sexta-feira, 29 de março de 2013


O seminarista

                                                                                                                       *Antonio Nunes de Souza

-Meu filho eu quero entregar a Deus!  Essas eram as palavras que D. Maria sempre repetia para suas amigas e familiares, derramando um olhar de meiguice para Luizinho.
Devido um problema genético que impedia sua gravidez, Maria fizera uma promessa que, caso conseguisse ter um filho, este seria entregue a Deus na profissão sacerdotal. E, como um verdadeiro milagre, após todos os desenganos da medicina, um belo dia ela começou a ter tonturas e náuseas e não deu outra. Fez um exame e constatou que estava grávida.
Não precisa dizer que foi o maior carnaval de alegria no seio familiar e, mais que depressa, foram logo a igreja comunicar o fato ao sacerdote, encomendando logo uma missa festiva em agradecimento a dádiva que acabara de ser agraciada.
Luizinho coitado, mesmo sem demonstrar nenhuma vocação para ministro religioso, obedecia religiosamente às determinações da mãe, indo à missa diariamente e já ajudava ao Padre Marcos na celebração, sendo elogiado como um ótimo e dedicado coroinha. Mas, no fundo do seu coração, aquela idéia materna ia de encontro aos seus desejos, suscitando uma dúvida atroz em sua cabeça.
Ao completar 14 anos, sua mãe encaminhou uma carta ao bispo solicitando uma vaga no seminário, para que Luizinho lá concluísse o segundo grau e seguisse sua trajetória, saindo de lá somente após a ordenação.
Como se tratava de uma paroquiana das mais assíduas e colaboradoras em todas as ocasiões, contou com a interferência de Pe. Marcos, que mandou uma carta logo após, reforçando a solicitação.
Até que ele gostava da devoção dedicada e tinha uma fé indubitável em Deus e todos os santos. Mas, pairava em sua cabeça uma forte dúvida com relação ao voto de castidade. Achava o celibato algo inconcebível, principalmente pelo fato de relacionar-se com famílias, e como poderia dar conselhos e orientações sobre algo que somente tinha conhecimento através da literatura?
Nas suas leituras as escondidas, sempre escolhia revistas e livros sobre sexo e sua libido ia lá pras cabeceiras. Muitas vezes terminando em deliciosas masturbações. Porém, seu desejo maior era experimentar a sensação de ter uma relação sexual plena com uma mulher. Bastavam as brincadeiras e gozações de seus colegas, que sempre lhe sacaneavam, dizendo que jamais ele iria transar. Isso era uma guerra mental que o atormentava constantemente. Porém, jamais teve coragem de dizer para sua mãe que preferia ser um advogado ou médico. Seria melhor cuidar dos bens ou dos corpos, do que do espírito e da alma.
Finalmente chegou o dia da partida de Luizinho. Sua mãe havia preparado seu enxoval conforme a exigência do seminário comprou uma mala nova que coubessem todas as suas coisas, aprontando-o como um noivo que chegaria e ficaria no altar, mas, sem nunca ter a felicidade do sacramento do matrimônio e nem a consumação do ato sexual, que lhe atormentava pela aguçada curiosidade.
D. Maria era um choro só. Muito pela felicidade de estar cumprindo sua promessa e outro tanto pela saudade que já sentia do seu único e amado filho.
Embora já convivendo desde criança dentro de uma igreja, Luizinho sentiu-se bastante deslocado, em função das regras e determinações que deveria seguir, conforme as normas educacionais estabelecidas pelo bispo, Diretor Geral do Seminário.
A primeira noite foi nostálgica e mal dormida. Estando alojado em um grande salão, onde camas enfileiradas eram dispostas de tal maneira que, o padre sensor, de qualquer posição poderia ver tudo que estava se passando naquele ambiente. Para ele que tinha o seu quarto individual, sentiu uma horrível sensação de invasão da sua privacidade, inclusive porque sempre detestou trocar de roupas na presença de outra pessoa. Mas, pelo bem da sua mãe, sempre lembrando quanto ela estava feliz por ele estar lá, reteve sua ira e resolveu encarar tudo com tranqüilidade e seguir o destino que lhe traçaram.
Os anos foram passando, Luizinho estudioso como sempre, era um destaque entre todos pela sua eloqüência e conhecimentos profundos de toda história da religião católica, dominando com maestria todos os versículos e capítulos da Bíblia Sagrada, interpretando-os com uma desenvoltura que, ao ouvir falar, transportava os fieis para Jericó, Cafarnaum ou Jerusalém. Suas palavras encantavam os mais descrentes e fazia chorar de emoção os mais detentores da fé. O Bispo o olhava com orgulho, vislumbrando o futuro brilhante que o esperava. Sentindo no fundo, um grande orgulho por ter sido seu mestre.
Luizinho, além da literatura ligada à teologia, jamais deixou de ler centenas de outros livros, clássicos ou não, das publicações mundiais, procurando sempre se ilustrar ao máximo, colocando-se numa posição de homem bastante culto. Entretanto, nessas suas leituras, geralmente se deparava com autores que faziam do sexo, praticamente uma religião e, inevitavelmente, bulia com seus adormecidos, porém vivos, desejos de experimentar o fruto que para ele era proibido.
Chegou o dia maior, que seria o da sua ordenação!  Sua família toda presente, D. Maria vestida a caráter, deixava claro em seu semblante o orgulho da promessa cumprida e a felicidade de ser seu filho o primeiro da classe e o orador oficial da solenidade.
Tudo se desenrolou conforme a tradição. Muitos abraços, choros e Luizinho partiu para umas férias em casa, até que fosse definida a paróquia que lhe seria determinada para servir em nome de Deus.
Embora sempre visitasse sua cidade nos períodos de folgas e férias, esta sua ida teve um significado maior, pois, desta feita, ele era verdadeiramente, um santo padre da Igreja Católica Apostólica Romana. Um orgulho para a pequena e atrasada cidade.
As beatas amigas de D. Maria prepararam uma recepção a altura e festejaram com carinho e amor, à volta do filho pródigo (não como o da parábola), mas, pródigo em conhecimentos e símbolo da fé cristã.
Como desejava, Pe. Luiz (nosso querido Luizinho),foi designado para uma paróquia distante, pois, para ele seria mais interessante e se sentiria melhor, enfrentando uma cidade diferente, não tendo que se deparar diariamente com pessoas por demais conhecidas. Acreditava que, por ser um estranho, sua credibilidade seria encarada de uma forma mais consistente. Lembrou-se ele do adágio popular: Santo de casa não faz milagres!
Sua primeira confissão, obviamente após a ordenação, foi algo que marcou consideravelmente sua vida. Ao entrar no conficionário, aproximou-se uma linda jovem, meio cabisbaixa, usando véu e com um terço na mão, ajoelhou-se e o cumprimentou:
-Bom dia, Padre Luiz!
-Bom dia, filha! Sinta-se à vontade e desabafe o que lhe preocupa, pois estou aqui em nome de Deus para ajudá-la e dar sua absolvição, caso se faça necessário.
-Padre, eu estou com vergonha de falar, Mas preciso desabafar o que sinto, pois creio que extrapolei em meu comportamento, me deixando seguir pelo ímpeto e pelo desejo carnal, praticando coisas que, embora tivessem me dado um imenso prazer, deixou-me cheia de arrependimentos. Mas, não posso deixar de confessar que foi a maior noite de prazeres e satisfações que senti em toda minha vida.
A moça dizia tudo isso, sem ter a coragem de olhar nos olhos do padre, mas, eventualmente, levantava os olhos e percebia a curiosidade que estampava no rosto de Luizinho, que, com os olhos brilhando, aguardava com ansiedade o relato daquela longa noite de loucuras.
-Filha, não tenha vergonha das suas fraquezas, todos nós somos passivos de errar e Deus sabe perdoar seus filhos, pedindo apenas que estes erros não se repitam. Conte detalhadamente o que aconteceu, pois talvez não seja tão absurdo como você está pensando. Esse pedido de “detalhadamente”, deixou claro que o fato despertou algum interesse nele, em ouvir de viva voz o que existe de tão especial numa noite de amor, já que as dissertações através de livros, sempre são fantasiosas, levadas ao exagero e fogem da fidelidade.
