Antonio
Nunes de Souza*
Se
duvidar é capaz de não estarem lembrando, pois, se Alzheimer fosse um país,
certamente Itabuna seria a sua capital, dado a incrível falta de memória
existente nesse querido município, onde seus patrimônios culturais, literários,
religiosos e as pessoas que dedicaram suas vidas participando de tudo que
representava para seu crescimento nesse centenário, são tão pouco lembradas e homenageadas,
parecendo que, com a morte, suas obras são obrigadas a desaparecer também e,
para que lembrá-las?
Essa
demonstração de descaso e interesse histórico vem passando por várias gerações,
lamentavelmente, constituindo uma herança comportamental nos jovens, ensinando
apenas que essas ou aquelas profissões são as mais rentáveis e enriquecem mais
rápido. E que cada um cuide da sua vida, pois a responsabilidade com os pobres,
menos favorecidos, excluídos é do governo. Lógico que a participação
governamental é muito importante, mas, a parceria com a sociedade é tanto
quando pertinente. E, se o governo não está cumprindo com suas obrigações a
sociedade tem que exigir pedindo satisfações e, principalmente, votar melhor e
nos mais qualificados. Para os desmemoriados, lembro que os governos são frutos
das nossas próprias escolhas. Se não prestam, simplesmente, se culpem por ter
votado mal, terem sidos omissos ou procuraram escolher aqueles que mais lhe
interessavam pessoalmente.
Poderia
acrescentar muito mais coisas referente a esse assunto, mas, esse preâmbulo foi
apenas para falar sobra a minha pequenina e grandiosa Irmã Catarina que, vinda
de Santo Amaro da Purificação, oriunda do Convento dos Humildes, aqui chegou e
dirigiu por décadas, com grandes sacrifícios, o Educandário Cordolina Lupe,
dedicado a educação de jovens pobres e excluídos da sociedade em função das
suas humildes origens. Contando com a ajuda de alguns abnegados, comércio,
indústria, profissionais liberais, órgãos públicos em geral, conseguia ela
manter a entidade, complementando seus custos com a fabricação e venda de
bolachinhas e biscoitos pelas ruas da cidade, produtos confeccionados pelos
próprios alunos e moradores do educandário. Uma labuta diária que atravessou o
longo da sua bondosa e religiosa vida!
Hoje,
lamentavelmente, as necessidades são maiores e sua nova diretoria nos pede
socorro, para que lembremos aos nossos munícipes quem foi Irmã Catarina, sua
obra e a necessidade de continuação de um trabalho beneficente e de grande
valia não só para os alunos, como também para o futuro do nosso país. Embora
pareça uma maneira brutal de dizer a verdade, mas, os marginais que hoje nos
atacam, vendem e consomem drogas, matam, assaltam e fazem seqüestros, são aquelas
criancinhas pobres de quinze, vinte anos atrás, que a sociedade não se
preocupou em nada fazer achando que esse era o comportamento correto, sem
raciocinar que estavam apenas criando bandidos revoltados para desestabilizar
as comunidades. Verifiquem as faixas etárias da bandidagem que verão a
veracidade do que digo. E, se continuarem com esse comportamento nada
solidário, obviamente, estarão plantando nova safra de bandidos para nos
amedrontar constantemente!
Gostaria
de solicitar a todos que, dentro do possível, ajudem ao Educandário Cordolina
Lupe com doações de roupas, gêneros alimentícios,dinheiro, livros, brinquedos,matérias
de limpeza, em fim em tudo que for possível, inclusive fazendo essas visitas de
doações levando os seus filhos para que eles sejam testemunhas da sua bondade e
para que tomem conhecimento de que é preciso ajudar os mais necessitados sem
que seja nada sacrificante.Vale a pena os jornais da cidade fazerem uma
reportagem com mais detalhes e, com certeza,melhor estimular uma campanha
vitoriosa por uma grande causa!
Espero
que tenha conseguido lembrar quem foi nossa querida Irmã Catarina!
*Escritor
membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagra26@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário