quarta-feira, 1 de outubro de 2025

ESSA ETNIA MERECE TAPETE VERMELHO! (Clique e leia)

Antonio Nunes de Souza*

Se levarmos em consideração a aguerrida luta, os trabalhos, esforços, dedicação, estudos, humildades e simplicidades, temos que, categoricamente, colocar um tapete vermelho para a linda e formosa etnia negra!

Essa suntuosa exclamação inicial, jamais poderá ser taxada como exagerada, ou simplesmente, por estar os negros em grande alta e evidência no mercado em geral. Minha espontaneidade dedicando carinho e simpatia, é por conhecer e reconhecer o que ela fez e faz na construção do nosso país, e em muitas partes do mundo, mesmo com a lembrança de seus ancestrais trazidos a contragosto do seu continente, em navios negreiros, acorrentados e maltratados, morrendo muitos durante as longas travessias oceânicas!

Quando foi instituído pelo governo o Dia da Consciência Negra, foi simplesmente, uma data super especial, que relembra a abolição da escravatura no Brasil, proclamada pela Princesa Isabel, que poucos sabem que não foi pela sua bondade essa sua assinatura. Pois, havia uma forte pressão interna e mundial nesse sentido, uma vez que, o Brasil foi um dos últimos países do mundo a acabar com a escravatura, talvez até tenha sido realmente o último, muito embora, absurdamente, ainda existe de formas veladas e escondidas, não só aqui como internacionalmente!

Tive o privilégio de passar a minha infância, juventude e puberdade na minha adorável cidade de Santo Amaro da Purificação (minha terra de coração) e, como é uma cidade com a maioria da sua população de negros, em função das grandes plantações de cana de açúcar e enormes engenhos, apreciei e me deliciei com as gostosas iguarias, e ainda tive meus namoricos com lindas negras, morenas e mestiças, imbatíveis em seus corpos, charmes, sorrisos e sensualidades. Fora meus grandes e fraternos amigos, que conservo até os dias atuais, com carinho, saudade e afetividade!

Tenho lembranças e saudades profundas da “Semana do Bembé” (que hoje é considerada a maior manifestação mundial da etnia negra fora da África), quando os tambores e atabaques batiam toda noite na Praça do Mercado, bem pertinho da minha casa, onde as baianas que cultuavam as religiões afro, dançavam requebrando as cadeiras, tendo algumas até que manifestavam o frenesi de desmaiar e ficar tremendo convulsivamente no solo, que era dito que tinha “dado o santo”, ou recebido. Juro que ficava assustado, assombrado e tinha um medo retado!

Atualmente e lamentavelmente, ao que me parece, a data oficializada caiu quase no esquecimento, já não se vê eventos importantes sobre esse momento valioso em nossa história cultural, principalmente na Bahia, berço da maior negritude no mundo, fora da África!

Sinto profundamente esse fato, assim como sinto a desprezível maneira que é tratada a etnia negra (aprendi na faculdade na minha licenciatura de história, que “raça é de animal irracional), na sua origem africana, cheia de ditadores e exploradores tiranos, apoiados por países ricos, deixam esse povo maravilhoso morrer à mingua, doenças, sede e fome. Muito lastimável essa falta absurda de solidariedade humana e reconhecimento mundial!

Mesmo que não tenha eco, não deixo, em nenhuma hipótese de carinhosamente, bradar: “OBRIGADO MARAVILHOSA ETNIA NEGRA. VOCÊS SÃO BONITOS, GUERREIROS, INTELIGENTES E AJUDARAM A CONSTRUIR O NOSSO MARAVILHOSO PAÍS!”

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!


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