Antonio
Nunes de Souza*
Tenho
minhas dúvidas se ainda conhecerei um homem como meu querido amigo João!
Bonachão, gozador, simpático e, acima de tudo isso um grande “fodião”!
Até
a letra da música de Dorival Caymi, ele cantava assim: “Quem não gosta de xota,
bom sujeito não é. É ruim do juízo e doente do pênis”. Todos riam e se
deliciavam com suas aventuras, que ele, orgulhosamente contava, nos deixando
babados de desejos e mortos de inveja.
Vaidosamente, dizia que já tinha comido mais da metade das moças do bairro,
principalmente aquelas que também gostavam da sacanagem e, pela fama do homem,
todas queriam provar e comprovar o sabor da rola mágica que ele carregava entre
as pernas!
E
não era apenas bom de cama, pois trabalhava na Secretaria da Educação do
Estado, sendo um eficiente funcionário da área administrativa e financeira. Já
com seus 37 anos, solteiro por convicção e boêmio por satisfação. Como também
seu tipo físico não era de se jogar fora, uma vez que tinha o seu charme
pessoal e andava sempre bem vestido, e dizia: “Temos que estar preparados, bem
barbeado, roupas da moda, cabelos com os penteados que estão bombando e cheiroso.
Nunca sabemos o que vamos encontrar e esses detalhes são, comprovadamente,
essenciais para uma conquista.
Realmente,
João era um mestre em xoxotas, frutas que ele adorava, mas não dava nas
árvores. Tinha que ter talento para ganhar uma das mais saborosas!
Mas,
como sempre acontece quando as coisas vão muito bem, João conquistou a mulher
do dono açougue, mulata das mais tesudas no pedaço, com 23 anos bela e
provocante. Pelo seu desejo incontrolável, diariamente, quando o português
Joaquim ia para o açougue ele aproveitava para dar uma, ou duas com sua amante
querida, ainda comia um gostoso filet, ou uma saborosa picanha como sobremesa,
pois, o prato principal era a xoxota e a bundinha de Anita.
Aí,
numa dessas tardes, alguém com ciúmes ou por sacanagem, telefonou para Joaquim
e disse que ele fosse em casa que alguém estava papando sua mulher. Enfurecido,
saiu desesperado ainda com avental e com uma grande faca amolada na mão, entrou
no carro e, chegando no apartamento, encontrou João de cueca tomando um
licorzinho para ajudar a digestão. Joaquim sacou o revólver e com a faca na
mão, mandou que ele baixasse a cueca imediatamente, deu a faca para ela e
ordenou: “Corte o pau desse canalha agora, senão eu lhe mato e a ele também,
provando a traição e adultério!”
Ela
nervosa e com medo, pois sabia que Joaquim faria o que estava ameaçando, mesmo
João pedindo perdão e pelo amor de Deus, recebeu a mão dela puxando pelo saco
e, num só golpe, sua pica voou no meio da sala. E, logicamente, ele desmaiou,
só acordando no hospital, onde os médicos por não saberem exatamente o que fazer,
perguntaram ao João e ele, sem pestanejar, autorizou que fosse feita uma
vagina. E tudo foi feito com perfeição.
Alguns
anos depois, numa da esquinas da Pituba/Amaralina, passando vi um traveco,
muito parecido com ele. Parei o carro e me aproximei perguntando:
-Você
não o João do Rio Vermelho?
-Era,
pois meu nome agora é Andreza e faço vida aqui nesse setor. Mesmo com o que me
aconteceu, eu jamais abandonaria a putaria em minha vida. Comecei comendo e vou
terminar dando. Estou seguindo a oração de S. Francisco: “É dando que se recebe”!
Dei muitas e boas fodas e agora estou recebendo!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de Letras-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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