-Perdoe-me padre, mas vou ser o mais transparente possível, no sentido de colocar para fora tudo como realmente aconteceu.
-Pois não, filha. Sou todo ouvidos!  Na entonação da sua voz, percebia-se que no fundo estava dizendo: Conta logo pelo amor de Deus!
-Eu tenho 19 anos e moro somente com meu pai, pois minha mãe faleceu o ano passado, acometida de uma doença inesperada. O mês passado veio morar em nossa casa um primo distante, em função de fazer a faculdade aqui em nossa cidade e, como somos parentes, meu pai aceitou hospedá-lo conosco, já que nossa casa é grande e não seria nada demais atender uma solicitação do meu tio que mora em outro Estado.
-Eu nunca fui dada a namoros, mas, assim que Pedro chegou, fiquei vislumbrada com a sua figura atlética, seu lindo rosto e a maneira gentil e brincalhona de ser. Seu sorriso era algo que me deixava embevecida e cheia de encanto. Quando ele me olhava com seus bonitos olhos esverdeados, mesmo sem desejar, o desejo aflorava em todo meu corpo, como se estivesse hipnotizada como uma Naja, quando ouve o toque da flauta do seu amestrador.
-Procurei por todos os meios, desvencilhar-me daquele encanto maldito ou bendito, não sei, tentando evitar que algo pudesse acontecer. Mas, ao deparar-me com ele, desculpe padre, minha excitação chegava ao extremo de provocar secreções vaginais e meu impulso era de agarrá-lo, beija-lo até não mais poder.
-O senhor quer que eu pare? Estou sendo impura na minha confissão?
-Não filha! Continue por favor. Não omita nenhum detalhe, pois sei que isso lhe fará muito bem (na verdade era ele que morria de curiosidade e queria saber minuciosamente o acontecido).
-Então, ontem à noite, Pedro ficou conversando comigo até bem mais tarde, explicando-me um assunto de física e, por baixo da mesa, nossas pernas começam a se tocarem, inicialmente por casualidade, mas, com o decorrer do tempo, passamos a nos esfregar cada vez mais, chegando ao ponto dele começar a alisar minhas coxas, subir até o meu sexo, massageando-o com muito carinho aquele que já se encontrava molhadinho pela sensação que eu estava sentindo. Até então, tudo isso estava acontecendo, enquanto nós não tirávamos os olhos dos livros e falávamos algumas coisas sobre física, mas o certo é que, aquela altura, estávamos mais preocupados com os prazeres físicos do que as equações da física. Pedro, sorrateiramente, pegou a minha mão e colocou encima do seu membro que, ao apertá-lo, senti que estava super duro e latejava no compasso do seu coração.
-Acho bom eu parar padre Luiz! Estou morta de vergonha para continuar contando o que houve depois.
-Não, não, minha filha! Confesse a Deus e desabafe seu coração, pois dizendo toda verdade, Deus saberá quanto estás arrependida e dará o seu perdão!  O certo é que Luizinho já estava super excitado com o que estava ouvindo, principalmente pela voz macia e doce da moça, que sussurrava baixinho as minúcias da sua aventura.
-Aí padre, ele me beijou no rosto várias vezes, depois na minha boca e, como loucos, começamos uma agarração sem limites e seguimos para o quarto, tiramos nossas roupas desajeitadamente, pois já estávamos deitados, começando a nos amar com uma gulodice insaciável. Ele começou beijando meus seios, descendo sua boca até o umbigo e, sem nenhuma cerimônia começou a sugar a minha vagina de uma maneira que eu desconhecia totalmente, fazendo com que eu me contornasse de gozo e prazer, chegando a dar pequenos gritos pela sensação maravilhosa que sentia.
-Oh! Padre Luiz eu vou parar, porque estou morrendo de vergonha e o senhor não vai querer ficar ouvindo esse relato pecaminoso. Vou apenas dizer que aconteceu tudo e pronto.
-Mas menina, como posso fazer uma reflexão a respeito do fato se não souber as minúcias?  O nome confissão foi dado a esse ato cristão, exatamente para que você relate, sem cortes, tudo aquilo que você acha que foi pecado, para que Deus, na sua bondade divina, possa perdoá-la. Pe. Luiz falou de uma forma veemente, pois já estava super excitado e olhando para a bela moça em sua frente, por mais que quisesse desviar o pensamento, seu desejo era estar no lugar de Pedro, para desfrutar daquela aventura e realizar o seu desejo contido desde a puberdade.
-Siga em frente sem cortes nem omissões. Deus castiga os mentirosos. Falou ele para enfatizar sua veemência.
-Tudo bem padre, não pararei mais e farei uma narração fiel do meu pecado, porém peço-lhe que me perdoe se no decorrer o senhor observar ou sentir muito entusiasmo nas palavras ou emoções em meu rosto. Que Deus me perdoe, mas, somente em estar falando, estou sentindo um arrepio no corpo e o mesmo desejo de realizar tudo outra vez. Falou Marise (esse era o seu nome) com um sorriso amarelo nos lábios, porém com uma carinha safadinha, que fez Luizinho ter que se controlar para não cometer uma besteira.
-Então, depois de me fazer sentir diversos orgasmos através do sexo oral, Pedro colocou seu corpo pesado sobre o meu e, sem que precisasse ajuda das mãos, seu penis acomodou-se de uma só vez dentro de mim, fazendo com que, naquele momento, passasse a sentir estertores convulsivos como se estivesse sendo transportada para outro mundo, onde jamais desejaria voltar. Quanto mais ele, freneticamente, fazia aquele movimento de vai e vem, eu o agarrava fortemente, desejando que nos transformássemos em siameses e nunca mais fossemos separados.
Luizinho, esquecendo sua condição de padre, a essa altura já alisava seu membro endurecido, quase se masturbando, graças ao que estava ouvindo e, principalmente, por ser exatamente o que sempre desejou fazer e se reprimia pela sua condição religiosa. E, olhando que a igreja estava vazia e o sacristão estava viajando, num impensado ato, pediu para que Marise fosse até a sacristia para que ele lhe desse uns conselhos.
-Estou indo pra lá e lhe aguardo atrás do altar mor. Disse ele querendo fazer uma cara de respeitabilidade, mas, seu semblante, denunciava completamente suas maldosas (?) intenções.
-Está bem. Irei em seguida. Disse Marise sentindo que algo estava para acontecer, pois os desejos de ambos estavam aflorados nos seus rostos.
Assim que Marise entrou na sacristia, Luizinho trancou a porta e, sem nada dizer, foi agarrando-a pela cintura, enchendo-a de beijos. Marise, sem demonstrar surpresa, pendurou-se em seu pescoço e entregou-se completamente para acontecer tudo que fosse possível e que seu prazer carnal pudesse ser saciado de uma maneira sacro santa. Luizinho já não enxergava mais nada e nem de longe se lembrava da sua condição de ministro de Deus. Naquele momento só o interessava realizar o seu sonho, que desde garoto pairava em sua mente.
Deitaram no tapete e juntaram a experiência teórica de Luizinho e a prática de Marise, adicionados aos desejos de ambos, fizeram uma encenação do Kama Sutra, literalmente ao pé da letra, acrescentando ainda algumas variações em torno do tema.
Duas horas se passaram e eles pararam exauridos, deitados olhando em sua volta uma série de castiçais, velas semiqueimadas, Turíbio e outros equipamentos ali guardados, que serviam nos ofícios religiosos.
Como um estalo, Luizinho caiu na realidade, levantou-se de um pulo, vestiu-se rapidamente e pediu que Marise fizesse o mesmo. Ela tinha um sorriso enigmático nos lábios, pois não sabia ao certo se estava purificada ou “putificada”. Mas, uma coisa ela tinha certeza: Foi uma trepada inesquecível!
Depois de ambos estarem totalmente recompostos, Marise, com a cara mais cínica do mundo, virou-se para Luizinho e perguntou:
-Padre, qual é a minha penitência?
Luizinho, contendo-se para não dar uma gargalhada, disse com um tom super sério: Reze 10 Pai Nossos e 10 Ave Marias. Mas, amanhã, nesse mesmo horário, vou esperar você aqui.
-Combinado. Aguarde-me que não faltarei!
-Benção Padre!
-Deus lhe abençoe minha filha! Vá com Deus, mas, volte pra nosso ato de piedade cristã. Disse Luizinho com um sorriso maroto nos lábios.
                                                                      
