Antonio Nunes de Souza*
Acredito que no meu íntimo, exista à vontade e o desejo sacramentado, de na outra vida (se é que existe essa impossível façanha), voltar sendo uma mulher!
Ao
ler essa exclamação tão enfática, o leitor pensará logo que a idade está me
fazendo ter idéias transloucadas, impulsos de jogar água fora da bacia e outras
tolices mais desastrosas. Mas, não é nada disso. Posso explicar minuciosamente
o “por quê” do meu desejo, baseando-me na prática em lidar intensamente com o sexo
oposto, que reputo, sem nenhuma dúvida, como a primeira maravilha do mundo. As
outras sete eleitas pelos homens, para mim são apenas meros complementos desse
maravilhoso mundo que vivemos!
Além da beleza indescritível do seu corpo, mais
belo, peazeroso e admirável, que fiz apologia na crônica anterior, é o seu
interior, que além de armazenar o útero e o ovário, responsáveis em produzir
novas vidas, com o carinho que somente ela poderia predispor-se a dar, aloja
por trás do seu belo rosto um cérebro subdivido em paciência, tolerância,
compreensão, discernimento, bondade, e uma grande parte de controle emocional,
para administrar a volumosa dose de amor existente em seu coração. A mulher é,
sem nenhuma dúvida, o mais perfeito e melhor dos seres criados ou surgidos
nesse maravilhoso planeta terra!
E, partindo dessa premissa, como posso não desejar
voltar nas repescagens acreditadas pelos “espíritas”, sendo o melhor dos
melhores?
E
digo com sinceridade, que não vou querer nada de ficar disputando espaço,
querendo mandar, dividir contas, ser política, etc. Vou ter orgulho de ser
chamada tolamente de sexo frágil, pois, no fundo saberei que a forte sou eu,
que usando um simples sorriso ou uma lágrima, colocarei aos meus pés qualquer
machão que deseje. Pois, no quesito de jeitinhos para conseguir as coisas, foi-lhe
esbanjada muitíssimas benevolências. Nessa particularidade, certamente, segundo
as crenças, faltou barro para dar o mesmo a Adão.
A comemoração do Dia Internacional da Mulher (8 de
março), é o dia que, mundialmente, comemoram ela, mas, sinceramente, eu a
idolatro todos os dias do ano, e farei, literalmente, até a minha morte, pois, não
poderia fazer maior homenagem, que invejar todos os seus méritos, e desejar ser
uma delas no futuro!
Porém, para aproveitar meus restinhos de anos, que
ainda devo desfrutar nessa vida como homem, nada mais justo será, que num gesto
de gratidão e reconhecimento a esse pobre pecador, que reconhece a mulher como
uma joia rara e inigualável, que todas elas me procurem e me encham de carinhos,
prazeres e amor, fazendo feliz esse pobre e velho homem, que voltará algum dia
empunhando, orgulhosamente, a bandeira feminista.
Mas, não abusem muito não, senão eu vou me
vislumbrar tanto, e querer voltar homem de novo!
*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos
membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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