segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Essa praça é uma graça!


                               Antonio Nunes de Souza*

Se não fosse tão absurda a situação, até que seria realmente engraçada. Pois, além de ter três nomes (ou quatro, parece-me): Getúlio Vargas, Adami e Manoel Leal, ainda é apelidada desrespeitosamente, como “Ilha dos Ratos”!
Lembro-me com clareza e carinho, quando aquele largo sem calçamento era usado como uma grande feira aos sábados, e muitos dos fazendeiros se exibiam com lindos cavalos, inclusive havendo alguns que, corajosamente, desciam ladeira abaixo em pé em suas selas. Para mim e para todos, esse espetáculo circense tornava-se uma grande alegria, pelas magistrais habilidades apresentadas.
Com o passar do tempo, por ser a primeira e central praça, ela foi calçada, transformando-se em área comercial mais sofisticada para a época, dando a honra de nova feira para a praça da estação, ali onde funciona a FTC e adjacências. Se não me engano, seu primeiro nome foi Praça Adami, que perdurou por longo tempo, vindo posteriormente os outros nomes, talvez pela boa vontade política de homenagear várias personagens com a nossa mais central e florescente praça!
Depois de forçar minha modesta memória com essas lindas lembranças que o tempo jamais trará de volta, vejo, tristemente, minha querida área que, por ironia e um presente do destino, tive a felicidade de morar por quarenta e três anos da minha vida nesse local, tendo o privilégio de ser vizinho ao bonito e já derrubado casarão centenário construído pelo Cel. Ramiro Nunes de Aquino.
Todo esse mar de lembranças é apenas e lamentavelmente, fazer com que nossos administradores políticos, juntamente com a tão aclamada “sociedade organizada”, se juntem com idéias e projetos, para que essa praça não permaneça uma graça insólita, como é hoje, servindo de feira livre, comércio de muambas, bancas de jogo de bichos, dezenas de carrinhos de diversos alimentos, comércio de veículos, pontos de taxis e moto-taxis, além do acharcamento dos “flanelinhas que, incrivelmente, se acham donos das vagas nas ruas para os veículos. A visão geral que temos é que estamos numa cidade desorganizada onde todos se estabelecem onde querem ou desejam, sem respeitar as leis e os direitos alheios. Vale dizer que, sinceramente, não sou contra e nem jamais serei com relação ao comércio informal, pois, como sabemos todos, essa modalidade é uma oportunidade de muitos que estão desempregados, conseguirem rendimentos para suas subsistências familiares. Mas, que tudo isso aconteça de uma maneira mais organizada, áreas determinadas, sem que seja uma invasão coletiva criando situações indesejáveis.
Que o nosso prefeito Vane e o Secretário da indústria e comércio tomem providências enérgicas e necessárias, dando oportunidade para todos que serão transferidos, colocando-os em lugares mais adequados que também atendam suas necessidades!

*Escritor (Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26hotmail.com)

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