quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Já é carnaval cidade!



Antonio Nunes de Souza*

Como diz a letra poética e bonita, que não me recordo o autor, “Já é carnaval cidade, acorda pra ver”, pois, na nossa querida Bahia, nós brincamos carnaval o ano todo, todos os dias e ainda achamos tempo para trabalharmos e fazer o nosso Estado crescer perante todos os outros. Será um milagre? Nada disso, meu filho, nós pertencemos a nova etnia brasileira que, maravilhosamente, é guerreira, lutadora e sempre procura vencer os maiores obstáculos que nos são postos pela frente. Somos, orgulhosamente: Afrodescendentes, negros, mulatos, sararás, morenos, pardos, enfim, os verdadeiros brasileiros que, com a participação forte dos índios, nos deram não só uma melhora nos cabelos, como também, aquela gostosa preguiça para descansar entre um festa e o trabalho. Lógico que não somos de ferro, mas, temos uma têmpera que o aço nos inveja!
Na nossa cidade, que já festejou esse evento muitos anos atrás com galhardia e espetáculos dos mais empolgantes, contando com as maiores bandas, melhores artistas e uma organização impecável, infelizmente, aos poucos foram decaindo, decaindo, até chegar a não existência da folia momesca. Uma pena, lamentável, mas, por determinações políticas, esses dias comemorados em todo Brasil, foram legados ao esquecimento. Deixando a cidade vazia de festas e cheia de tristes saudosistas.
Como acontece todos os anos, com maior ou menor escala, teremos a tradicional “Lavagem do Beco do Fuxico” contando com a participação dos tradicionais Blocos dos Casados, Mendigos de Gravata, Maria Rosa e outros que não recordo os nomes, mas, são esses que, com esforço, fazem esse acontecimento não cair nas malhas do esquecimento, contando com a orgulhosa e qualificada clientela do bar do Rei das batidas, Mestre Alencar. Esse ano além das charangas e bandinhas dos blocos, haverá uma apresentação no trio elétrico com nosso querido compositor baiano, criador real da nova música baiana com a dança do Tititi e seu maior sucesso que avançou por todo Brasil; Nega do cabelo duro! Grande músico, compositor, cantor que, por muitos anos, abrilhantou nossas festas itabunenses!
Então amigos, faltando duas semana para a oficialização da abertura, não deixem de cantar, mexer as cadeiras, fazer caras e bocas, pois, Já é carnaval cidade, acorda pra ver!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

Olhar de "fimose!"



Antonio Nunes de Souza*

Quem tem hábito de ler minhas crônicas sempre observam algumas citações filosóficas do meu saudoso avô, com relação as coisas da nossa vida louca! Desta feita, lembro-me que ele dizia sempre: “Meu netinho quando você ver alguém com os olhos entreabertos, com as pálpebras caídas, como se fosse “fimose”, tenha medo, pois, normalmente, são figuras perigosas, falsas e desonestas”. Eu, ainda na adolescência, não levava muito em conta, uma vez que, como sempre, os tolos jovens não gostam de seguir os conselhos dos mais velhos, sempre com as alegações de caretas, exagerados, ultrapassados, etc., mas, com o passar do tempo, vamos aprendendo e começamos a lembrar de coisas importantes que nos foram passadas. E essa frase agora bateu forte com os acontecimentos atuais!
Trata-se do magistral rei das falcatruais e desvios de dinheiro do país, o tal do diretor CERVERÓ, diretor da nossa super saqueada PETROBRÁS! Não é que o indivíduo tem o olho esquerdo com olhar de “fimose”? Imagine se esse desgraçado tivesse os dos olhos com o mesmo defeito, teria passado a empresa totalmente para seus parentes e comparsas. Somente agora fui me lembrar dessa citação filosófica popular de meu avô e, comprovar que o velho tinha razão!
Claro e logicamente, não vou generalizar tal descoberta desse defeito congênito ou não, pois, com certeza, haveremos encontrará pessoas honestas e gabaritadas com seus olhinhos de “fimose” que Deus lhe deu, mas, que, se policiando muito ou por formação de caráter diferenciado, comportam-se de formas honrosas e respeitáveis. Entretanto, pelo sim pelo não, abram seus olhos e fiquem alerta com pessoas que apresentam essa característica!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

sábado, 24 de janeiro de 2015

Ficção - O terror Hidrográfico!



Antonio Nunes de Souza*

Ao ligar meu receptor da TV mundial e universal, já que somente temos uma única estação de transmissão via satélite, com tradução simultânea para todos os idiomas e dialetos terrestres, pude ver em quarta dimensão, uma notícia que, pela sua repetição, vinha assombrando todos os países, sem que a polícia internacional tivesse condições de amenizar esse tipo de prática criminosa. Estou referindo-me aos roubos arquitetados por quadrilhas internacionais das mais altas periculosidades, especialistas em roubos de cargas de água potável!
Estamos no ano de 2051, mas, desde os anos de 2035 que já acontecia fatos que davam para se prever que, dentro em breve, isso se tornaria uma rotina, deixando em perigo a população, pois, nessa época, os marginais já assaltavam os meninos que iam para as escolas tomando suas doses de um copo de água para sanarem as suas sedes diárias. Diga-se de passagem, que essa modesta dose, era ofertada pelo governo, já que a água que, eventualmente, corria nas torneiras, não tinha mais condições de serem recuperadas em função da alta poluição de mercúrio, coniformes fecais e outras sujeiras provocadas pelos comportamentos dos homens em nome do grande (?) progresso.
Naquele momento aparecia ao vivo uma quadrilha de andróides fabricados para esse fim, utilizando metralhadoras a laser e, a sua direita, outro caminhão tanque com uma mangueira fina e eficaz, que sugava toda água para seu recipiente, enquanto a polícia responsável pela fiscalização da distribuição na cidade tentava combater esse terrorismo urbano. E, essa modesta, mas, preciosa carga, estava acabando de chegar de um aproveitamento de um restante de geleiras do pólo norte, custando uma fortuna aos cofres públicos em termos de valores de importação.
Fiquei bastante triste e estarrecido, fui tomar o meu banho genérico no chuveiro de raios ultra limpex e, recordando meu tempo de criança, lembrei-me dos maravilhosos banhos que tomava no meu querido rio cachoeira, hoje, como a grande maioria do mundo, não mais existe!
*Escritor –Membro da Academia Grapiúna de Letras –                   antoniodaagral26@hotmail.com