*Escritor(Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com – Membro da Academia Grapiúna de Letras

quinta-feira, 21 de março de 2013

Vocês se lembram de Irmã Catarina?


                                        Antonio Nunes de Souza*

Se duvidar é capaz de não estarem lembrando, pois, se Alzheimer fosse um país, certamente Itabuna seria a sua capital, dado a incrível falta de memória existente nesse querido município, onde seus patrimônios culturais, literários, religiosos e as pessoas que dedicaram suas vidas participando de tudo que representava para seu crescimento nesse centenário, são tão pouco lembradas e homenageadas, parecendo que, com a morte, suas obras são obrigadas a desaparecer também e, para que lembrá-las?
Essa demonstração de descaso e interesse histórico vem passando por várias gerações, lamentavelmente, constituindo uma herança comportamental nos jovens, ensinando apenas que essas ou aquelas profissões são as mais rentáveis e enriquecem mais rápido. E que cada um cuide da sua vida, pois a responsabilidade com os pobres, menos favorecidos, excluídos é do governo. Lógico que a participação governamental é muito importante, mas, a parceria com a sociedade é tanto quando pertinente. E, se o governo não está cumprindo com suas obrigações a sociedade tem que exigir pedindo satisfações e, principalmente, votar melhor e nos mais qualificados. Para os desmemoriados, lembro que os governos são frutos das nossas próprias escolhas. Se não prestam, simplesmente, se culpem por ter votado mal, terem sidos omissos ou procuraram escolher aqueles que mais lhe interessavam pessoalmente.
Poderia acrescentar muito mais coisas referente a esse assunto, mas, esse preâmbulo foi apenas para falar sobra a minha pequenina e grandiosa Irmã Catarina que, vinda de Santo Amaro da Purificação, oriunda do Convento dos Humildes, aqui chegou e dirigiu por décadas, com grandes sacrifícios, o Educandário Cordolina Lupe, dedicado a educação de jovens pobres e excluídos da sociedade em função das suas humildes origens. Contando com a ajuda de alguns abnegados, comércio, indústria, profissionais liberais, órgãos públicos em geral, conseguia ela manter a entidade, complementando seus custos com a fabricação e venda de bolachinhas e biscoitos pelas ruas da cidade, produtos confeccionados pelos próprios alunos e moradores do educandário. Uma labuta diária que atravessou o longo da sua bondosa e religiosa vida!
Hoje, lamentavelmente, as necessidades são maiores e sua nova diretoria nos pede socorro, para que lembremos aos nossos munícipes quem foi Irmã Catarina, sua obra e a necessidade de continuação de um trabalho beneficente e de grande valia não só para os alunos, como também para o futuro do nosso país. Embora pareça uma maneira brutal de dizer a verdade, mas, os marginais que hoje nos atacam, vendem e consomem drogas, matam, assaltam e fazem seqüestros, são aquelas criancinhas pobres de quinze, vinte anos atrás, que a sociedade não se preocupou em nada fazer achando que esse era o comportamento correto, sem raciocinar que estavam apenas criando bandidos revoltados para desestabilizar as comunidades. Verifiquem as faixas etárias da bandidagem que verão a veracidade do que digo. E, se continuarem com esse comportamento nada solidário, obviamente, estarão plantando nova safra de bandidos para nos amedrontar constantemente!
Gostaria de solicitar a todos que, dentro do possível, ajudem ao Educandário Cordolina Lupe com doações de roupas, gêneros alimentícios,dinheiro, livros, brinquedos,matérias de limpeza, em fim em tudo que for possível, inclusive fazendo essas visitas de doações levando os seus filhos para que eles sejam testemunhas da sua bondade e para que tomem conhecimento de que é preciso ajudar os mais necessitados sem que seja nada sacrificante.Vale a pena os jornais da cidade fazerem uma reportagem com mais detalhes e, com certeza,melhor estimular uma campanha vitoriosa por uma grande causa!
Espero que tenha conseguido lembrar quem foi nossa querida Irmã Catarina!

