terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A Festa dos Reis Magos!



Antonio Nunes de Souza*

Seria uma injustiça da minha parte, não escrever um artigo retratando a maravilha que é a festa dos Reis Magos de D. Canô em Santo Amaro da Purificação. Cortejo esse que acompanho de perto há mais de 50 anos, tendo inclusive o privilégio de já ter representado um dos Reis Magos, como é o costume de se escolher entre todos os presentes, três homens para esses honrosos personagens. Na ocasião, ou dia que fui escolhido, tinha ao meu lado como os outros dois Reis as personagens deslumbrantes de Caetano Velloso e Gilberto Gil. Mesmo sendo tudo de mentirinha, me senti um rei de verdade por estar ladeado dos meus grandes amigos de dezenas de anos que, na verdade, têm seus reinados nas artes e cultura mundial! Esse ano, para a gloria dos santamarenses, um dos reis foi o querido e competente filho da terra Jorge Portugal, que, pelas suas qualidades, foi nomeado o Secretário de Cultura do Estado da Bahia.
Essa festa que hoje já faz parte do Calendário Folclórico da BAHIATURSA, mesmo depois do falecimento de D. Canô com seus bem vividos 105 anos, (já fazem dois anos com sua ausência), continua com a mesma pujança, alegria e representatividade, sobre a batuta e organização do seu filho Rodrigo Velloso, que aliás, já há algum tempo comandava o evento com maestria e dedicação. Rodrigo hoje é o Secretário de Cultura de Santo Amaro, dando um impulso a cultura, educação e cidadania, jamais visto no pequeno e adorável município!
Como sempre a cidade recebeu milhares de turistas (nacionais e internacionais), além das pessoas locais e de cidades circunvizinhas, que não dispensam de participar ativamente desse lindo evento folclórico, que é algo religioso, porém, como tudo no nosso país, não deixa de existir em seu bojo, as comilanças, bebidinhas, danças, namoros, etc., nas iguarias do nosso rico recôncavo o carro chefe é a famosa Maniçoba, que claro e obviamente, comi duas vezes, matando a saudade desse manjar, não encontrado em nossa região!
Tão bom seria que nossa cidade cultuasse alguns eventos folclóricos existentes, ou revitalizasse os extintos e esquecidos, no sentido de preservar uma história para nossos filhos e netos, mostrando para eles que aqui só existe axé, arrocha, forró, funk, pagodes, etc.
Foi mais um momento inesquecível da minha vida, em uma das minhas queridas terras que me acolheram por alguns tempos, sendo S. Amaro que mais me marcou em função de ter vivido a infância, puberdade e juventude, praticamente foi a formadora da minha personalidade e, por essa razão, amo profundamente essa cidade cheia de fetiches, dogmas, segredos, belezas e, principalmente, muito misteriosa!  
Se você tiver a oportunidade, não deixe de ir ver uma das suas festas, que geralmente acontecem de janeiro até início de fevereiro, pois, além de curtir todas essas citadas maravilhas, vá com o corpo preparado para entra com gosto nas animadas rodas de samba, estimuladas por autenticas baianas!
Santo Amaro não é uma cidade. É um pedacinho do céu!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

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