Antonio Nunes de
Souza*
Se
não fosse tão absurda a situação, até que seria realmente engraçada. Pois, além
de ter três nomes (ou quatro, parece-me): Getúlio Vargas, Adami e Manoel Leal,
ainda é apelidada desrespeitosamente, como “Ilha dos Ratos”!
Lembro-me
com clareza e carinho, quando aquele largo sem calçamento era usado como uma
grande feira aos sábados, e muitos dos fazendeiros se exibiam com lindos
cavalos, inclusive havendo alguns que, corajosamente, desciam ladeira abaixo em
pé em suas selas. Para mim e para todos, esse espetáculo circense tornava-se
uma grande alegria, pelas magistrais habilidades apresentadas.
Com
o passar do tempo, por ser a primeira e central praça, ela foi calçada, transformando-se
em área comercial mais sofisticada para a época, dando a honra de nova feira para
a praça da estação, ali onde funciona a FTC e adjacências. Se não me engano,
seu primeiro nome foi Praça Adami, que perdurou por longo tempo, vindo
posteriormente os outros nomes, talvez pela boa vontade política de homenagear
várias personagens com a nossa mais central e florescente praça!
Depois
de forçar minha modesta memória com essas lindas lembranças que o tempo jamais
trará de volta, vejo, tristemente, minha querida área que, por ironia e um
presente do destino, tive a felicidade de morar por quarenta e três anos da
minha vida nesse local, tendo o privilégio de ser vizinho ao bonito e já
derrubado casarão centenário construído pelo Cel. Ramiro Nunes de Aquino.
Todo
esse mar de lembranças é apenas e lamentavelmente, fazer com que nossos
administradores políticos, juntamente com a tão aclamada “sociedade
organizada”, se juntem com idéias e projetos, para que essa praça não permaneça
uma graça insólita, como é hoje, servindo de feira livre, comércio de muambas,
bancas de jogo de bichos, dezenas de carrinhos de diversos alimentos, comércio
de veículos, pontos de taxis e moto-taxis, além do acharcamento dos
“flanelinhas que, incrivelmente, se acham donos das vagas nas ruas para os
veículos. A visão geral que temos é que estamos numa cidade desorganizada onde
todos se estabelecem onde querem ou desejam, sem respeitar as leis e os
direitos alheios. Vale dizer que, sinceramente, não sou contra e nem jamais
serei com relação ao comércio informal, pois, como sabemos todos, essa
modalidade é uma oportunidade de muitos que estão desempregados, conseguirem
rendimentos para suas subsistências familiares. Mas, que tudo isso aconteça de
uma maneira mais organizada, áreas determinadas, sem que seja uma invasão
coletiva criando situações indesejáveis.
Que
o nosso prefeito Vane e o Secretário da indústria e comércio tomem providências
enérgicas e necessárias, dando oportunidade para todos que serão transferidos,
colocando-os em lugares mais adequados que também atendam suas necessidades!
*Escritor
(Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – Membro da Academia Grapiúna
de Letras – antoniodaagral26hotmail.com)
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