*Escritor membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagra26@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com

quarta-feira, 20 de março de 2013

A premonição da cigana!


                                                                             Antonio Nunes de Souza*

Ainda em plena puberdade, levado pela influência dos meus colegas, resolvi ir à casa de uma velha cigana aposentada, que não mais fazia seus passeios errantes pelo mundo a fora, estabelecendo-se em nossa cidade e vivendo de ler mãos, jogar cartas, pretensiosas curas de doenças e vícios e, principalmente, fazer fluir paixões fervorosas para os feios solitários. A sociedade censurava o seu trabalho, chamavam-na de embusteira, mentirosa, etc., mas, em surdina, todo mundo, eventualmente, a procurava para consultas, acreditando piamente em suas premonições e conselhos.
E comigo não seria diferente. Se a turma vai, lógico que eu terminaria indo também!
Fui acompanhado por meus amigos Gabriel e Guimarães, pois ambos já tinha ido umas duas vezes e disseram-me que tudo que ela falou tinha dado certo, inclusive uma dica sobre uma loura que Gabriel paquerava a distância, sem coragem de encostar e, pelas recomendações e instruções dela, Gabi se deu bem, chegando até a via dos fatos, que era um tanto difícil naquela época.
Fiquei meio tímido, entrei na sala de visitas, eles ficaram sentados no sofá, enquanto ela, com suas roupas coloridas, lenço estampado na cabeça, dezenas de colares e pulseiras e uma saia rodada que não tinha mais tamanho, entrou na sala dando boa tarde e perguntou:
- Quem será o primeiro?
Gabi por ser o mais bem falante, respondeu: Nós viemos trazer o Toninho para ele fazer uma consulta e essa é sua primeira vez!
-Tudo bem meu filho. Você coloca aí sobre a mesa a quantia de dez mil reis(a moeda da época era cruzeiro, mas ela ainda usava o antigo nome de reis, como aliás muita gente ainda faz).
-Rapaz, era dinheiro como corno! Pois equivalia as minhas quatro semanadas que eu vinha economizando para tal fim. Mas, como a curiosidade era maior, tirei do bolso algumas machucadas notas e uma porção de moedas, e fui colocando e contando em voz alta, enquanto ela, com seus grandes olhos, acompanhava minha contagem com um pequeno sorriso de satisfação nos lábios.
Pegou na minha gelada mão e levou-me para uma outra sala toda forrada de seda negra como se fosse um circo, onde havia uma mesa redonda no centro e várias cadeiras em volta. Na mesa havia um castiçal com cinco velas, sendo cada uma de uma cor.
Ela mandou que me sentasse, começou a acender as velas e depois sentou de frente para mim, sempre olhando firmemente nos meus olhos.
Como era de se esperar, falou um montão de coisas generalizadas, mas, o que realmente me intrigou e chamou a atenção, foi ela ter mencionado que, com quarenta e cinco anos, eu iria sofrer um acidente de trânsito que poderia me deixar com grandes seqüelas. Juro que, naquele momento, meu coração bateu forte e me veio uma preocupação na mente, começando a dar um suadouro desgraçado nas mãos e um arrependimento retado de ter gasto meu dinheiro para ouvir uma merda daquela.
Ela alertou para que eu tivesse muito cuidado, pois, embora já estivesse traçado em meu destino, talvez esse pudesse um dia mudar.
Agradeci e saí da sala indo de encontro aos meus amigos que esperavam ansiosos, nos despedimos da cigana Valquíria (esse era o seu nome), e eles começaram logo a fazer perguntas:
-Como foi? Tudo bem? Ela acertou tudo?
-Calma cara! Não vou falar zorra nenhuma. Vou primeiro meditar direitinho sobre as coisas que ela me disse, principalmente uma delas, e depois converso com calma com vocês. Apenas vou dizer que ela disse que eu vou ser muito rico!
-Que sacanagem cara! Nunca houve segredos entre a gente! Falou Guimarães que era o mais curioso.
Eles se despediram meio chateados pelo meu silêncio e eu segui para casa bastante pensativo com relação à merda do acidente que ela citou. Mesmo faltando muitos anos, claro que preocupa qualquer um.
Toda essa lembrança venho em minha mente, simplesmente porque quando a cigana me falou que eu sofreria o desastre de trânsito e que seria um homem muito rico, imaginei que, provavelmente, numa das minhas viagens dirigindo uma linda Ferrari amarela, indo para minha casa de praia em Malibu, por qualquer razão, talvez pela velocidade, eu caísse em algum buraco da pista e acontecesse o tal previsto acidente. Mas, por ironia do destino, completei quarenta e cinco anos a semana passada, sou um humilde camelô que nunca conseguiu abrir um negócio e, para completar, fui atropelado encima do passeio pelo caminhão do lixo.
Veja a desgraça: Pobre, hospitalizado numa enfermaria, perdi dois dedos da mão e fraturei a perna direita (que ficará mais curta que a outra) e ainda vítima de um veículo da limpeza pública.
Ah! Cigana mentirosa filha da puta!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com – Membro da Academia Grapiúna de Letras)

Encanto!


