Antonio Nunes de Souza*
Sou
talvez, um exemplo de jovem com os méritos mais admirados e respeitados por
todos. Não bebo, não fumo, trato-me bem nos exercícios, aparência acima do
normal, visto-me dentro da moda, enfim, um cara que toda mulher que não gosta
de cafajestes deseja!
Então,
com essas características, chovia mulheres e ainda chove na minha “horta”, não
faltando verduras para eu fazer salada, comer e me lambuzar!
Isso
me fazia feliz, sem ter queixa da vida em nenhuma hipótese, pois, além de tudo,
já com 33 anos, tinha dois como funcionário federal concursado, ganhando uma
grana respeitável. Se não me engano, sou o exemplo digno para servir de
parâmetro com a rapaziada atual, que só quer “sacanagens” e programas que não
levam a porra nenhuma!
Como
acontece com todo mundo, sempre tem uma mulher que desejamos e, infelizmente,
ela não nos dá bola, nem nos percebendo, ou fazendo que não percebe, passando
apenas, dando um modesto cumprimento, quando nos batemos no elevador!
Como
Deus tem o dom da bondade, um dia Stefanny me deu um “mole” inesperado, e
conversamos sobre uma pizzaria nova que tinha aberto uma franquia na Pituba e,
se eu desejasse, poderíamos ir conhecer. Porra cara, foi como se eu tivesse
acertado na mega sena sexual, sem nem ter comprado o bilhete. Aceitei na hora e
combinamos para a noite seguinte eu pegá-la no terceiro andar, já que eu morava
no sexto!
No
dia seguinte, dia de Cosme e Damião, comi um caruru muito do gostoso no almoço
no restaurante da repartição, rezando para que já chegasse a noite, pois, desta
feita, traçaria bonitinho a gostosa da Stefanny!
Rapaz,
não é que no fim da tarde, minha barriga começou a dar aqueles roncos, comecei
a dar uns puns fedidos e, indo ao sanitário, me veio uma daquelas caganeiras
desastradas e fedorentas. Parecia um esguicho de merda salpicando todo o vaso
sanitário. Tudo isso fora a dor aguda no intestino. Eu suava pra cacete, ao
tempo em que pensava na minha programação noturna, com a mulher que sempre
desejei.
Já
em casa, tomei um bom banho, peguei no criado mudo um remédio recomendado para
esses casos, e fui me vestir!
Aí
mermão, já pronto, voltou a vontade de ir ao vaso! Rapidamente tirei a roupa e,
automaticamente, o esguicho de fezes amareladas voou outra vez, que a latrina
ficou parecendo uma árvore de natal de cocô!
Tomei
um novo banho, pois, perder a chance que Stefanny havia me dado, nem pensar.
Imaginei que depois dessa terceira cagada, as coisas estivessem amenas e eu
poderia, com cautela, enfrentar minha sonhada aventura. E foi o que fiz!
Na
hora marcada, estava eu na porta do AP de minha desejada gata. Com o maior
sorriso aberto na cara, e o cu fechadíssimo na bunda!
Comemos
a pizza, tomamos um vinho de boa safra, recomendado pelo maitre, paguei a conta
e nos dirigimos para o carro. E foi aí que começou o “desastre fatal”. Fui dar
um peidinho daqueles silenciosos e com cautela e, imediatamente, senti escorrer
uma calda quente em minha bunda e nas pernas! Literalmente, me caguei todo.
Fedia tanto que imaginei estar vendo uma revoada de urubus, voando em volta de
mim, procurando a carniça. Eu, abobalhado e envergonhado, somente via Stefanny
dando gargalhadas, com as mãos tapando o nariz e, logicamente, se afastando pra
não se sujar!
Não
tive outra alternativa a não ser de pedir que ela tomasse um taxi para voltar,
pedindo-lhe mil desculpas pelo acidente ocorrido inesperadamente. Ela afastou-se
sem dar uma palavra, também sem controlar as gargalhadas!
Fui
para casa puto da vida e acreditem vocês, nunca mais Stefanny me dirigiu a
palavra e, quando raramente nos encontramos no elevador, eu fico suando e
nervoso, e ela vira a cara morrendo de sorrir!
Aconselho
a vocês, que na véspera de um bom encontro, tenham cuidado com o que comem,
pois, seus programas podem dar em merda!
*Escritor,
Historiador, cronista e um dos Membros fundadores da Academia Grapiúna de
Letras!
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