Antonio
Nunes de Souza*
Normalmente,
para evitar polêmicas, nunca ligo ou alimento algumas opiniões recebidas
através de e-mails, quer sejam elogiosas, quer sejam condenatórias. Mas, não
tendo vindo nada criativo na minha mente, vou aproveitar para despertar a
atenção de alguns leitores que acham abusivos meus termos utilizados com
liberdade para ilustrar os fatos e ocorrências nas crônicas e artigos,
justificando que escrevo na linguagem corriqueira do dia-a-dia, tão comum nas comunicações
da internet, mesas de bares, banquetes, ruas, televisões, rádios, livros,
teatros, etc., sem que as intenções sejam pejorativas e chulas. Simplesmente,
tudo é usado para dar ênfase ao assunto, qualificando-o como algo especial ou
depreciativo, conforme o emprego na sentença!
Sessenta
anos atrás eu, às escondidas na biblioteca de Santo Amaro, li os livros de
Jorge Amado, Cacau, Suor, Carnaval e outros, onde você poderia encontrar as
maiores sacanagens nordestinas, descrições de atos sexuais com detalhes, muitos
nomes considerados “feios”, mas, como era algo inovador e tratava-se de um
mestre da literatura que surgia, a admiração era grande e ninguém ousava dizer
que eram condenatórias, E hoje, sessenta anos depois, gostaria que vocês lessem,
de João Ubaldo Ribeiro, nosso querido imortal da Academia Brasileira de Letras,
que faleceu recentemente, o livro “A casa dos Budas ditosos” que, seguramente,
vão ver que minhas crônicas e artigos parecem versículos bíblicos comparados as
barbaridades que ele escreveu, apresentando com a maior clareza possível, todas
as sacanagens mundanas e mais algumas que, mesmo com essa idade, desconhecia!
Minha comparação não é, em nenhuma hipótese, uma heresia, apenas para dar
ênfase a citação e, ao mesmo tempo, estimulando para que leiam os livros
citados no sentido de ampliar seus conhecimentos literários!
Portanto,
compreendam minhas intenções de escrever para o povo, sem dar muitos valores às
diretrizes da ABNT, que aprendi na faculdade, pois, se começar a ser um escritor
casto e puro, usuário do português de Camões, tenho certeza que passarei a ser
um chato que quer dificultar as compreensões, ou esnobar demonstrando ilustres
conhecimentos. Não quero isso e nem desejo que alguém no futuro diga: Como
disse o escritor Antonio Nunes, no seu livro X, etc., basta que lembrem
vagamente de mim e digam: Tinha um cara, que nem me lembro o nome, mas escrevia
umas crônicas do caralho!
*Escritor
– Membro da Academia Grapiúna de Letras – antoniodaagral26@hotmail.com
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