Antonio Nunes de
Souza*
Assim
foi como o conheci, contemporâneo escolar, amigo e colega frequentador da UESI,
onde conversávamos, riamos e jogávamos dama contra a genialidade no tabuleiro
de Porfírio e, para nossa felicidade, curtíamos uma juventude sadia e
invejável, que marcou dignamente o nosso maravilhoso passado, sem os vícios e
maus costumes que o tempo nos presenteou, graças aos descuidos humanos!
Naquela
época, mesmo com as desenvolturas que demonstrávamos ter na puberdade e
juventude, jamais imaginamos que um dia estaria escrevendo contando histórias e
estórias no mesmo jornal, sendo ele com um estilo próprio e singular, e eu,
esforçando-me dentro da minha simplicidade, tentando oferecer algo agradável e
digerível aos nossos pacientes leitores. Mas, como Deus é perfeito, colocou
sempre as minhas crônicas ao lado dos seus textos diários, pois, assim fazendo,
depois de ler as diabruras e saliências inteligentes de Dudu, seria bem mais
fácil valorizar minhas modestas “escrevinhações”!
Sua maneira peculiar de se expressar fez de
sua cotidiana página do jornal, ser, com certeza, a primeira coisa a ser lida.
Não só pelas colocações, mas, principalmente por suas informações precisas, sem
se radicalizar endeusando ídolos de barro ou subserviente aos que estavam nos
poderes. Era um mestre nas premonições, dando valores a quem de direito,
fazendo muitas vezes que alguns agoniados pelos poderes, se acautelassem, pois
ainda não era a hora adequada para se atirarem em disputas eleitoreiras!
Acertava
sempre nas conjecturas, errando algumas vezes como é normal e comum quando se
lida com uma vertente política de dezenas de partidos, onde os interesses
correm soltos, provocando variações tanto esdrúxulas como escabrosas que,
muitas vezes, nos tira do sério com acordos paradoxais!
Jamais
esquecerei aquela voz rouca com sua gagueira costumeira, que passava com
carinho, meiguice e afetividade, não só com os presentes como também aqueles
que já se foram, com palavras e colocações sutis e carinhosas, mesmo quando
desejava aplicar singelas alfinetadas nos merecedores. Sinto saudade, tristeza
e lamento essa grande perda jornalística, que por certo representará uma lacuna
muito significativa para nossa região. Tenho a certeza absoluta que onde ele
estiver, estará com óculos e binóculos nos olhando, fazendo, certamente, suas
crônicas celestiais sobre nós, que nesse momento sofremos com a sua inesperada
partida!
*Escritor
(Blog Vida Louca – antoniomanteiga.blogspot.com – antoniodaagral26@hotmail.com)
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