Somos um país de coveiros?

Antonio Nunes de Souza*

Essa pergunta é mais que justificada quando, numa hora super imprópria, a população se deixa levar por estímulos políticos interessados em desmoralizar os poderes públicos, fazendo greves, reivindicações, paralisações, vandalismos, depredações de carros, ônibus e trens, saques no comércio que nada tem haver com as ocorrências solicitadas, enfim, uma falta de brasilidade sem par, aproveitando-se de uma hora em que devemos todos nos mostrar para o mundo que somos um país, com graves erros, mas, civilizado e trabalhando para sanar seus problemas e melhorar as condições do nosso povo! 

Que adiantará apresentar a mídia internacional (TVs, jornais, revistas, rádios, internet, turistas, etc.) um pais totalmente desorganizado pelas ações populares, queimando diariamente dezenas de ônibus que estão fazendo falta hoje e faltarão mais ainda posteriormente, que faz medo até de chegar na porta de casa, ir a uma praia, conhecer as belezas incontestáveis das cidades brasileiras, torcer todos para que ganhemos a copa, feita em nosso país com suor, sacrifício e disputa com vários outros que pagariam milhares de dólares para terem esse privilégio?

Será que a cegueira popular ou a memória vazia, não lembra que a falta de educação, saneamento, saúde, moradia, salários baixos, atendimento público, transporte, leis obsoletas e outras desditas horrorosas sofridas pelo povo, apareceram somente agora no atual governo? Não estão vendo que se trata de um boicote subsidiado por debaixo dos panos, para obter favorecimentos eleitoreiros perante esse batalhão de coveiros inocentes que, com suas razões reconhecidas, se deixam levar numa hora que o nosso país mais precisa para se apresentar dignamente para o mundo.

Concordo com todas as reivindicações, acho-as válidas, merecidas, etc., porém, essa não é a hora propícia, pois, infelizmente, todos serão prejudicados e será um atraso substancial, sepultar uma série de coisas, fatos e conquistas que viemos todos lutando para conseguir. Vamos agora refletir, pensar e ver quanto estamos sendo incoerentes nos deixando ser “Maria vai com as outras” em querer aproveitar esse momento histórico e importante para o Brasil, ver tudo isso transformado em um mar de lama ou um enterro de nossos próprios corpos!

Vamos colaborar amainando os maus instintos dos grupos que fazem apologias aos vandalismos, prepararmos nossa juventude e todos os familiares para mostrar um país civilizado e bonito, que sabe receber bem e oferecer o que existe de melhor aos turistas e, passada essa fase, que todos voltem a gritar pelos seus direito, exigindo os deveres governamentais, mas, de uma maneira mesmo destruidora!

Guardem essas pás e picaretas, pois, essas covas rasas nos deixarão todos com as caras meio cobertas pelas terras, morrendo novamente de vergonha e arrependimento!

*Escritor – Membro da Academia Grapiúna de Letras de Itabuna – antoniodaagral26@hotmail.com