sexta-feira, 20 de julho de 2012

Quem está lucrando com a greve?



Antonio Nunes de Souza*                                

Claro que ninguém!
Mas, se perguntarmos quem está sendo prejudicado, a resposta é óbvia que são milhões de estudantes que estão tolhidos das suas aulas, atrasando o ano letivo, além de atrapalhar o governo e os órgãos ligados à educação que, num esforço sobre humano, procura consertar as distorções herdadas de várias décadas nesse setor de altíssima importância para todos.
Como podem nos fazer cobranças de carnês de débitos que não fizemos?
É bom lembrar que, o pouco que hoje os professores têm, foi graças  uma série de lutas da classe, ocasião que estávamos do mesmo lado demonstrando solidariedade e reconhecendo os merecimentos. E, quando almejamos nos posicionar no governo, sofrendo as mais diversas e descabidas pressões, foi exatamente para que os educadores e os trabalhadores em geral tivessem os seus direitos respeitados e fossem remunerados com dignidade. E esse propósito continua de pé, muito mais firme que antes, pois hoje temos melhores condições de elaborar novos projetos dando ao “mestre o que do mestre”.
Entretanto, mesmo contando com um santo brasileiro (Frei Galvão), ainda não somos capazes de fazer milagres, muito menos diabruras ou mágicas, para solucionar o que muitos passaram anos deixando o assunto ao “Deus dará”.
Será que seis de governo é tempo satisfatório para transformar uma situação que reconhecemos bastante injusta, em mar de rosas?  Lógico que não!
Então, por que não nos dar um crédito de confiança, unindo forças conosco, como foi feito para que derrotássemos aqueles que sempre lhes deixaram em terceiros e quartos planos, no sentido de alcançarmos nossos objetivos?
Vamos ser sensatos, pois a classe educadora é a mais esclarecida e não deve se deixar levar pelo jogo subliminar daqueles que, no passado, foram nossos algozes e carrascos. Essa tentativa de desestabilização é nada mais nada menos para deixar transparecer aos menos avisados, que não temos capacidade para realizar os planos da nossa plataforma de governo. Mas, esse plano sórdido e maquiavélico que sempre foi usado com êxito, já não obtém o sucesso de antes. Uma vez que os conhecemos muito bem e estamos preparados para combatê-los com veemência e competência.
Será que não merecemos um voto de confiança, nós que passamos dezenas de anos lutando sempre em benefícios de todas as classes, inclusive fazendo greves por não haver diálogos?
Vamos fazer uma greve para essa greve, pois, certamente, todos serão beneficiados.
Deixem-nos pelo menos arrumar a casa progressivamente que, embriagados pelos poderes do passado, eles a depredaram de tal forma, que somente com algum tempo, solidariedade e bom senso de todos, poderemos fazer os moradores voltarem a sorrir.
Seja brasileiro e diga: Greve na educação? Tô fora!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniodaagral26@hotmail.com)

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