                   Antonio Nunes de Souza*


Eu, nem verde nem muito maduro,
Vendo tudo claro mesmo no escuro,
Vivi anos com um encanto na mente.
Embora sendo homem forjado,
De gosto puro e muito aprimorado,
Queria uma boneca que me deixasse contente!

Ela falava, sorria, escrevia,
E somente através do vídeo eu a conhecia,
Alimentando meu encanto profundo.
Será que essa boneca existe?
Pensar assim me deixava triste,
O mais infeliz desse mundo.

Mas, um dia inesperado,
Digo a Deus muito obrigado,
Tomou vida meu encanto.
Porém foi tão rápido o conhecer,
Minha boneca, meu bem querer,
Que a saudade virou um pranto.

Foram momentos de felicidade,
Mesmo com diferença de idade,
Parecíamos inocentes crianças.
Sorrisos, abraços e beijos,
Conversas, afagos e festejos,
Pelas nossas semelhanças.

Deixaram marcas profundas
Que até hoje abundam
Minha mente de homem não santo.
Peço a Deus constantemente
Que um dia me faça contente
Trazendo outra vez meu encanto.

*Escritor - Membro da Academia Grapiúna de Letras
antoniodaagral26@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com

A ovelha é a solução?


                                                        Antonio Nunes de Souza*

Depois da experiência com a ovelha Dolly e outros animais de grandes e pequenos portes, os cientistas não perderam tempo e agora partiram em direção a aplicação de células tronco em uma ovelha, no sentido de desenvolver órgãos para transplantes em seres humanos. Esquecendo eles que, com as matanças através das guerras, assassinatos, atropelos e balas perdidas, já são suficientes para se fazer um banco de órgãos de botar inveja aos bancos Suíços.
A velocidade com que se produz cadáveres por esse mundo a fora é tanta, que seria preciso uma rede monstruosa de computadores para os cadastramentos, frota invejável de jatinhos e helicópteros para transportes emergenciais e um depósito refrigerado do tamanho de alguns maracanãs para catalogá-los e arruma-los adequadamente.
Os gastos com essas pesquisas são tão vultosas que, aliando-se as despesas com as guerras, simplesmente, em busca de domínios e poderes, dariam para educar melhor o povo, melhorar a segurança, disponibilizar uma saúde preventiva e curativa de alta qualidade e, conseqüentemente, evitar essa necessidade de utilizar órgãos de animais, já que o povo seria mais saudável e os mortos por acidentes de percursos ou naturais, satisfariam plenamente a demanda hoje existente nessa área.
Fora isso já tem um rebanho avassalador de ovelhas negras na política, bancos, indústrias, comércio e na sociedade em geral, estes já com órgãos fresquinhos e originais, por que não os utilizamos e vamos apascentar nossas ovelhas como manda a Bíblia Sagrada?
Não posso deixar de ter medo, que ao me transplantarem um pulmão de uma ovelha, quando o médico perguntar como estou me sentindo, eu lhe responda: Méééééééé, Mééééééé!
Sem falar na possibilidade de um erro médico e eu começar a ficar lanzudo e me apaixonar por uma cabra.
Sempre fui partidário de pesquisas em todos os setores, pois, somente assim podemos nos desenvolver progressivamente. Mas, com tantas prioridades que ameaçam até com a extinção da raça, como o problema do meio ambiente, buraco negro, ecologia, etc,, por que se preocupar com o transplante de pulmões de ovelha se não vai haver oxigênio para se respirar?
Eu não quero ser pessimista não, mas, creio que esse transplante de ovelha vai dar bode!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com) – Membro da Academia Grapiúna de Letras)

quinta-feira, 14 de março de 2013

O sonho que virou pesadelo!


                                                             Antonio Nunes de Souza*

Finalmente realizei o meu sonho!  Depois de andar de bicicleta por mais de dez anos, economizando transporte coletivo, deixando de tomar umas biritas e sem ir aos forrós e pagodes, comprei meu primeiro carro.
Sem querer exagerar, não consegui dormir durante toda noite pensando na minha caranga e, ao mesmo tempo, quase que de meia em meia hora ia olhar pela greta da janela se o carro realmente estava na porta. Sabe como é hoje em dia, não podemos facilitar com os ladrões. E isso me deixava apreensivo e intranqüilo.
Era um Chevette vermelho, ano 1990, chaparia precisando de alguns retoques (o primo da minha mulher é chapista e já tinha prometido consertar), parte elétrica toda encima, somente o farol esquerdo que não estava acendendo e o arranque algumas vezes falha e precisa de um tombinho para pegar. Quanto aos pneus, os dianteiros estão meia vida, os traseiros semi-carecas. O socorro, por azar, foi roubado juntamente com o macaco e a chave de rodas. A pintura geral está meio fosca, porém me programei para dar uma lavagem em regra e o maior grau com uma pasta apropriada. Mas, em compensação, o triângulo é novinho em folha. Fora essas bobagens ele está uma jóia. O dono da loja, seu Jorge Bombinha me deu todas as garantias de que eu estava fazendo um bom negócio.
Acordei na manhã do sábado, depois de ter apenas dado algumas cochiladas e as 6:30 hs. já estava com o balde e a flanela na mão preparando-me para uma lavagem geral. Meus três filhos, que também estavam elétricos, corriam em volta de mim, olhando com orgulho aquela enorme máquina que representava nossa melhoria de status perante a vizinhança. Não via a hora do pessoal acordar e ver meu carro lavadinho e estacionado no terreno baldio em frente a casa, pois sabia que todos viriam perguntar se era realmente meu e quanto tinha custado. Claro que eu ia aumentar um pouco o preço que paguei, para valorizar meu precioso patrimônio. Suado pra cacete, terminei a lavagem, fui tomar um banho com os meninos e, imediatamente, peguei a patroa para darmos nosso primeiro passeio pela cidade. Mas, bastou sairmos do bairro Jaçanã, quando entramos na Av. Manoel Chaves tinha um grupo de policiais fazendo uma blitz. Mandaram que eu encostasse e apresentasse minha habilitação e os documentos do carro. Eu, tranquilamente, peguei tudo e entreguei ao guarda. Aí começou toda merda: O IPVA tinha quatro anos de vencido, minha habilitação dizia que eu só podia dirigir usando óculos e eu estava sem e o extintor de incêndio estava vazio. Problemas bastante para que o guarda dissesse que eu seria multado, o carro apreendido e, sendo fim de semana, que eu poderia ir na segunda-feira ao DETRAN para regularizar minha situação e a do carro. Mesmo tentando sensibilizar os guardas nada consegui, e comprovei mais uma vez que pobre não ajuda pobre nessas horas, pois se fosse um rico ele nem mandaria parar o carro, quanto mais ter a ousadia de prender e multar. Imagine você que eu ainda sou preto para completar a desgraça. Nessas horas eu nem quero que filho da puta nenhum se refira a mim como “afro-descendente”. Sou negão, suburbano, pobre e excluído, vivendo debaixo de um preconceito que tentam disfarçar.
Peguei a família e voltamos para casa de ônibus, tristes e calados imaginando a vergonha que passaríamos com a vizinhança.
Infelizmente, esse foi meu sonho que virou pesadelo!

