quinta-feira, 21 de agosto de 2025

UM ASSALTO SALVADOR! (Clique e leia)

 

Antonio Nunes de Souza*

Acordei sem ter dormido direito, já que estava preocupado com minha conta de luz e aluguel atrasados, perfazendo um total de R$ 1.325,50 e, infelizmente, eu só tinha em mãos R$200,00 no bolso, sem saber como resolver essa desagradável situação, que todo pobre operário sofre mensalmente!

Tomei meu café com pão, e saí às pressas para pegar o ônibus para trabalhar, cheio de desesperanças, uma vez que não tinha pra quem apelar como salvação do meu dilema!

Por ironia do destino, com menos de cinco minutos, três assaltantes dentro do ônibus, sacaram as armas rendendo todos, mandaram o motorista encostar o veículo e saíram vasculhando dinheiro, pulseiras, alianças e celulares de todos. Felizmente eu na agonia, esqueci meu celular em casa, mas, por azar, estava com meus R$200,00 no bolso, que me revistaram e levaram na hora, deixando-me com um ódio mortal, com vontade de bater no canalha até vê-lo morto. Mas, me segurei, pois seria perigoso enfrentar um homem armado. Todos apavorados, mulheres chorando, etc., e por sorte passou um carro da polícia, e vendo o ônibus parado num lugar proibido, encostaram ao lado. Aí, quando os bandidos perceberam, saíram às pressas pela porta traseira, sendo que o último deles ao virar para correr, bateu a bunda em meu ombro e, por seu brutal azar, sua carteira pulou do bolso sem que ele percebesse, caindo exatamente em meu colo!

Ainda assustado, olhei rapidamente o conteúdo e vi que estava recheada de notas de 100. Pensei em entregar aos policiais, mas, deu-me um estalo na mente, e guardando-a no bolso, pensei em dois velhos provérbios populares, que cabiam, exatamente, com a situação: “Deus escreve certo com linhas tortas”, e no caso Ele estava ajudando-me a pagar minhas contas. E o outro provérbio é o que diz: “Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão”. No caso o miserável tinha levado meus 200 e como castigo tinha perdido bem mais!

Tranquilamente, coloquei a carteira no bolso, não quis ir a delegacia dar queixa, saltei, peguei outro Buzu e segui para o trabalho. Ao chegar, fui direto ao banheiro e, sorrateiramente fui olhar a quantia que tinha na recheada carteira e, para minha grande alegria, tinha exatamente: R$2.320,00, que daria para me tirar do sufoco, além de sobrar uma graninha gorda, para eu curtir um paredão com minha gata no final de semana!

Posso dizer que esse foi o dia que fui roubado e, minutos depois, fui ressarcido com juros, multas e correção monetária. Mas, mesmo assim, não quero que aconteça outra vez, pois, normalmente os resultados são perigosos e prejudiciais!

Não sei se fui certo ou errado, mas, para quem estava desesperado e aflito, posso até dizer que foi um milagre divino esse “assalto salvador!”

*Escritor, Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna de Letras!

 

 

 

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