sábado, 24 de outubro de 2015

Inesperada aventura!

Inesperada aventura


Antonio Nunes de Souza*



Começava o anoitecer, muito embora tudo estava numa escuridão profunda, causada pela forte chuva que dominava a cidade com seus grossos pingos e, como sempre, provocando o alagamento das ruas com seus esgotos entupidos que, no passado, foram mal dimensionados sem atentarem para a evolução do progresso!

Eu, completamente molhada, minha sombrinha havia virado pelo avesso em função do vento forte que parecia querer arrancar a nossa pele pela friagem que lhe acompanhava. Para mim, uma experiência nova, pois jamais tinha me visto numa situação similar ou parecida, principalmente estando sozinha e sem pessoa alguma no ponto de ônibus. Claro que fiquei super aflita, pois, resolvi tomar um táxi (fugindo do meu orçamento), mas, todos que passavam estavam ocupados, ou não paravam!

Lógico que comecei a ficar com medo, tentei ligar para casa, mas, infelizmente, com os relâmpagos e trovões, a minha servidoras estava fora do ar. Nessas horas dos desesperos, sempre recorremos aos socorros divinos, pedindo uma ajuda imediata, nos salvando de um assalto ou coisas piores. E, como uma mágica divina, parou um luxuoso carro e abrindo o vidro do meu lado, um senhor grisalho com ótima aparência, trajando paletó e gravata ofereceu-me uma carona, mesmo que fosse até um ponto de taxi mais próximo. Sinceramente, mesmo que ele não tivesse essas boas características, eu aceitaria, pois, totalmente molhada e amedrontada, qualquer socorro era super bem-vindo.

Entrei no carro sem nem pestanejar, agradeci a Deus essa dádiva e seguimos pelo caminho em frente. Depois das conversas habituais de que a chuva estava horrível, a administração pública tinha grande responsabilidade, etc., ele perguntou em que bairro eu morava e eu falei que era na Barra Avenida (ele tinha me pegado na Av. Paralela), Ele disse: legal, pois morro na Barra e posso deixar você em sua casa sem desviar meu roteiro, pois será um prazer. Essas palavras me deram um alento grande, uma vez que estava, literalmente, molhada, meu vestido colado no corpo, mostrando inclusive meus seios e as tetas enrugadas e em riste, que, não deixei de ver Washington (esse era seu nome) sempre olhando e admirando já que sou, mesmo nestas condições, uma mulher jovem e bonita. Aí aconteceu o inesperado, a rua que deveríamos passar estava totalmente alagada, uma fila de carros assustadora, inclusive vários já sem seus motoristas, dando um sinal que seria um problema que demoraria muitas horas para voltar a ser transitado.

- Nós temos duas opções: ou sairmos embaixo dessa tempestade com a rua completamente alagada, ou ficar aqui protegidos e ter paciência esperando. Que sugere você? Perguntou Washington.

-Prefiro aguardar aqui, pois estamos protegidos e, com essa proteção que você está me proporcionando, me deixa tranquila e a hora que chegar em casa estará tudo bem! Respondi já encorajando ele a fazer algo, como uma gratificação, pois, sinceramente, nunca fui nenhuma santa!

Parecendo que ele leu meus pensamentos, tirou o paletó e me ofereceu para eu tirar a blusa encharcada no corpo e até a saia se quisesse, pois, como ele era alto, seu paletó seria como um vestido para mim. Não contei conversa, comecei a me desnudar, nada escabreada e ele olhando meio encabulado, mas, de repente, me pegou e deu um beijo daqueles gostosos que, mesmo nos desconfortos da chuva, nos faz molhar aquelas partes que são libertinas e acolhedoras do prazer. Daí pra frente, começamos a transar de todos os jeitos e formas, não mais se preocupando com as condições climáticas!

Nos refizemos, sempre sem falar nada, apenas um sorriso meio sacana nos lábios, aprovando o delicioso ato e, no íntimo, agradecendo a S. Pedro pela colaboração da chuva. Nisso ouvimos apitos de guardas, avisando que o caminho estava em condições de passar e ele seguiu, parando na porta do meu edifício e deixando-me, antes porém, deu-me seu cartão pedindo que não deixasse de lhe ligar, inclusive para lhe devolver sua roupa que, milagrosamente, ficou ótimo em mim, parecendo um elegante capote!!

Esse fato tem dois anos e eu e Washington temos um caso e já transamos umas “setenta” vezes!!!

*Escritor - Membro da Academia Grapiúna de Letras - AGRAL - antoniodaagral26@hotmail.com



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