domingo, 3 de maio de 2015
Descoberta tardia!
Antonio Nunes de Souza*
Meu avô, velho filósofo popular, sempre que eu o enqueria com algo, me explicava, mas, as vezes sentia que meu entendimento não estava sendo suficiente, então dizia: “Meu netinho com o tempo você vai entender e aprender!” E não é que ele tinha razão! Pois, com o danado do tempo, aprendi muitas coisas, mudei alguns comportamentos, hábitos, inclusive adquiri gostos mais aprimorados e, principalmente, a qualificar minhas amizades. Se você que está lendo for jovem, com o tempo me entenderá, tenha certeza disso!
Passadas várias décadas, cheguei à conclusão e descoberta que não sou e nem nunca fui poeta! Me denominei ou fui denominado, talvez pela bondade e gentileza dos amigos, querendo massagear o meu ego, estimulando-me com tal título, pois, a maneira que faço poemas (?) é tão diferenciada das obras que leio que, para ser franco, sinto que sou apenas um homem que sem rodeios e “salamaleques”, expressa seus sentimentos, desejos e necessidades. Adoro ser assim, bem objetivo, sendo claro nas intenções, para que não haja dúvidas nas questões e nem nas ações que espero que aconteçam. Um jeito pouco comum, mas, sincero e verdadeiro!
Jamais consegui dizer para uma mulher que ela é “uma estrela que brilha no céu da minha vida”. “O sol que ilumina meu coração”. “A mais linda flor do meu jardim!” “Quisera lhe dar a lua de presente para enfeitar mais ainda sua beleza!” Na minha brutalidade poética, eu diria essas mesmas coisa da seguinte maneira:
“Seu lindo corpo estimulou minha libido
Com desejo em meu corpo concebido
Pelo seu jeito charmoso e sedutor!
Gostaria de desfrutar dessa beleza
Com carícias e muita nobreza
Mostrando-lhe o que é o amor!”
Sinceramente, isso não é poesia, pois mais parece uma proposta de tarado! Depois dessa minha descoberta, procurarei nos meus restinhos de anos, mudar um pouco meu pavoroso estilo ou, o que é mais justo, deixar de tentar fazer poesias, apenas continuar com minhas modestas crônicas!
Os poetas são sonhadores, pintam quadros mirabolantes com pinceladas de palavras bonitas, esperam que os absurdos aconteçam através das divindades e dos homens, românticos, meigos e cheios de esperanças, mesmo vendo em certas ocasiões que, tudo aquilo, é impossível!
Descobri que não sou poeta, mas, gosto e admiro todos eles com o maior respeito e carinho!!!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras – AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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