sábado, 1 de agosto de 2015

Uma mulher perfeita!

Uma mulher perfeita!


Antonio Nunes de Souza*



Curiosamente, sempre que escrevo sobre mulheres, desconheço as razões, mas faço observações e narro fatos de comportamentos, feitos por todos na surdina, porém, condenados pela hipocrisia social. Hoje, talvez um dia diferente em minha pecaminosa mente, e uma conversa com uma querida e maravilhosa amiga que tive a oportunidade de encontrá-la em um evento, resolvi de bom grado dissertar sobre uma mulher perfeita!



Logicamente, os machões de plantão, depois de ler esse primeiro parágrafo, deram uma risada larga e debochada por duas razões: primeiro por eu estar mudando minha linha sobre o comportamental feminino. E segundo, porque para eles, não existem mulheres perfeitas. Essa generalização, mesmo na gozação geral, não só entre os homens, como nas rodas femininas, os homens são rotulados como terríveis e cheios de defeitos. Essa guerra de sexos, por brincadeira ou não, tornou-se um chavão popular, cada sexo condenar o outro. Eu, sinceramente, fico no meio dessas opiniões, pois não creio que, entre os gêneros, não exista bastante exceções dignas de destaques!



Como só me chamaram a atenção até hoje foram as “banda voou e periguete”, fui buscar no fundo do baú minha doce e bonita Betinha, criança maravilhosa e cheia de meiguice com o nome de Elizabeth, mas, para todos sempre foi chamada com muito chamego de Betinha. Bem comportada na infância, prestativa e obediente, chegando na juventude já participando de chás de caridade, ajudas nas casas pias, asilos e escolas para pessoas especiais, dividindo muito bem o seu tempo e não deixando de fazer sua faculdade de assistente social, uma vez que se identificava completamente com essa atividade!



Pouquíssimos namoricos, pois logo conheceu Dr. Jonatas, PHD em agronomia pela Universidade de Oxford e casou-se, tendo um casal de filhos, educando-os, sendo uma excelente esposa, mãe e dona de casa. Era de uma religiosidade incrível, uma vez que, assistia missas várias vezes por semana, sempre comungando e dedicando um amor profundo a igreja, que era comandada pelo estimado Padre Barreto.



Por ironia do destino, Padre Barreto viajando para fazer uma celebração em uma paróquia vizinha, houve um acidente e ele, juntamente com o motorista, morreram sem terem tempo de serem socorridos. E, para desgosto total, quem tinha se oferecido para levar o Padre Barreto, foi, exatamente, seu marido Jonatas, que foi a segunda vítima fatal do desastre. Para Betinha, com seus 33 anos apenas, dois filhos pequenos, sofrer esse baque de perder o marido e, ao mesmo tempo, o padre que era seu amigo e confidente, foi uma lástima e sofrimento duplo!



Betinha continuou a sua vida, tomou a frente dos projetos e eventos da paróquia, até que viesse um novo padre para comandá-la. E aconteceu com apenas dois meses a chegada de Padre Jorge, jovem com seus 32 anos, muito apessoado, corpo de manequim e pinta de galã global, já que além de tudo, era um moreno bronzeado e tinha os olhos esverdeados, dando-lhe uma aparência hollywoodiana. E, para completar, era cantor já com alguns CDs e DVDs gravados!

Me mudei, fui para um lugar distante e, passados cinco anos, resolvi ir visitar minha cidade, matar a saudade, rever amigos, etc., chegando lá entre abraços e beijos afetivos, perguntei por Betinha. Aí, todos se olharam e depois de um rápido silêncio um deles disse: Rapaz, não é que Betinha largou os filhos com os pais e fugiu com o padre cantor!

-Não é possível. Só pode ser brincadeira!

-Verdade meu amigo, eles agora estão em S. Paulo, ele se apresenta nos programas de Faustão, Luciano Rouk, Ratinho e outros, além de fazer shows pelo Brasil. Ela, além de ser sua mulher é a empresária. Nunca mais veio aqui, talvez com vergonha, mas mandou buscar os filhos assim que se instalou!

-Para mim ela não tem nada que se envergonhar. Isso acontece até no reino da Inglaterra, como também em toda sociedade do mundo, apenas os falsos moralistas é que dizem não concordar e fazem tudo ou pior, as escondidas!

Pois, no meio conceito, minha querida Elisabeth, a doce Betinha, é uma mulher perfeita!



*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL –antoniodaagral26@hotmail.com



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