segunda-feira, 2 de julho de 2012

A independência da Bahia!



                                       Antonio Nunes de Souza*

Comemorar essa data tempos atrás, não passava de curtir mais um feriado nessa Bahia que tanto amamos e não perde oportunidade de fazer festas, mesmo quando se estava vivendo uma “independência” cheia de repressões, dentro de uma redoma de autoritarismos, onde reclamar significava castigos e perseguições.

Mas, mesmo com a rotulação que temos de lentos e tranqüilos, jamais deixamos de lutar contra as arbitrariedades em busca dos nossos direitos, mesmo passivos do sofrimento da marginalização. Pois, mesmo sendo uma maioria, contávamos com uma parte que embora consciente da realidade, se omitia pelo medo das constantes represálias daqueles que se achavam donos do nosso Estado.

Felizmente, mesmo com a nossa lentidão dita peculiar, fomos encorajando aqueles que nos admiravam a distância, fazendo ver que somente formando uma unidade forte poderíamos vencer os obstáculos e surpreender a máquina esmagadora que nos atropelava sem dó nem piedade, nos oferecendo pão e circo, tática obsoleta usada pelos Imperadores Romanos, hoje modernizada com trios elétricos e banda de forrós. E, como fez David, surpreendemos toda sua trupe, mostrando através de uma votação esmagadora que o povo já estava saturado de submeter-se a tanta subserviência repulsiva.

Afirmo com uma certeza absoluta que, depois de muitos e muitos anos, desta feita podemos comemorar o 2 de julho como uma verdadeira independência da Bahia, já que, sem uma imitação da queda da Bastilha, usando a sabedoria e a consciência cívica, fizemos cair por terra os ídolos de barro, que governavam com mãos de ferro.

Estamos vivenciando uma Bahia e um Brasil instituído pelo povo e para o povo, onde a liberdade de bradar pelos seus direitos será sempre franqueada e respeitada, pois nosso ideal de governo coloca o povo em primeiro lugar.

Reconhecemos que algumas precipitações nas reivindicações são admissíveis, pois todos nós estávamos com dores nos peitos, entalados pelos desejos e necessidades reprimidas por um passado político nada elogiável e, quando foi dado o grito de liberdade, cada um quer demonstrar seus sofrimentos e insatisfações, procurando soluções imediatas para seus velhos problemas. Isso tudo é plausível, compreensível e, por incrível que pareça, apoiamos com alegria tal desenvoltura, já que sentimos que o povo aprendeu que seus direitos devem ser sempre respeitados. Mas, por outro lado, achamos também que a sensatez do tempo deve ser levada em consideração, dando a oportunidade do governo de estudar as causas e eliminar, progressivamente, os nocivos efeitos.

Vamos comemorar esse dois de julho com muito mais orgulho e esperança, pois na verdade estamos começando uma nova era, onde a participação, solidariedade e ajuda de todos, jamais veremos uma Bahia como na monarquia disfarçada, que o povo era tratado como mero coadjuvante.

Vamos gritar: Salve a Bahia! Como uma saudação pelo seu dia. Pois, salvar a Bahia, isso nós já estamos fazendo há alguns anos!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniodaagral26@hotmail.com) 

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