*Escritor membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com – antoniomanteiga.blogspot.com













Quem vai aguentar os argentinos?


                                              Antonio Nunes de Souza*

Essa pergunta é mais que pertinente, pois, nossos “hermanos” nada humildes, jamais deixam de tirar um sarro com outros povos, principalmente os brasileiros!
Adoradores eméritos de disputas, ferrenhos torcedores em suas competições, amantes das suas cores e do seu país, certamente, depois do aparecimento do seu “semideus” do futebol Diego Maradona, que compartilha com Pelé na mídia mundial uma dúvida de quem foi o melhor, alguns campeonatos mundiais, o surgimento do maior jogador de futebol do mundo na atualidade, o genial Messe, imaginávamos que seus egos estavam mais que aquinhoados de massagens. E aí, para completar fechando com uma chave de ouro e divina, foi escolhido um Papa da Argentina, deixando boquiaberta toda America Latina, por ter sido eleito numa situação com alguns pontos ainda não muito claros, um Cardeal que, comprovadamente, dedicou-se e dedica-se as causas da pobreza, para enfrentar alguns problemas financeiros que foram levantados com rigidez no país Santo, o Vaticano, dado ao volume ser elevado e portando algumas obscuridades!
O fato é que, a sorte e privilégio argentino não foram nem consagrados pelo adágio popular: ”Rei morto, rei posto”. Não foi preciso esperar acontecer dessa forma, pois, generosamente, Deus projetou um descanso para o Papa e abriu a vaga para o nosso querido Franciscano da Argentina, dando uma alegria sem limites para toda America Latina, presenteando os países do MERCOSUL. Mas, principalmente, a Argentina país nada modesto!
Vamos esperar com cautela para ver se eles vão se comportar de uma maneira dentro da normalidade, ou vão querer que, todas as vezes que encontrarmos um argentino tenha que nos benzer e dizer “Aleluia”!
Como também que eles não queiram exportar milagres e outras “cositas mas”, no intuito de melhorar o seu PIB. Além de desejar ser o único e exclusivo produtor de hóstias, para abastecer o mercado mundial, alegando que as suas são mais puras e miraculosas.
Essa nossa opinião jamais é pecaminosa. Apenas, em função de algumas tendências e comportamento dos nossos queridos vizinhos e adversários pebolísticos, imaginamos que algumas dessas suposições possam ocorrer a qualquer momento.
Apenas de uma coisa estamos certos: As fábricas de calçados imediatamente lançarão de volta a moda das sandálias franciscanas em homenagem ao Papa Francisco que, honrosamente, é um franciscano. E, se emissora do Plim Plim colocar uma atriz ou ator usando em uma novela, aí ninguém segura esse povo que adora ser teleguiado!
Parabéns para o novo Papa, para a Argentina e todos os católicos desse mundo de meu Deus!

*Escritor (Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)

domingo, 10 de março de 2013

Esse absurdo ainda existe!


                                                       
                                                                      *Antonio Nunes de Souza           
Nós, soberanos desse solo, temos que reavaliar nossos conceitos antigos, sabendo reconhecer e dar o devido valor a certos seres vivos que vivem em torno de nós, normalmente dependentes, mas esforçando-se o suficiente para alcançarem o status de humanos.
Entre os pássaros podemos citar o papagaio que é uma ave inteligente, aprende a repetir palavras e frases, canta assovia, tem aparência colorida e vistosa, reconhece pessoas, convive em uma casa e sempre está nos dando alegrias com suas falações e estripulias, simplesmente em troca de alimentação e carinhos eventuais.
Como podemos deixar de reconhecer nesse pássaro suas características quase humanas?
De jeito nenhum! Devemos olhá-lo com mais dignidade e respeito, pela sua luta constante em assemelhar-se cotidianamente aos seres racionais, muito embora com sua aparência de ave.
Temos também, entre os seres em evolução, um que não é tão inteligente, mas fala mais que o papagaio consegue aprender a ler e escrever repete com maestria os clichês bonitinhos que aprendem nos livretos de auto ajuda, canta (às vezes até muito bem), assovia, aparência multicolorida, nos proporciona prazeres, convive com relativa harmonia, faz bastantes estripulias e muitas falações, às vezes desnecessárias, só que não é apenas por alimentação e carinhos eventuais. Este ser é mais exigente, pois gosta de presentes, conforto com mordomias e, principalmente, dinheiro. Esse por sinal é o seu fraco! Se facilitarmos, e sempre idiotamente fazemos, esse ser em evolução fulmina qualquer conta bancária sem pestanejar, utilizando uma característica de todos os animais, mas, só ele tem, compatível para nossa satisfação e desperta profundamente o desejo do homem.
Embora com os predicados (bons e ruins) citados acima, vê-se claramente que se trata de um ser quase humano, que tenta de todos os meios igualar-se aos homens, conquistando um espaço igualitário, com os poderes de sua “fenda”, que é sua melhor ferramenta de trabalho ou arma poderosa, como também podemos classificar.
Seria justo nos rendermos a esse ser desde agora, determinando, não pela lei jurídica, pois nesse ele já ganhou a condição e status, e sim pela lei real, que é a dos homens, enquadra-lo como ser humano racional?
Será que ele realmente já está qualificado para tanto?
Não seria de bom alvitre aguardar mais uns 100 anos?
Sinceramente não sei! Tenho minhas dúvidas e acho que qualquer oficialização agora seria precipitada. Embora ele chegue a enganar com a aparência e imitando os procedimentos, seria uma temeridade dar liberdade total a um ser que, com benevolência, ensinamos a enfrentar a vida, damos uma série de liberdades e ele está sempre confuso e termina metendo os pés pelas mãos.
Como adoro esse ser e não quero que nada de mal lhe aconteça, sugiro que devamos aguardar pelo menos mais algumas décadas, para voltarmos com força e coragem, re-analizar criteriosamente essa alforria. E, nesse meio tempo, ajuda-lo mais ainda na sua preparação.
Entretanto, jamais podemos deixar de reconhecer o grande mérito desse ser em nos ajudar na reprodução, através do prazer inigualável do orgasmo, que é seu handcap com todos os homens do mundo (excetuando os gays que são seus adversários e disputam o mesmo lugar com mais discernimento, inteligência e competência, mas, não possuem a “dita cuja”, porém, cirurgicamente, vão adquirindo com qualidade relativamente já apreciável.
Mediante essa exposição sensata e justa, onde não deixei de ser imparcial, fica patenteada a solidariedade dos homens com esse ser quase humano racionalmente, dando-lhe parabéns pelo seu esforço e luta e, algum dia, se ele mudar um pouco sua tática para alcançar seus propósitos, estaremos de braços abertos para abraçá-lo e aplaudi-lo pela sua ardorosa conquista.
Os grosseiros machistas, sem cerimônia, dizem abertamente com um sorriso nos lábios, que o bicho que parece mais com gente é a mulher. Isso é grotesco e de uma deselegância ímpar! Ela apenas está passando por um processo de evolução da espécie, como todos nós passamos, desde a época das cavernas, só que seu processo é apenas mais lento pela sua deficiência de neurônios. Esse parecer é dito com o maior cinismo!
Mas, como grande feminista que sou, digo e repito com orgulho e carinho:
-Como tenho nojo dos porcos chauvinistas que pensam e agem dessa asquerosa maneira!

