Antonio Nunes de Souza*
Será a infância?
Acho que não!
Pois essa, embora cheia de encantos e fantasias, representa apenas o
nosso infantil desabrochar da vida, com uma série de regalias e tolerâncias,
mas, ao mesmo tempo, somos coibidos de certas coisas, sem entendermos as
razões, nos causando aborrecimentos. Além do mais é um período tão curto que,
quando menos esperamos, passa a ser apenas uma mera lembrança do passado.
Será a puberdade ou juventude?
Também não creio!
Talvez seja a que temos mais lembranças, pois nela passamos a descobrir
os segredos da vida, alimentamos nossa aguçada curiosidade, criamos nossos
sonhos, vivemos amores possíveis e impossíveis, erramos e acertamos e,
principalmente, nos preparamos para enfrentar as dificuldades profissionais
futuras, através de muito trabalho e estudos. Entretanto, mesmo ela sendo boa e
agradável de se viver, nós rezamos que ela passe rápido, para que possamos nos
livrar desses compromissos e passarmos a ser donos dos nossos destinos. Essa
ansiedade faz com que essa idade seja mais curta ainda, pois, não sabendo o que
nos espera, nós mesmos procuramos abrevia-la.
Será a terceira idade?
Ah! Tenho certeza que sim! Sabiamente, Deus não deu limites para ela.
Ela começa onde acabam as outras e nos acompanha até o nosso último minuto. Não
é ela que nos limita. Nós é que a limitamos.
Além dessa dádiva, podemos desfrutar de todas as
outras idades ao mesmo tempo: Somos crianças com nossos netos, adolescentes com
nossos filhos e adultos com nossos cônjuges e amigos. Devemos, cotidianamente,
agradecer esse privilégio de estar vivendo a melhor idade, termos orgulho de um
dever cumprido, preparando melhores caminhos para nossos descendentes,
transmitindo nossas experiências, sempre com muito cuidado, para que todos
possam encontrar um mundo melhor pela frente.
Mas, já que vencemos e vivemos todas essas etapas,
por que não aproveitarmos agora e sempre esse momento sublime de nossas vidas?
Não tem “por que!”
Nosso hoje deve ser sempre o reflexo da nossa felicidade de ontem e a de
amanhã. Viver intensamente não é um dever é, simplesmente, nossa obrigação.
Dizem erroneamente que tempo é dinheiro, mas isso é um ledo engano. Tempo é uma
medida de satisfação, dos momentos felizes que vivemos. E podemos amplia-lo o
mais possível, desde de que saibamos usa-lo com sabedoria. E isso não nos
falta, graças à experiência adquirida com o próprio tempo.
Desejamos que todos que curtem hoje a melhor idade
possam realizar seus sonhos, que por alguma razão foram deixados para trás,
mostrem, não para os outros, mas para si mesmo, que a felicidade que todos
buscam, sempre esteve dentro de nós.
A melhor idade é essa que orgulhosamente estamos
vivendo. E com ela não tem tempo determinante, pois, só acaba quando morremos!
*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras –
AGRAL – antoniodaagral26@hotmail.com
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