Antonio
Nunes de Souza*
“Santo
Antonio meu pai, cadê o pileque que não sai?”
Esse
era o refrão usado por todos, no meu querido Santo Amaro da Purificação, nas
portas das casas que faziam novenas para esse bendito Santo, que tenho o maior
orgulho de tê-lo como meu grande protetor!
E,
mais que depressa, os donos das casas mandavam que entrássemos e nos servia um
cálice de um bom licor, canjicas, doces e salgados e ainda um santinho para
cada um como lembrança, onde constava no verso os nomes dos patrocinadores daquela
noite. Estes eram responsáveis pelas bebidas, iguarias, flores e enfeites do altar
do glorioso Antonio!
Era,
sem dúvida, nove noites alegres, festeiras e religiosas, com a participação de
todas as famílias da comunidade, sem os preconceitos habituais de outras
localidades!
Tratava-se
do prenúncio de São João que, nessa época, em todas as ruas da cidade tinha fogueiras,
com milho assado, cozido, churrasquinho, batata doce, laranjas, licores de
diversas frutas, sendo o de jenipapo, sempre o rei da festa!
As
famílias de melhores posses comprava fogos mais sofisticados e tinham os
horários determinados para soltá-los, para que os mais pobres pudessem levar os
seus filhos para apreciar e se deslumbrarem com os coloridos!
Muito
saudosista essa minha crônica, mas, justifica, pois, infelizmente, mesmo sem
viroses e pandemias, nosso São João está mais para as esfregações nos forrós,
mistura de todo tipo de músicas, danças e bebidas, comemoração tipicamente profana,
bem diferente do passado. As festas apenas tem o nome do Santo, mas, são
verdadeiras diabruras!
Guardo
essas lembranças com todo carinho, tempo que o velho Ogum, meu santo precioso,
era cultuado com a dedicação que Ele é merecedor!
“Viva
Santo Antonio por hoje ser o seu dia!”
*Escritor-Membro
da Academia Grapiúna de
Letra-AGRAL-antoniodaagral26@hotmail.com-antoniomanteiga.blogspot.com
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