quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Aproxima-se o Natal!

                                                          Antonio Nunes de Souza*
O ano finda e passamos a nos preparar para as festas natalinas. Comerciantes enfeitam suas vitrines, aumentam estoques, reforçam propagandas, contratam temporários e esperaram que as vendas alcancem as expectativas desejadas.
Já nós mortais, sobreviventes de uma luta insana contra a baixa renda, ficamos na esperança de receber o tão esperado décimo terceiro, cobrir uma parte do cheque especial, “barrigar” cartões de crédito pagando o mínimo e, com certeza, fazer novas dívidas comprando e dando presentes, festejando o natal e a entrada do novo ano. Pois, de modo algum, não podemos deixar passar em branco as nossas festas como o natal, ano novo, carnaval, lavagens de igrejas, São João, São Pedro, dia das mães, pais, criança, cidade, etc., sem levar em conta as micaretas das cidades do interior e outras de menores expressões. Esse é o comportamento cultural do brasileiro.
Segundo estatísticas levantadas por especialistas na área de trabalho e lazer, dos 365 dias do ano, nós brasileiro os utilizamos da seguinte forma:
52 domingos, 52 sábados (que alguns trabalham meio período), considerou-se apenas como nulos 26. 22 feriados e dias santificados, 07 dias de carnaval, 30 dias de férias, uma média de 08 com licenças médicas ou dispensas por necessidades pessoais e 05 com faltas injustificadas, chegando-se a conclusão desanimadora que, lamentavelmente, trabalha-se em nosso país apenas 215 dias/ano.
Porém, como se trabalha oito horas por dia, aprofundando a pesquisa, ficou caracterizado que, para suas necessidades pessoais (dormir, comer, tomar banho e lazer, etc.), nós utilizamos em torno de 11 horas/dia que representa em termos gerais o equivalente há 98 dias.
Resultado: Dos 215 dias úteis, retirando os 98 de utilização pessoal e privada, na verdade só somos produtivos a bagatela de 117 dias/ano. Vale dizer que não foram contabilizadas as licenças maternidade, por tratar-se de casos especiais.
Parece um resultado exagerado, mas é uma pura realidade que você mesmo pode comprovar baseando-se em seu comportamento normal, acompanhando e anotando suas atividades do cotidiano. Aí você verá que, se trabalhássemos mais, certamente nossos rendimentos seriam muito mais substanciais, e estaríamos numa situação mais tranqüila agora nos festejos natalinos e nos outros todos também. Inclusive, o desenvolvimento do nosso país seria outro, pois contaria com uma maior força de trabalho, colocando-o há muito tempo como país desenvolvido, como fez a Alemanha, Japão, França, Itália e outros que depois de bombardeados na segunda guerra mundial, sessenta anos depois fazem parte dos países mais ricos do mundo, graças ao patriotismo, garra, trabalho e, principalmente, o grande investimento na educação.
Bom será que nesse Natal que se aproxima, possamos todos fazer uma reflexão, mesmo que não seja para aumentar a jornada de trabalho, mas, pelo menos, trabalharmos com mais compromisso com a nação, pois todos os desenvolvimentos que possam advir serão benéficos para todos os envolvidos, inclusive preparando um país melhor para os nossos filhos e netos.
Tenho certeza que você pensou nesse momento o seguinte: Eu vou me matar de trabalhar para os políticos roubarem tudo? Nem pensar!
Você pode até ter razão, pois contamos com muitos deles que assim procedem. Mas, você nunca parou para pensar que isso também é nossa culpa?
Que nós é que escolhemos os políticos com nossos votos?
Que muitos deles, comprovadamente, desviaram e subtraíram recursos públicos e nós os reelegemos por várias vezes?
Será que não foi olhando apenas os nossos interesses, esquecendo a cidadania, que ajudamos a reeleger esses corruptos?
Pois é! Antes de falar analise se você, de alguma forma, não ajudou a colocar esses cancros nas administrações e legislações do nosso tão sofrido Brasil. Jamais esquecer que o retrato de uma nação democrata é o seu povo. E nós temos o livre arbítrio de escolher o que seja melhor para todos, sem querer singularizar os interesses prejudicando a grande maioria. E o que é pior e mais absurdo é depois de fazermos à interesseira atitude, temos a petulância e cinismo de dizer que o político somente é que é o desonesto.
Vamos refletir tomando atitudes, exercendo a cidadania, trabalhando com mais empenho que, certamente, algum dia teremos um Natal, literalmente, Feliz!

Escritor (Blog Vida Louca – ansouza_ba@hotmail.com)



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