Antonio
Nunes de Souza*
Em
um país como o Brasil, onde todos se acham sabidos, espertos, capazes e
conhecedores de todas as coisas, pode esse mesmo povo se ver transformado em
massa de manobra quando chegam às eleições, acreditando piamente nas promessas
políticas ou, pior ainda, se deixando levar por interesses mesquinhos de
vantagens, em detrimento aos interesses da sociedade e do município, mesmo
vendo e sabendo que o resultado será péssimo e gerará situações desastrosas?
Essa
atitude pode até ser chamada de “ouro dos tolos”, com efeito de um bumerang que, quem ajudou a arremessar, pode esperar
que a resposta retorna diretamente para sua cabeça, causando prejuízos
inestimáveis. Sendo o pior de tudo isso é que assistimos esse filme de dois em
dois anos e, tolamente, continuamos procedendo da mesma forma,mesmo jeito,
confiando nos discursos fabricados para enganar, os abraços e apertos de mãos
tão enganadores e falsos como uma nota de trinta reais. Mas...tolamente, não
mudamos nossos comportamentos, sempre achando que dessa vez será diferente.
Claro
que errar é humano, mas continuar errando e dando exemplos para os mais jovens
ou menos esclarecidos, torna-se uma tolice abominável, para não dizer uma
burrice. Nunca me cansarei de repetir que todos os políticos (administrativos e
legislativos) são “servidores públicos” que foram escolhidos para nos
representar, dando exemplos de honestidade, trabalho e realizações, sem que se
achem que estão nos fazendo favores, pois, seus ricos salários, são pagos pelo
povo com suor e sacrifício. E, se não bastassem às mordomias absurdas nas
complementações salariais, ainda aprovam mudanças nas leis colocando-os como se
fossem reis, munidos de verdadeiras “redomas” protetoras, fazendo com que as
leis somente sejam utilizadas contra o pobre povo.
Agora
mesmo, grotescamente, querem aprovar um verdadeiro absurdo, já tramitando pela
câmara e senado: a PEC 37, que vem a ser (em rápidas palavras) uma lei que
restringe os direitos do Ministério Público de fazer investigações nos processos
de corrupção e peculatos, deixando esse direito, estritamente, para a polícia
civil e federal. Isso representa tirar das mãos do povo o direito de ter um
Ministério pronto para salvaguardar seus interesses, atrofiar ainda mais as
ações investigativas da polícia que, infelizmente, não tem sozinha as condições
necessárias para um atendimento eficaz!
Uma
triste e vergonhosa proposta, demonstrando mais uma vez que eles (os
políticos), com os nossos assentimentos, continuam achando que são seres
superiores. Vamos todos lutar para que esse fato não aconteça, mostrando que
não podemos ser tolos eternamente!
*Escritor
- Membro da Academia Grapiúna de Letras –antoniodaagral26@hotmail.com
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