Antonio Nunes de Souza*
Existem seres especiais que são
inexplicáveis por natureza!
E, um deles, talvez o único que
tive oportunidade e privilégio de conhecer e conviver de pertíssimo, é o inexplicável
e genial Caetano Emanoel Viana Teles Veloso!
Suas genialidades podemos
presumir que tenham vindo, desde que era um simples e sagaz espermatozoide que,
sem nenhuma pressa, somente usando sua capacidade de convencimento, todos os
outros deixaram que ele fosse na frente, e se alojasse bem aconchegante no
óvulo, e pudesse ficar tranquilamente nove meses aguardando, para botar a
cabeça no mundo e revoluciona-lo literalmente!
E o mais curioso é que ele já
nasceu adulto, pois, na sua infância, juventude e puberdade, sempre foi
respeitado pela sua capacidade e tirocínio, demonstrando uma maturidade e força
muito estranha, para detectar as cores e os sons graves e agudos. Creio e
imagino, que quando a parteira deu o tapinha tradicional em sua bundinha, ele
chorou em “si bemol”. Nunca foi considerado um ser diferente, pois, por ser
único, seria impossível se traçar algum parâmetro!
Embora tenha crescido como todas
pessoas normais, seus maiores crescimentos eram o mental e ocular. Além dos 360
graus que enxergava em sua volta, criava em sua fértil e privilegiada mente, premonições
inacreditáveis e utópicas, que para nós pobres mortais, muitas vezes, graças as
nossas ignorâncias, não levávamos a sério, ou dávamos as importâncias devidas.
Tempos depois, esse comportamento foi denominado de “vanguardismo”. E nós,
ridicularizados e escabreados, comprovávamos suas razões. Seus poemas e suas
canções são feitas hoje tão na frente, que nós seres cimuns, só as entendemos
amanhã ou depois de amanhã!
Quando ele disse que “dois e dois
são cinco”, por pouco não foi modificada a conceituação matemática. Mas, não
deixou de fundir muitas cabeças, já habituadas a ouvir as suas declarações e
poemas musicais, aparentemente sem pés nem cabeças, que na verdade o que faltavam
eram cabeças para entender os pés das sublimes e deslumbrantes obras poéticas,
musicais e literárias, que são verdadeiras doçuras para nossos olhos, ouvidos e
coração!
Suponho que, mesmo para mim, que
convivo com ele desde a infância até os dias de hoje, uma amizade ultra fraternal,
com carinhos e confidências recíprocas, não tenho as mínimas condições de
explica-lo. Pois, os gênios não tem explicações. Tem os lendários e fictícios
que vieram da “Lanterna de Aladim”, mas, esse concretíssimo, veio do útero
celestial e abençoado de nossa amada e inesquecível Dona Canô!
E tem um grande detalhe, que vale
a pena destacar para os poucos informados, que ele não é um gênio solitário de
uma família, pois, todos seus irmãos e irmãs (meus por osmose), são
especialíssimos em todas as áreas que enveredaram!
O máximo que podemos fazer é não
querer explica-lo, e reverenciá-lo, ouvi-lo, admirá-lo e agradecer aos céus por
ele e essa família existir!
*Escritor, Historiador, Cronista,
Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!
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