*Escritor Membro da Academia Grapiúna de Letras – Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)                                        

Onde anda?


                                Antonio Nunes de Souza*

Onde anda aquela mulher arisca,
Que todo homem que a vê arrisca,
Desejar que ela fosse sua?
Onde anda aquela mulher atraente,
Que enche os olhos da gente,
Desejando vê-la nua?

Onde anda aquela mulher risonha,
Que mesmo acordada sonha,
E deitada nos dava prazer?
Onde anda aquela mulher inteligente,
Que vivia fagueira e contente,
Preocupada em a vida viver?

Onde anda aquela negra morena,
Que nos desprezava sem pena,
Com seu porte de rainha?
Se eu encontrasse essa mulher de volta,
Arrombaria qualquer porta,
E ela seria só minha.

*Escritor Membro da Academia Grapiúna de Letras – Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)


quinta-feira, 7 de março de 2013

Maravilhosa aeronave!


                              Antonio Nunes de Souza*

Parecia uma das maravilhosas aeronaves fabricadas pela Embraer. Linhas modernas, bem turbinada, andava como se estivesse flutuando, fazia com que nos sentíssemos no céu e, qualquer um desejaria fazer um passeio aéreo dentro daquela beldade. Um verdadeiro avião!
Essa era a linda mulher, com seus vinte e seis anos, que morava no meu edifício no apartamento quinhentos e dezoito. Morava sozinha, mas não precisava de companhia, pois ela valia uma multidão de mulheres. Secretária executiva, sempre bem trajada, perfumada e provocante, parecia um Boing quando estava no alto dos sapatos de saltos gigantescos. Sinceramente, era tudo que alguém poderia desejar para fazer um constante passeio turístico nas asas desse jatão feminino!
Eu, morador da cobertura, com meus sessenta anos, industrial aposentado, meio gordinho, careca, nada tinha que pudesse de alguma forma entusiasmar aquela mulher. A não ser, claro, ser aquinhoado com uma boa grana, ser viúvo, não ter filhos, etc., sendo então um homem que, uma mulher inteligente, gostaria de investir. Sempre nos encontrávamos no elevador, nos cumprimentávamos com certa seriedade, mas, com o tempo comecei a perceber que ela estava me dando mole, talvez aterrissar na minha careca privilegiada e asfaltada de dólares. Lógico que senti seu interesse, mas, por ser puta velha e experiente, sei que nesses casos o que vale é seguir a nobre oração de S. Francisco: É dando que se recebe!
Um belo dia a convidei para jantar em um restaurante da moda, daqueles que os pratos são pequenos, mas, os preços são enormes. E, pelo flerte que estávamos tendo, ela aceitou tranqüila e cheia de dengos. Saímos, jantamos, tomamos um bom vinho de safra privilegiada, procurando entusiasmá-la como sempre fazemos quando queremos conquistar e mostrar que somos melhores que os nossos concorrentes “barriguinhas de tanquinhos” que, quando muito, levam elas para comer hot-dog ou churrasquinho de gato!
Posso dizer que foi uma noite agradável, nos despedimos com um beijinho na face, mas, se eu quisesse, teria rolado algo mais. Porém, não quis ser afobado fazendo check-in na primeira viagem. Continuamos saindo, começamos a namorar, passamos a ter um caso, então ela entregou o AP que morava e pertencia a um tio e, como morava em NY, ela tomava conta do imóvel na sua ausência. E passou a morar comigo, deixou o trabalho atendendo um meu pedido, pois minha condição financeira permitia muito bem, passamos os dois a curtir as delícias da vida, com viagens, passeios, saídas, eventos, etc., não tendo queixas de nada que nos perturbasse.
Ela continua uma maravilha, temos dois filhos, um com doze anos que tem traços nipônicos e, curiosamente, é a cara do japa do trezentos e quatorze, e o outro caçula é lindo com olhos verdes, cabelos cacheados e, por conhecidência é parecidíssimo com o italiano do quinhentos e dezessete. Os dois são umas gracinhas!
Agora para me chatear, um amigo meu veio, cheio de pudores e preocupações me dizer que ela me engana e transa com outros. Que eu deveria procurar uma mulher da minha idade para realmente morar comigo. Eu, prontamente, respondi: Prefiro comer pudim com os outros, que comer merda sozinho!

*Escritor – antoniomanteiga.blogspot.com – Membro da Academia Grapiúna de Letras

segunda-feira, 4 de março de 2013

Elas são internacionalmente maravilhosas!


