Antonio
Nunes de Souza*
Seria
uma injustiça da minha parte, não escrever um artigo retratando a maravilha que
é a festa dos Reis Magos de D. Canô em Santo Amaro da Purificação. Cortejo esse
que acompanho de perto há mais de 50 anos, tendo inclusive o privilégio de já
ter representado um dos Reis Magos, como é o costume de se escolher entre todos
os presentes, três homens para esses honrosos personagens. Na ocasião, ou dia
que fui escolhido, tinha ao meu lado como os outros dois Reis as personagens
deslumbrantes de Caetano Velloso e Gilberto Gil. Mesmo sendo tudo de
mentirinha, me senti um rei de verdade por estar ladeado dos meus grandes
amigos de dezenas de anos que, na verdade, têm seus reinados nas artes e
cultura mundial! Esse ano, para a gloria dos santamarenses, um dos reis foi o
querido e competente filho da terra Jorge Portugal, que, pelas suas qualidades,
foi nomeado o Secretário de Cultura do Estado da Bahia.
Essa
festa que hoje já faz parte do Calendário Folclórico da BAHIATURSA, mesmo
depois do falecimento de D. Canô com seus bem vividos 105 anos, (já fazem dois
anos com sua ausência), continua com a mesma pujança, alegria e representatividade,
sobre a batuta e organização do seu filho Rodrigo Velloso, que aliás, já há
algum tempo comandava o evento com maestria e dedicação. Rodrigo hoje é o
Secretário de Cultura de Santo Amaro, dando um impulso a cultura, educação e
cidadania, jamais visto no pequeno e adorável município!
Como
sempre a cidade recebeu milhares de turistas (nacionais e internacionais), além
das pessoas locais e de cidades circunvizinhas, que não dispensam de participar
ativamente desse lindo evento folclórico, que é algo religioso, porém, como
tudo no nosso país, não deixa de existir em seu bojo, as comilanças,
bebidinhas, danças, namoros, etc., nas iguarias do nosso rico recôncavo o carro
chefe é a famosa Maniçoba, que claro e obviamente, comi duas vezes, matando a
saudade desse manjar, não encontrado em nossa região!
Tão
bom seria que nossa cidade cultuasse alguns eventos folclóricos existentes, ou
revitalizasse os extintos e esquecidos, no sentido de preservar uma história
para nossos filhos e netos, mostrando para eles que aqui só existe axé,
arrocha, forró, funk, pagodes, etc.
Foi
mais um momento inesquecível da minha vida, em uma das minhas queridas terras
que me acolheram por alguns tempos, sendo S. Amaro que mais me marcou em função
de ter vivido a infância, puberdade e juventude, praticamente foi a formadora
da minha personalidade e, por essa razão, amo profundamente essa cidade cheia
de fetiches, dogmas, segredos, belezas e, principalmente, muito misteriosa!
Se
você tiver a oportunidade, não deixe de ir ver uma das suas festas, que
geralmente acontecem de janeiro até início de fevereiro, pois, além de curtir
todas essas citadas maravilhas, vá com o corpo preparado para entra com gosto
nas animadas rodas de samba, estimuladas por autenticas baianas!
Santo
Amaro não é uma cidade. É um pedacinho do céu!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna –
antoniodaagral26@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário