Antonio
Nunes de Souza*
Todos
nós, se esmiuçarmos nossos baús de recordações, certamente, encontraremos algum
fato da infância, ou até da puberdade, que ficou gravado em nossa mente, sendo
que alguns são ou foram mais relevantes e terminaram virando traumas
inesquecíveis!
E
essa foi o caso de Raphael. Homem de uns 32 anos, especializado em hotelaria,
morador em várias capitais, gente boa, mas, infelizmente, tinha uma dessas
traumas infantis, que o perseguia por todos os anos da sua vida: Sua mãe não
produziu leite e ele jamais teve a oportunidade de mamar e saber o gosto do
divino alimento maternal!
Aconteceu
que Raphael precisou de fazer uma viagem de trem, para um cidadezinha do
interior e, como ainda existia na região a via férrea, ele preferiu ir para
desbravar os campos viajando para seu destino. A viagem foi no fim da tarde,
início da noite e, como ele chegou atrasado, somente encontrou um lugar
naquelas cadeiras que se viaja de costas e fica olho no olho com a pessoa da
cadeira em frente. E isso lá no fim da classe.
Em
sua frente estava uma senhora bem jovem, com uma criancinha no colo, sempre
sacudindo-a, mesmo sem ter a necessidade, pois o trem já fazia isso muito bem!
E, algumas vezes, tirava discretamente o peito e dava de mamar ao bebê. Raphael
não tirava os olhos e a mulher, já encabulada com a curiosidade dele, terminou
falando: Por que o senhor não é mais discreto e olha para o outro lado?
Já
com os olhos cheios de lágrimas Raphael responde que era um trauma de infância
e contou a sua história de jamais ter mamado na vida.
A
mulher ouviu calada e a viagem prosseguiu. Porém, como o choro de Raphael a
tinha sensibilizado, a noite, com o vagão meio escuro, ela resolveu fazer uma
caridade e, inesperadamente, falou para ele que podia mamar um pouco para
aliviar a sua dor de infância, para ela seria um ato de piedade cristã. Ele não
se fez de rogado e, prontamente, deitou a cabeça no colo da mulher e, como um
bezerrinho, começou a mamar, até com certa gulodice!
Então
foi que aconteceu o inesperado! A mulher ficou excitada com mamação nos seios e
cheia de desejos sexuais que afloraram, falou para ele: O senhor não quer mais
nada não, se quiser eu dou? E ele tirando lentamente a boca do seio bem
entumecido, olhou para ela e disse: A senhora não tem aí uns biscoitinhos creme
craques não?
A
mulher, puta da vida, respondeu: Levanta a cabeça seu sacana e vá mamar na casa
da porra!
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de Letras
–AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com