sábado, 2 de maio de 2015

A consciência negra!

Antonio Nunes de Souza* Estamos, sem nenhum favor, comemorando e homenageando a maravilhosa etnia negra. Sendo que, nesse mês, escolheram um dia especial para manifestar esse evento, porém, como as consciências brancas (?) estão cada dia mais convencidas das absurdas injustiças cometidas no passado contra essa etnia fantástica que, trazida a ferros e chicote, aqui chegou e ajudou a construir a nação brasileira, achou por bem ampliar os festejos durante todo esse mês! Milhares morreram vítimas de doenças, fome, maus tratos, castigos brutais e, principalmente, desgostosos por terem deixado sua terra natal, seus familiares e serem caçados como animais e vendidos brutalmente para serem escravos em terras distantes. Poucos sabem que, muitos chefes de tribos africanas, prendiam ou enganavam os mais fortes homens das tribos e, covardemente, vendiam seus irmãos ou trocavam por mercadorias com os colonizadores da época. Essa atitude talvez seja uma das mais injustas e pecaminosas no período da escravatura mundial. Na faculdade, quando estudei licenciatura de história, fiquei ao mesmo tempo que encantado com essa etnia (meu professor proibia que se usasse a palavra “raça”), pela sua heroica luta cheia de sofrimentos, preconceitos, desprezos e desrespeito humano e, com a coragem de guerreiros e inteligências privilegiadas, estão conseguindo dominar o mundo em todas as áreas (todas mesmos), mostrando que não eram e não são inferiores, apenas jamais lhe fora dada as oportunidades que deram e dão aos outros povos que para aqui apenas emigraram em busca de coisas melhores. Mas... esses são de cores privilegiadas e suas características são orientais e escandinavas. E, por outro lado, envergonhado de saber que o nosso país foi o último do mundo a dar liberdade aos escravos, acabando com a escravatura, porém sem ajuda-los em suas novas vidas, e eles para sobreviverem, criaram vários guetos e favelas, hoje conhecidas como quilombolas! Essas comunidades quilombolas conservam suas tradições e, felizmente, os governos têm, muito embora com muita parcimônia, dado assistência e algumas melhorias que são aproveitadas com unhas e dentes, hoje já contando com muitos dos seus filhos e netos com formações universitárias, graças aos seus predicados de lutadores e persistentes em mostrar suas verdadeiras capacidades, mesmo tendo que aguentar um preconceito disfarçado e muitas vezes exagerado de uma sociedade hipócrita e desumana! Parabenizo esse povo heroico e de comportamento constante de lutas que, graças a ele, temos um país cheio de encantos mil, uma cozinha privilegiada criada com as vísceras que lhe eram jogadas nos pelourinhos, sendo para nós baianos o rei do petisco o nosso mundialmente famoso e delicioso “acarajé”! Parabéns meus queridos irmãos negros, que além de toda sua linda história, ainda está nos dando e proporcionando a criação da nossa belíssima apreciada mulata, etnia legítima brasileira! Com eles aprendemos a sorrir, cantar, dançar, levantar a poeira e dar a volta por cima. Mais que isso eu choro de felicidade!!! *Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com

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