                                          Antonio Nunes de Souza*

Cheias de doces encantos, belezas, charmes, elegâncias, meiguices, amor e carinhos. Essa receita de um pudim bem aventurado só caberia em um ser abençoado: a internacional mulher!
Sua criação, mesmo tendo sido de uma modesta costela, as mãos do Arquiteto/Escultor Maior, não poupou nem tempo nem precisão, para, com carinho, fazer algo superior, belo, que pudesse com destreza e paciência dominar a fúria dos homens. A internacional mulher!
Todos os homens que são inteligentes se curvam perante uma mulher, não só demonstrando como elas são seres dotados de superioridades, mas, principalmente, por estarem tratando com alguém que representa o aconchego, prazer e a alegria. A internacional mulher!
Repete-se sempre, quando se homenageiam as mulheres, aplicando a carimbada frase: “Todos os dias devem ser dedicados as mulheres”. Eu vou muito mais longe dizendo que, sem exageros, todos os meus pensamentos planos e projetos em cada minuto da minha vida, pode ter a certeza que ela está presente. A internacional mulher!
Então, como posso escrever como se fosse um dia especial, se para mim, tratando-se delas, todos os momentos são especiais? Os dias são comuns e rotineiros, mas, com relação a essa brilhante e luminosa criatura, sempre me rejuvenescem. A internacional mulher!
Parabenizo-as com um carinho todo especial pela passagem do seu dia oficial, mantendo meus maiores respeitos de apreço e afetividade, desejando que a ampliação de destaques em todas as suas lutas e conquistas sejam sempre entendidas e aceitas por uma minoria de homens que, lamentavelmente, não sabem desfrutá-las com um tratamento merecido e adequado essa preciosa e encantadora jóia:     A internacional mulher!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com – Membro da Academia Grapiúna de Letras

sábado, 2 de março de 2013

Azevedo teve sua serventia!


                                      Antonio Nunes de Souza*

Quando se diz que Deus escreve certo por linhas tortas, sempre quem está sendo o leitor dessas linhas fica assombrado e desconfiado, sem entender o que está acontecendo e, obviamente, achando que Deus não está lhe ajudando no fato que está acontecendo ou aconteceu. Pois, na realidade, Sua presença tem um sentido tão grande que, somente depois que a “ficha” cai, somos agradecidos ao Senhor pela Sua interveniência.
O caso que nos fez chegar e confirmar essa tônica ou jargão popular foi nada mais nada menos que a administração horripilante e tenebrosa de Capitão Azevedo, juntamente com uma câmara nada respeitável, derrotada eleitoralmente, que serviu para abrir os olhos da população perante as urnas, fazendo uma mudança radical, colocando novas pessoas para administrar e legislar nosso querido município. Essa atitude Divina tinha todos os sentidos e conseguiu acabar com o descaso, omissão e acomodação dos eleitores que, na sua maioria se deixavam levar por promessas vans e palanqueanas.
E, para a complementação significativa, fez com que fosse passado um interesse mais aguçado com relação às escolhas dos diversos escalões nas secretarias e órgãos municipais, dando seus gritos participativos e úteis, no sentido que sejam colocadas pessoas competentes, qualificadas e, logicamente, com honestidade comprovada. Infelizmente, o prefeito Vane (que pretende fazer renascer das cinzas nossa Itabuna/Fênix), está tendo uma série de dificuldades em função dos acordos políticos que, nem sempre escolhem os melhores para distribuir os seus cargos, muitas vezes optando para amizades e favorecimentos. Mas, estamos acordados e lutando para que seja acabada essa forma absurda de agir dentro da política.
Continuamos lamentando nossa dupla feminina não ter sido eleita, porém, temos que respeitar a vontade do povo e, conseqüentemente, colaborar ativamente para que os escolhidos tenham seus maiores desempenhos para um grande desenvolvimento da nossa cidade. Esse comportamento chama-se cidadania!
Assim sendo, temos que reconhecer a serventia da administração anterior que, com a maior simplicidade, serviu de péssimo exemplo em todos os sentidos, mas, acordou uma comunidade que dormia em berço esplêndido!
Não negamos não. Essas linhas tortas que o Senhor nos escreveu, foram de muitos sofrimentos para nós. Imaginamos até que a ponta do lápis tenha quebrado várias vezes! Mas, está valendo!

*Escritor (Blog Vida louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL.


O futuro trágico dos pênis!
                                                                                                                  *Antonio Nunes de Souza
É de lamentar-se que alguns cretinos cientistas, estejam a cada dia querendo sacanear com os homens, fazendo pesquisas ridículas e sem sentido, com a intenção única de aposentar os nossos antigos e poderosos pênis.
Se já não bastasse uma série de vibradores ultramodernos e os pênis de borracha sintética que só faltam falar e dar beijinhos, agora, para nossa maior ira, eles descobriram que nem para a reprodução humana nossas armas são mais necessárias. Será que essa equipe de cientistas só tem loucos? 
Pô!  Seria importante aumentar cada vez mais a dependência das mulheres com relação as nossas retesadas protuberâncias, no sentido de que o sexo feminino mantenha aquele respeito de outrora e saiba sempre valorizar a nossa presença no pedaço na hora do “vamos ver”. E, esse bando de idiotas, em vez de estudarem profundamente a AIDS, que nos privou em 50% de transas em função da precaução e medo, entram de cabeça numa pesquisa grotesca e absurda para desvalorizar e ridicularizar nossos benditos pênis. Já estou imaginando o meu neto passeando no museu e ver um pênis de mármore num pedestal, junto a outro dentro de um recipiente com formol e, abaixo, uma plaqueta modesta dizendo: “ORGÃO USADO NO PASSADO PARA PROPORCIONAR ORGÁSMO E REPRODUÇÃO HUMANA. HOJE, APENAS PARA URINAR”.
Imaginem amanhã um garotinho perguntando: Vovó, como foi que eu nasci?
E ela responde: Sua mãe foi ao laboratório, fez uma aplicação genética, engravidou e você nasceu.
-E papai, onde ele entrou?
-Ah, meu netinho, seu pai aqui em casa só entra para pagar as despesas.
Pô!  Com certeza tremerei na sepultura e amaldiçoarei esses canalhas, mesmo que eu esteja nas profundezas do inferno.
Vamos tomar providências enérgicas enquanto é tempo, pois nossos pênis não merecem tal futuro.
Alerta machões!  E abaixo a nova tecnologia devastadora!
Que tal criarmos urgente o movimento “GREEN PÊNIS”?
Ou até um nome que combine com a cor da glande: “PINK PÊNIS”!!!          

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)