Antonio Nunes de Souza*
É
um verdadeiro absurdo a cegueira, ou a descabida falta de senso de alguns
setores governamentais do nosso país que, aliados a Ongs e outros órgãos
representativos da etnia negra brasileira, lutam bravamente para que seja
instituídas umas leis, no sentido de exigir percentuais raciais nas escolas,
empresas, universidades, etc., como se nós não fossemos uma raça, literalmente,
mestiça e que os brasileiros não tem cores definidas!
Essa
atitude, ridícula em seu conteúdo, prova e oficializa uma segregação racial,
onde o governo é obrigado a legislar para que esta seja saneada, quando na
verdade, o que mais temos e vemos diariamente é um brutal preconceito social,
qualquer que seja a cor do indivíduo!
O
importante e oportuno é dar condições ao povo brasileiro, para que todos tenham
as mesmas oportunidades em todas as áreas, independente das suas
características raciais. Pois, esse preconceito nada velado, é aplicado
cotidianamente com os mais pobres e, como os negros e mulatos são geralmente
mais pobres, consequentemente, são atingidos mais diretamente, sofrendo pela
pele e na pele, um repúdio e classificação de ser inferior!
O
certo e justo é melhorar quantitativamente e qualitativamente os ensinos básicos,
primários e secundários nas áreas dos menos favorecidos, empregos para as
famílias que nelas habitam, moradias dignas, assistência médica e dentária,
bibliotecas itinerantes ou fixas, acompanhamentos de psicólogos e sociólogos e,
tenho certeza, que essas pessoas negras, pardas, mestiças ou brancas, terão
condições de enfrentar de igual para igual, não só os vestibulares, como também
os concursos nos setores técnicos. administrativos e profissionais, sem
precisar de obrigatoriedades de percentuais, sendo somente a competência o fiel
da balança!
Devemos
é lutar muito, unindo forças, para mudar essa mentalidade tacanha de que temos
raças distintas, pois, se for feita uma série de DNAs, pode ter certeza que,
praticamente, todos nós temos um pé na cozinha, como dizem desde a colonização,
como uma expressão preconceituosa! O que realmente falta é vontade política e
muita solidariedade humana dessa nossa sociedade, que se diz organizada, porém,
por demais hipócrita, que no fundo prefere que as coisas continuem como estão e
sempre foram!
Vamos
vencer essa luta, mas com dignidade de valores, alcançados através dos direitos
humanos da igualdade na assistência pública, não como pobres inferiores,
favorecidos por leis ou decretos, que somente oficializam um preconceito que
jamais deveria existir!
O
que me deixa pasmo é ter organizações negras que apoiam com unhas e dentes
essas leis, sem analisar ou fazer reflexões que, embora seja mais um direito
adquirido, ao mesmo tempo oficializa que as pessoas de cor preta, aos poucos,
estão conseguindo seus espaços, mais por determinações legais, que pela
competência!
Vale
salientar, que vivemos em um país que acolhe várias colônias de estrangeiros do
mundo inteiro e, com a miscigenação, estamos caminhando para em médio prazo, termos
a nossa autentica raça brasileira, com várias tonalidades, sendo a predominante
a parda. Ou seja: O mulato brasileiro!
O
que é preciso é aumentar o percentual de ajudas substancialmente, que, se
duvidar, haverá uma inversão de pedidos de vagas, pois, os mais pobres, por
serem sempre injustiçados, quando surgem as oportunidades, agarram com unhas e
dentes, e tornam-se altamente competentes e invejáveis em suas atividades
profissionais!
*Escritor
– Historiador, Cronista e Poeta!
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