quinta-feira, 21 de março de 2013

Vocês se lembram de Irmã Catarina?


                                        Antonio Nunes de Souza*

Se duvidar é capaz de não estarem lembrando, pois, se Alzheimer fosse um país, certamente Itabuna seria a sua capital, dado a incrível falta de memória existente nesse querido município, onde seus patrimônios culturais, literários, religiosos e as pessoas que dedicaram suas vidas participando de tudo que representava para seu crescimento nesse centenário, são tão pouco lembradas e homenageadas, parecendo que, com a morte, suas obras são obrigadas a desaparecer também e, para que lembrá-las?
Essa demonstração de descaso e interesse histórico vem passando por várias gerações, lamentavelmente, constituindo uma herança comportamental nos jovens, ensinando apenas que essas ou aquelas profissões são as mais rentáveis e enriquecem mais rápido. E que cada um cuide da sua vida, pois a responsabilidade com os pobres, menos favorecidos, excluídos é do governo. Lógico que a participação governamental é muito importante, mas, a parceria com a sociedade é tanto quando pertinente. E, se o governo não está cumprindo com suas obrigações a sociedade tem que exigir pedindo satisfações e, principalmente, votar melhor e nos mais qualificados. Para os desmemoriados, lembro que os governos são frutos das nossas próprias escolhas. Se não prestam, simplesmente, se culpem por ter votado mal, terem sidos omissos ou procuraram escolher aqueles que mais lhe interessavam pessoalmente.
Poderia acrescentar muito mais coisas referente a esse assunto, mas, esse preâmbulo foi apenas para falar sobra a minha pequenina e grandiosa Irmã Catarina que, vinda de Santo Amaro da Purificação, oriunda do Convento dos Humildes, aqui chegou e dirigiu por décadas, com grandes sacrifícios, o Educandário Cordolina Lupe, dedicado a educação de jovens pobres e excluídos da sociedade em função das suas humildes origens. Contando com a ajuda de alguns abnegados, comércio, indústria, profissionais liberais, órgãos públicos em geral, conseguia ela manter a entidade, complementando seus custos com a fabricação e venda de bolachinhas e biscoitos pelas ruas da cidade, produtos confeccionados pelos próprios alunos e moradores do educandário. Uma labuta diária que atravessou o longo da sua bondosa e religiosa vida!
Hoje, lamentavelmente, as necessidades são maiores e sua nova diretoria nos pede socorro, para que lembremos aos nossos munícipes quem foi Irmã Catarina, sua obra e a necessidade de continuação de um trabalho beneficente e de grande valia não só para os alunos, como também para o futuro do nosso país. Embora pareça uma maneira brutal de dizer a verdade, mas, os marginais que hoje nos atacam, vendem e consomem drogas, matam, assaltam e fazem seqüestros, são aquelas criancinhas pobres de quinze, vinte anos atrás, que a sociedade não se preocupou em nada fazer achando que esse era o comportamento correto, sem raciocinar que estavam apenas criando bandidos revoltados para desestabilizar as comunidades. Verifiquem as faixas etárias da bandidagem que verão a veracidade do que digo. E, se continuarem com esse comportamento nada solidário, obviamente, estarão plantando nova safra de bandidos para nos amedrontar constantemente!
Gostaria de solicitar a todos que, dentro do possível, ajudem ao Educandário Cordolina Lupe com doações de roupas, gêneros alimentícios,dinheiro, livros, brinquedos,matérias de limpeza, em fim em tudo que for possível, inclusive fazendo essas visitas de doações levando os seus filhos para que eles sejam testemunhas da sua bondade e para que tomem conhecimento de que é preciso ajudar os mais necessitados sem que seja nada sacrificante.Vale a pena os jornais da cidade fazerem uma reportagem com mais detalhes e, com certeza,melhor estimular uma campanha vitoriosa por uma grande causa!
Espero que tenha conseguido lembrar quem foi nossa querida Irmã Catarina!

*Escritor membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagra26@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com

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