Antonio
Nunes de Souza*
A
chuva desaba como se o céu fosse um oceano
Água corre botando tudo no mesmo plano
Olho e re-olho o pânico dos ribeirinhos.
Choros e gritos produzem um coro horripilante
Nada que se possa fazer será o bastante
Já que foram traçados os seus caminhos!
Pobres, desempregados, pretos e mulatos
Por mais que lutem, não mudam os fatos
Foram todos destinados a margem viverem.
Dos rios, da sociedade, da cultura, da educação
Nunca encontram alguém que lhes dê a mão
Para seus sofrimentos desaparecerem!
Infame tragédia dessa gente
Mesmo sofrendo não deixa de estar contente
Na esperança que algum dia melhorar.
Ouvem atentos os candidatos
Pedem um par de sapatos
Pra votarem nos mesmos cretinos
Sabendo que o sofrimento não vai acabar!
*Escritor,
Historiador, Cronista, Poeta e um dos membros fundadores da Academia Grapiúna
de Letras!
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