros modelos menos prejudiciais e, talvez, mais eficazes!
Vou citar duas manifestações apenas, que movimentam, assustadoramente, tanto as sociedades ditas organizadas, como também o povo em geral: Quando são organizadas as “paradas Gays”, presenciamos milhares de pessoas dando seus apoios, mesmo não fazendo parte, mas, exigindo os direitos das liberdades de opções. Toda mídia voltada para o assunto (TV, Rádios, Jornais, Revistas, Blogs, etc.), solidários e, consequentemente, conseguindo resultados que pareciam impossíveis! Não estou em hipótese nenhuma fazendo comparações, apenas, apontando uma maneira mais eficaz contando com o povo em geral, para que a reivindicação seja mais veemente e atinja os objetivos! A segunda é relativa ao futebol que é a paixão nacional: Quando são realizados clássicos ou porque um técnico ou jogador é punido ou vendido para fora, milhares se manifestam (mais de quarenta mil), como também as mídias citadas acima!
Por que não se organizar e fazer levantes, juntamente com o povo (o mais prejudicado), para pressionar o prefeito e o secretário de Educação do município, para que sejam minimizados os apadrinhamentos, favores por pagamentos de votos, cargos aos montes dados aos vereadores e uma série de infinidades de despesas totalmente dispensáveis e inadequadas! Supomos que, certamente, esse volume populacional tem força para conseguir resultados, sem que seja preciso as famigeradas e atropeladoras greves, pois, se forem abertos os olhos desse mesmo povo prejudicado, mostrando que sua força é benéfica e trará ganhos na educação dos seu filhos, certamente, estarão solidário para, mensalmente ou quinzenalmente, pressionar em busca de soluções.
Obviamente, deve haver outras fórmulas de substituição, mas, como a greve é a mais simples e já está enraizada no sistema, usa-se ela sem nem pestanejar. Os professores, repito, representam a classe de todos os saberes que, além de seus conhecimentos, tem a clareza de raciocínio para elaborar soluções que menos atinja os seus trabalhos, que são de educar nosso país!
Pensem bem: “Na educação, quem lucra com as greves?”
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL antoniodaagral26@hoymail.com